Questões de Sociologia - Trabalho e Estratificação Social - Divisão Social do Trabalho
Em todo o planeta, observam-se as mesmas paisagens urbanas. Por toda parte, estabelecem-se as mesmas franquias comerciais, homogeneizando os modelos dos shoppings centers, dos loteamentos, cadeias de hotéis, rodoviárias, bairros residenciais, balneários, aeroportos: de leste a oeste, de norte a sul, tem-se a sensação de que aqui é como em qualquer outro lugar.
(Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista, 2015. Adaptado.)
O excerto descreve um fenômeno da história contemporânea, caracterizado
A pesquisa Perfil dos Entregadores Ciclistas de Apps da cidade de São Paulo, realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, Aliança Bike, em 2019, feita com 270 pessoas, revelou, dentre outros resultados, o seguinte: a maioria desses trabalhadores autônomos, à época, possuíam uma jornada diária de 12 horas pelos 7 dias da semana, eram majoritariamente homens jovens e ganhavam em média R$ 936,00 mensais. Desse perfil, conclui-se que há uma grande disparidade de ganho desses entregadores comparados com os trabalhadores empregados legalmente e com direitos e, mais ainda, se considerarmos que o salário mínimo no emprego formal no Brasil, em 2019, era de R$ 998,00 mensais com uma jornada diária de 8 horas por 6 dias semanais. No ano de 2021, a Prosus, investidora da plataforma Ifood no Brasil, declarou ter faturado 10 milhões apenas com o ramo de entregas para restaurantes parceiros da companhia.
Na perspectiva de Karl Marx, todos os trabalhadores nas economias capitalistas são explorados, pois trabalham bem mais do que ganham. Isso porque o Capital apenas existe e persiste produzindo Mais-Valia na relação com o Trabalho. A Mais-Valia resulta do tempo gasto no trabalho pelo trabalhador e não pago pelos empregadores. Em resumo, ocorre quando os valores pagos aos trabalhadores são bem menores do que os valores que eles produzem.
Partindo do exposto, marque a alternativa correta.
Francisca Dantas Mendes, professora do curso de Têxtil e Moda na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa Sustentabilidade na Cadeia Têxtil, explica que o Fast Fashion é um modelo em que os produtos são produzidos, consumidos e literalmente descartados em um curto período de tempo, tanto pela má qualidade das roupas quanto pelas constantes mudanças de tendências de moda. [...] Do ponto de vista social, “como não há garantia de volume de produção de roupas, as empresas prestadoras desse tipo de serviço mantêm um número reduzido de funcionários contratados e, quando a demanda pela produção aumenta, ocorre a quarteirização e até a quinteirização do serviço, sendo que, nestes dois últimos casos, o processo ocorre de forma informal e com preços ainda mais reduzidos”, explica a professora. Nesse ambiente de exploração do trabalho, a mão de obra análoga à escravidão prolifera.
ZANFER, Gustavo. O modelo Fast Fashion de produção de vestuário causa danos ambientais e trabalho escravo. Disponível em: https://jornal.usp.br/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento adaptado).
A melhoria das condições de trabalho nesta situação necessita do(a)
Considere o texto a seguir:
Os sociólogos franceses Luc Boltanski e Ève Chiapello, em sua obra intitulada O novo espírito do capitalismo (2009), afirmam que a nova política de contratação e as novas organizações da estrutura empresarial (que é global) permitem que o empregador, ao subcontratar a mão de obra, possa ocultar que é o empregador. É o caso de grandes empresas norte-americanas de celulares que transferiram sua produção para empresas fornecedoras na China. [...] Ou seja, levam a alterações contratuais de trabalho que, ao facilitarem os trâmites e a burocracia para a demissão de empregados, como é o caso dos chamados temporários, aumentam a sensação de insegurança dos trabalhadores.
(ARAÚJO, Silvia Maria de Araújo; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia. São Paulo: Scipione, 2016. p. 152.)
Sobre os problemas relativos à transformação no mundo do trabalho no século XXI, é corretor afirmar:
O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao país em 1918. O ano foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio. O segundo centenário, a ocorrer neste ano, virá na cauda de outra pandemia. As mudanças nesses 200 anos foram enormes. No entanto, os analistas que se encarregaram do tema de nossa trajetória reconhecem que há mais continuidades do que rupturas.
José Murilo de Carvalho. 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar. In: O Estado de S. Paulo, 1.º/1/2022, p. D20 (com adaptações).
A partir do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial, o Brasil avançou na industrialização e na acelerada urbanização, tendo vivenciado, entre 1946 e 1964, significativa experiência democrática, ainda que acompanhada de diversas crises políticas.
Enquanto na sociedade primitiva a organização entre os homens se fundamentava na propriedade coletiva e nos laços de sangue, na sociedade que começou a se dividir em classes, a propriedade passou a ser privada, e os laços de sangue retrocederam diante do novo vínculo que a escravidão estabeleceu. Neste sentido, as transformações ocorridas no modo de produção e nas relações de trabalho têm importância fundamental para a compreensão da dinâmica econômica, bem como das relações sociais no mundo contemporâneo.
DALLAGO, C. S. T. Relações de trabalho e modo de produção capitalista. Sem. de Saúde do Trabalhador de Franca, set. 2010. Disponível em: http://www.proceedings. scielo.br> Acesso em: nov. 2021. Adaptado.
Com base na leitura do texto, é correto afirmar que a evolução do trabalho para os moldes capitalistas possibilitou
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