Questões
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As passagens I, II, III e IV, abaixo apresentadas, foram retiradas do romance Hilda Furacão e correlacionadas às epígrafes do mesmo romance.
Passagem I
–– Robert Francis Drummond.
–– Presente – eu respondia, em meio à onda de gargalhadas.
No ano seguinte, quando troquei o Santo Antônio pelo Arnaldo, que também era um colégio
de padres, não tão liberais quanto os franciscanos, eu sofria o mesmo problema: ter que aturar
as gargalhadas quando os professores chamavam meu nome; eu pensava:
–– Tenho que encontrar uma maneira de me livrar deste “Francis” no meu nome.
Epígrafe: Em geral, a vida não é coisa fácil. Turgueniev
Passagem II
–– Vamos fazer uma sessão de estudo político mentalizado.
Cada um de nós devia deitar de costas na cama e recordar trechos do livro Dois passos pra
frente, um pra trás, de Lenin – assim espichei na cama da cela, primeiro segui os movimentos
de uma aranha, que é velha e constante companheira dos presos políticos do mundo; depois
passei a recordar, uma a uma, as mulheres que de alguma maneira eu amei (...)
Epígrafe: Não invente nunca a fábula nem a intriga. Utilize o que a própria vida oferece. A vida é infinitamente mais rica que nossas invenções. Não existe imaginação que nos proporcione o que, às vezes, nos dá a vida mais corriqueira e comum. Respeite a vida! Dostoievski
Passagem III
Acompanhem-me até o Convento dos Dominicanos; fica no Alto das Mangabeiras, lá onde a brisa da tarde (ou é impressão dos frades?) sopra um cheiro que recorda a pele suada das mulheres. Este que vem nos receber na porta do Convento dos Dominicanos é o irmão leigo. Observem-no: tudo nele é neutro; neutra é sua voz, nem de um homem, nem de mulher; neutro é o rosto pálido, como convém a um irmão leigo; (....)
Epígrafe - As digressões são incontestamente a luz do sol; são a vida, a alma da leitura; retirai-as deste livro, por exemplo – e será melhor se tirardes o livro juntamente com elas. Laurence Sterne
Passagem IV
Quando minha mãe saiu do quarto onde meu pai morria e disse “Meu filho, seu pai quer
te ver antes de morrer, todos olharam para mim (...)
–– O que seu pai te pediu? O que ele te pediu?
Eu ainda abraçava e beijava a vizinha quando meu pai apertou a mão de minha mãe e
disse: “Muitas felicidades”. E morreu.
Epígrafe: Aonde nos levou o sonho? Tomas Mann
Do ponto de vista do sentido estabelecido entre essas passagens e epígrafes, estão CORRETAS as correlações feitas em
Assinale a alternativa em que NÃO há relação de clichê entre o personagem e o objeto ou atitude.
Hilda Furação se faz em primeira pessoa, ou seja, a partir da visão da personagem Roberto. Sendo assim, é CORRETO afirmar que, na narrativa, há
Texto I
P. S. no 2 – Imagino Tia Çãozinha e os leitores perguntando: –– Hilda Furacão continua um mistério. Por que ela foi para a Zona Boêmia num dia 1º de abril, quando era a garota do Maiô Dourado e por que saiu cinco anos depois, também num 1º de abril?
Devo informar que fiz essas perguntas a Hilda Furacão quando a encontrei em Buenos Aires e ela fugiu do assunto; quando disse que precisava de uma explicação para dar aos leitores, pois ia escrever um romance a seu respeito, ela retrucou, esquecida da velha promessa de revelar seu segredo;
–– Por que você não diz aos leitores que, tal como contou no seu romance, eu, Hilda Furacão, nunca existi e sou apenas um 1º de abril que você quis passar nos leitores? Por que não diz isso?
DRUMMOND, Roberto. Hilda Furacão. 18ª Ed. São Paulo: Editorial. 2008. p.291-292.
Texto II
De 1971 a 2002 - ao longo, portanto, de 31 anos – convivi com Roberto Drummond e suas fantasias. Uma vez critiquei com dureza um livro dele e ele parou de falar comigo por oito anos. Era um passional. Em 1986 convidei-o para ser cronista do Caderno 2 do Estadão ao lado de Caio Fernando Abreu, Rachel de Queiroz e Susana Kakowicz, cronista imaginária, pseudônimo que eu mesmo usava. Apaixonou-se platonicamente por Susana, para quem chegou a escrever algumas cartas.
Naquela noite, em Vinhedo, quando garantia para os estudantes que Hilda tinha existido, sim, e devia estar viva e linda em algum lugar – aos 65 anos? –, ele me perguntou por Susana. Não tive coragem, claro, de lhe dizer que Susana era eu.”
Emediato, Luiz Fernando. In: DRUMMOND, Roberto. Hilda Furacão. 18ª Ed. São Paulo: Editorial. 2008.
Assinale o provérbio que sintetiza a relação existente entre os textos I e II.
O autor de Hilda Furacão emprega verbos com o objetivo de fazer com que o leitor participe dos acontecimentos narrados.
Assinale a alternativa em que esse recurso de linguagem não é usado.
Letras de música caracterizam personagens e situações em Hilda Furacão. A seguir, encontramse trechos de letras de música do compositor Chico Buarque, que também podem desempenhar a mesma função.
Assinale a alternativa em que a letra de música apresentada NÃO caracteriza o personagem apresentado entre parênteses.