Brasil é líder em ranking de agressões a professores. O que fazer quando a violência vira rotina?
Casos cada vez mais frequentes de violência contra professores nas escolas brasileiras demonstram como nosso sistema de ensino expõe profissionais da educação e banaliza seus impactos na saúde física e emocional.
As agressões aos professores em sala de aulas têm se tornado cada vez mais frequentes. Vídeos onde professores são agredidos no contexto de sala de aula têm viralizado com cada vez mais rápido nas redes sociais e nos programas de jornalismo vespertino. Pais insatisfeitos ou orientados por correntes de notícias falsas, violentam e censuram professores rotineiramente, sem que haja qualquer amparo por parte das instituições de ensino. O que fazer quando conviver com a violência se torna parte inerente a profissão do magistério?
Segundo dados obtidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil lidera o ranking de violência contra professores. 12,5% dos professores entrevistados no estudo afirmam ser vítimas constantes de agressões físicas, verbais ou intimidação dentro da sala de aula.
Mas afinal, o que isso reflete? De quem é a culpa? Existe um culpado?
A Responsabilidade não é da escola, da família, da sociedade ou do Estado. É de TODOS!
É compreensível (e diante de certos absurdos quotidianos, até inevitável) buscar culpados isolados, ou fazer análises superficiais do quadro. A verdade é que não há apenas uma resposta ou apenas um responsável. As respostas são várias e complexas.
Não há como se falar em um ambiente seguro e pacífico sem que haja a construção de uma verdadeira cultura de paz, onde escola, família, sociedade e Estado estejam convergindo em uma mesma linguagem. Há que se reconhecer o papel de todas essas instituições, como engrenagens de um grande sistema, sempre como parceiras, não de responsáveis isoladas.
A escola tem que proteger seu profissional de linha de frente, garantindo ao professor a segurança suficiente para o desenvolvimento de suas atividades.
A família tem que ser presente e reconhecer seu papel de parceira no processo de aprendizagem e sobretudo na formação de cidadãos que irão coexistir em sociedade. Entender que as visões de mundo pessoal são importantes, mas que convivemos em um mundo amplo de visões e opiniões.
O Estado deve destinar verbas para campanhas de cultura de paz nas escolas. O bem estar social é muito mais importante que o Estado policialesco que pune quem pratica a violência. Somente com a valorização do professor e do aluno nesse contexto medidas preventivas seriam efetivas.
Como o professor, potencial vítima de violência, deve agir?
Restabelecer a segurança e confiança é fundamental. O movimento é de aproximação dos alunos, nunca de distanciamento. O afastamento faz aumentar inseguranças pessoais e propicia atos violentos. Os professores devem se aproximar dos alunos e abrir canais de diálogo com os alunos. Os alunos precisam se sentir confortáveis para expressar seus sentimentos e suas opiniões, a postura do professor vai definir o quanto esse diálogo é importante.
Também é de suma importância que os professores tenham boas condições de trabalho para que possam se manter em dia com a saúde física e mental. É importante manter rotinas de alimentação e sono bem definidas, separar os momentos de trabalho, dos de lazer e manter uma agenda de aulas e uma carga horária possível de ser cumprida. Afinal, o autocuidado é importante para que o profissional consiga desempenhar as suas funções com qualidade técnica e mais importante ainda, qualidade de vida. E o estado emocional do professor, pode também ser de grande ajuda na hora de buscar soluções para momentos mais delicados, que infelizmente podem ocorrer em sala de aula.
E quando um caso de violência acontece na sua escola, como remediar?
Em caso de violência externa, como invasão, tiroteios, furto ou até mesmo assaltos, a escola deve agir primeiramente como uma base de segurança. É importante que a escola não exija do professor a postura de super-herói. Afinal, ele é o principal responsável pelos alunos em sala de aula em condições normais de ensino e jamais deve ser responsabilizado por situações extremas como as citadas.
Já, no caso da violência direta contra o professor, é preciso que a escola tenha um plano previamente discutido de como lidar com o assunto. O praticante da agressão, deve ser imediatamente removido do lugar e levado para uma sala onde possa se acalmar, assim como o professor que deve ser socorrido física e emocionalmente pela equipe já pré-estabelecida pela escola. Cabe também à escola criar um código de conduta com ações predeterminadas perante cada caso. Esse código deve ser orientado pelo setor jurídico escolar e sempre prezar pelo cumprimento da lei e pelo respeito com todas as partes envolvidas.
Nós da estuda.com também desejamos um muito mais pacífico, unido e com os olhos voltados para a importância da educação. Continue lendo nosso blog e leia nossos conteúdos voltados a professores, diretores e gestores escolares.
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