Você conhece a educação baseada em problemas?
ABP é uma metodologia de ensino que estimula o estudante a ser mais ativo no seu processo de aprendizagem. Continue lendo e entenda um pouco mais sobre quais são as vantagens dessa abordagem tão diferenciada.
A aprendizagem baseada em problemas (ABP) ou até mesmo PBL, sigla oriunda do inglês problem based learning, é uma metodologia voltada para a aquisição do conhecimento por meio da resolução de situações. Com seus primeiros relatos em 1960, essa pedagogia se baseia nos seguintes importantes pilares:
- Organização temática em torno de problemas e não de disciplinas.
- Total integração disciplinar.
- Combinação entre elementos teóricos e práticos (aplicação do conhecimento para a solução de problemas).
- Foco no desenvolvimento cognitivo de cada estudante.
- Abordagem centrada no aluno, onde ele aprende através da sua própria experimentação.
Desenvolvida nas universidades McMaster (Canadá) e Maastrich (Holanda) essa proposta se baseou nos conceitos do psicólogo Jerome Seymour Bruner e do filósofo John Dewey.
Ambos acreditavam que a educação deveria colocar os estudantes em contato com problemas, incentivar a discussão desses temas em grupos, recriar experiências e incentivar a busca por soluções. Segundo os idealizadores dessa metodologia essa ponte com a realidade ajuda o aluno a se desenvolver e motiva para a aprendizagem.
Como essa metodologia funciona na prática?
Derrubando completamente as barreiras da metodologia tradicional, na Aprendizagem Baseada em Problemas não existem disciplinas curriculares. Todas as matérias são estudadas juntas, ao mesmo tempo, buscando a solução de um problema.
Tudo começa com o aluno estudando individualmente um tema determinado pelo professor em sala de aula. Ele deve buscar as informações necessárias, se familiarizar com conceitos, anotar suas dúvidas e trazer suas anotações para compartilhar com a classe.
Nesse primeiro momento em sala de aula, todos os outros alunos também vão expor seu conhecimento e eles vão debater sobre o que encontraram tentando encontrar um problema a ser resolvido. Os problemas são discutidos em grupos tutores de até no máximo 10 alunos e o objetivo de todos deve chegar a uma solução.
Por isso é tão importante a participação de cada aluno, a diversidade de conhecimento e ideias é o que vai enriquecer o processo. O professor deve atuar como um guia que conduz os estudantes na busca pelo conhecimento necessário para a solução do problema e não efetivamente na solução.
Quais são os principais pontos positivos desse método?
Toda abordagem educativa possui pontos fortes e pontos de atenção. Nesse texto, não faz parte dos nossos objetivos comparar pedagogias, mas sim colocá-las diante do seu conhecimento como educador de maneira transparente. Tendo dito isso, podemos apresentar como primeiro ponto positivo dessa metodologia o estímulo à atividade do aluno. O impulso do aprendizado deve partir dele, afinal: esse é o primeiro passo do processo.
Em seguida temos a formação de indivíduos autônomos como um outro excelente benefício, os estudantes desenvolvem a capacidade de produzir o próprio aprendizado e essa autonomia costuma o acompanhar pelo resto da vida. Testes realizados nas universidades onde o método surgiu, também mostraram que os alunos apresentam um desenvolvimento cognitivo avançado, muito mais que memorizar conhecimento eles são capazes de trabalhar com a aplicação da inovação, manipulação de dados e variáveis, previsões de resultados e análises de contextos, além de é claro, elaboração e experimentação de hipóteses. O aumento do senso de responsabilidade e desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe também são bons resultados na aplicação desse método.
Existem pontos negativos?
Por outro lado, também é importante lembrar que alguns pontos de atenção podem surgir pelo caminho. O primeiro e mais evidente pode ser a resistência dos alunos. Durante décadas, os alunos de grande parte das instituições de ensino aprenderam a receber passivamente as informações e podem relutar em agir como protagonistas da própria educação num primeiro momento. A resistência por parte dos educadores também pode ser um segundo grande desafio, afinal: ambos os lados foram condicionados com o mesmo esquema educacional. Também existe a questão da estrutura das salas de aula, que não são pensadas para aplicação de outros métodos que não sejam expositivos.
Encontrar o ponto de equilíbrio nesta metodologia também pode ser um importante desafio. Sem os recursos didáticos normalmente utilizados e as avaliações tradicionais é importante alinhar bem as diretrizes e métricas do aprendizado, para que o conhecimento não fique comprometido.
Uma outra questão de debate é sobre como seria o desempenho de alunos submetidos ao método em determinados exames oficiais. E quanto a isso ainda não é possível consultar dados oficiais no Brasil, então cabe a escola entender sobre o seu próprio posicionamento analisando as possibilidades de implementação em algumas aulas, para começar a mensurar os seus próprios resultados.
A aprendizagem baseada em problemas pode ser uma ótima estratégia para a educação de crianças e adolescentes das mais variadas idades, preparando-os para a resolução de conflitos e construção de conhecimentos necessários durante toda a vida. Este método, que com certeza tem muito a acrescentar no ensino, pode ser introduzido na escola em aulas específicas ou até mesmo em temas atuais, que normalmente são mais complexos e precisam ser analisados sobre mais de uma disciplina. Essa é uma uma boa forma de inovar em sala de aula, garantir a atenção dos alunos e começar a preparar a sua escola para o futuro próximo.
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