Aulas de Empatia. Que tal incluir essa tão importante disciplina na sua grade curricular?
A educação será ressignificada e sobre isso não temos mais como discordar. Mas, quem arrisca dizer qual é a direção que estamos seguindo e os caminhos pelos quais passaremos? Inúmeras pesquisas são feitas rotineiramente para tentar encontrar essa resposta e os resultados têm indicado cada vez mais para aquilo que sempre foi de extrema importância na vida em sociedade, mas que talvez nunca tenha recebido a atenção que deveria: a nossa relação com o outro.
Será mesmo possível ensinar sobre um sentimento tão complexo?
Apesar de ser comumente relacionada às emoções, a empatia na verdade é uma faculdade mental que envolve três grandes campos cerebrais: o afetivo, o cognitivo e o regulador de emoções. Isso significa que empatia é muito mais que um simples sentimento, é uma habilidade. E, como toda habilidade pode e deve ser trabalhada, exercitada e dessa maneira conduzida a maiores níveis de desenvolvimento. Justamente por isso, atualmente essa habilidade já é considerada uma espécie de inteligência emocional, que pode inclusive ser divida em dois campos de estudo: a cognitiva, que revela a capacidade da pessoa entender a perspectiva das outras pessoas e a afetiva, que lida com a experimentação das reações emocionais por meio da observação da experiência do outro.
O que já está sendo feito em sala de aula?
Uma premiada educadora canadense chamada Mary Gordon já aplica em suas propostas curriculares a metodologia chamada “Roots of Empathy” ou “Bases da Empatia” em tradução livre. Nesse programa o professor deixa de ser o protagonista do ensino e traz a atenção para os mais diferentes perfis durante a aula, como por exemplo, um bebê engatinhando numa esteira enquanto alunos de 8 anos de idade observam. O intuito da aula é fazer com que os alunos ativem constantemente seus neurônios-espelho e sintam, como se fossem em si, as sensações daquele bebê, que pode estar se divertindo ou de repente chorar abruptamente. Também faz parte da metodologia o convívio com a família do bebê, a criação de um espaço seguro para fazer perguntas e a anotação dos insights coletados para posterior debate em sala de aula.
No livro “O foco triplo: uma nova abordagem para educação” (Objetiva 2016), os psicólogos Daniel Goleman e Peter Senge trazem a visão de que o desenvolvimento infantil se dá em três aspectos: em si mesmas, nos outros e no mundo. Assim, o desenvolvimento do senso de empatia poderia começar com a observação dos próprios sentimentos. Os autores sugerem começar a aula com uma roda de conversa para que os alunos expressem o que sentem naquele dia. Segundo seus estudos, essa simples atitude faz ajuda a criar autoconsciência e mais clareza quanto às relações que começarão a construir uns com os outros.
Mapa da empatia: uma ferramenta para você colocar em prática.
O mapa de empatia é uma ferramenta que faz parte do Design Thinking. Essa ferramenta ajuda a imaginar uma persona que vive em um contexto específico e a partir de um processo de empatia ampliar a visão dos alunos. Para completar um mapa de empatia, primeiro é preciso um processo de imersão, portanto comece o uso da ferramenta incentivando que seus alunos escolham um “problema” que desejam resolver, em seguida peça para que eles pensem em maneiras de entrar em contato real com aquilo que pretendem solucionar e saiam a campo para viver essas novas experiência. No retorno para as aulas eles devem discutir sobre os dados encontrados e organizar as impressões coletadas deixando-as visíveis para todos no template. Essa é uma excelente maneira de ativar o sistema de espelho na aprendizagem, com a prática os alunos se sentirão cada vez seguros para ampliar seus próprios horizontes e se colocarem no lugar uns dos outros.
Com empatia dentro e fora da sala de aula, conseguiremos fazer com que a educação seja cada vez mais abrangente, acolhedora e diversa. E que o futuro seja mesmo como já podemos perceber: inclusivo, colaborativo e repleto de respeito com os outros seres.
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