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Beleza ainda põe mesa
Arte sempre teve a ver com beleza, mesmo quando, aparentemente, mostra o feio, o horrível, o abjeto
Não é fácil explicar o que acabo de afirmar. Para dizer a verdade, não sei ainda como explicá-lo, mas sei que o que disse é certo: a arte sempre teve (e tem) a ver com a beleza, porque, do contrário, não nos daria prazer. E não venham agora me dizer que arte não é para dar prazer. E seria para que, então? Para nos fazer sofrer é que não é, porque sofrimento já há demais na vida e ninguém gosta de sofrer, a não ser os masoquistas, que são doentes.
Inventei uma frase que o pessoal aí adotou e repete: “A arte existe porque a vida não basta”. E é verdade. Não pretendo com isso dizer que a vida é só chatice e sofrimento. Não, a vida tem muita coisa boa e bela, mas, por mais que tenha, não nos basta. É que nós, seres humanos, sempre queremos mais. Mais alegria, mais felicidade, mais beleza.
Ao longo dos milênios, a arte mudou muito. Claro que, como a vida, a arte também não basta: tem que mudar para nos suscitar novas sensações, novas descobertas, novas alegrias. Por isso, ela muda. E vem mudando desde que surgiu nas paredes das cavernas, sem se saber que aquilo era arte. Sim, porque arte é apenas o nome que se dá a essa necessidade de inventar a vida. (...)
(Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo, 21/07/2013)
Segundo o texto, o autor afirma que:
Beleza ainda põe mesa
Arte sempre teve a ver com beleza, mesmo quando, aparentemente, mostra o feio, o horrível, o abjeto
Não é fácil explicar o que acabo de afirmar. Para dizer a verdade, não sei ainda como explicá-lo, mas sei que o que disse é certo: a arte sempre teve (e tem) a ver com a beleza, porque, do contrário, não nos daria prazer. E não venham agora me dizer que arte não é para dar prazer. E seria para que, então? Para nos fazer sofrer é que não é, porque sofrimento já há demais na vida e ninguém gosta de sofrer, a não ser os masoquistas, que são doentes.
Inventei uma frase que o pessoal aí adotou e repete: “A arte existe porque a vida não basta”. E é verdade. Não pretendo com isso dizer que a vida é só chatice e sofrimento. Não, a vida tem muita coisa boa e bela, mas, por mais que tenha, não nos basta. É que nós, seres humanos, sempre queremos mais. Mais alegria, mais felicidade, mais beleza.
Ao longo dos milênios, a arte mudou muito. Claro que, como a vida, a arte também não basta: tem que mudar para nos suscitar novas sensações, novas descobertas, novas alegrias. Por isso, ela muda. E vem mudando desde que surgiu nas paredes das cavernas, sem se saber que aquilo era arte. Sim, porque arte é apenas o nome que se dá a essa necessidade de inventar a vida. (...)
(Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo, 21/07/2013)
Tomando como base o texto e sobretudo a frase: “A arte existe porque a vida não basta”, assinale a afirmação incorreta:
De tão repetida, a verdade insofismável de que a história não se repete transforma-se no seu contrário, em sofisma. Agora mesmo, venais¹ travestidos de vestais² repisam que o Terror curitibano esconde uma guilhotina no porão e estamos todos com a cabeça a prêmio.
1venal : que pode ser vendido; exposto à venda.
2vestal: honesto; casto; virgem.
(Mário Sérgio Conti, Folha de S.Paulo, 01/07/2017)
O termo em negrito “sofisma” significa:
O que parece inegável é que, desde o fim da Idade Média, o desenvolvimento da tecnologia comercial e das transações era pouco compatível com o fracionamento dospoderes locais. É no fim do Século XIV que nasce um complexo institucional dotado de poder próprio (os primeiros exércitos profissionais aparecem no final do Século XIII), encarregado de garantir a segurança e a justiça, e que se arroga o monopólio da determinação dos direitos e deveres de cada um. A partir do Século XVI, o paralelismo entre os dois tipos de mutação – política ou econômica – torna-se nítido: “por um lado, a centralização e, simultaneamente, a burocratização do poder, transformando o aparelho estatal do governo dos príncipes, por outro lado, a expansão da circulação capitalista das mercadorias e uma progressiva perturbação do modo de produção baseado na família” (Jürgen Habermas, Teoria e Prática: A Doutrina Clássica da Política).
Haverá, entre estas duas séries, uma relação de causalidade ou, simplesmente, de concomitância? A este respeito, podemos apenas referir-nos às análises, prudentíssimas, de Perry Anderson. Embora empregue conceitos marxistas, Anderson não nos permite afirmar sem mais que o absolutismo é o produto da ascensão do capitalismo. Melhor será dizermos que esta ascensão do capitalismo foi, geralmente (veremos que devem fazer-se algumas reservas), favorecida pela consolidação do absolutismo.
(Gérard Lebrun, O que é o Poder?, Brasiliense, 1981)
O tema central do texto pode ser traduzido como:
O que parece inegável é que, desde o fim da Idade Média, o desenvolvimento da tecnologia comercial e das transações era pouco compatível com o fracionamento dospoderes locais. É no fim do Século XIV que nasce um complexo institucional dotado de poder próprio (os primeiros exércitos profissionais aparecem no final do Século XIII), encarregado de garantir a segurança e a justiça, e que se arroga o monopólio da determinação dos direitos e deveres de cada um. A partir do Século XVI, o paralelismo entre os dois tipos de mutação – política ou econômica – torna-se nítido: “por um lado, a centralização e, simultaneamente, a burocratização do poder, transformando o aparelho estatal do governo dos príncipes, por outro lado, a expansão da circulação capitalista das mercadorias e uma progressiva perturbação do modo de produção baseado na família” (Jürgen Habermas, Teoria e Prática: A Doutrina Clássica da Política).
Haverá, entre estas duas séries, uma relação de causalidade ou, simplesmente, de concomitância? A este respeito, podemos apenas referir-nos às análises, prudentíssimas, de Perry Anderson. Embora empregue conceitos marxistas, Anderson não nos permite afirmar sem mais que o absolutismo é o produto da ascensão do capitalismo. Melhor será dizermos que esta ascensão do capitalismo foi, geralmente (veremos que devem fazer-se algumas reservas), favorecida pela consolidação do absolutismo.
(Gérard Lebrun, O que é o Poder?, Brasiliense, 1981)
De acordo com o texto:
O que parece inegável é que, desde o fim da Idade Média, o desenvolvimento da tecnologia comercial e das transações era pouco compatível com o fracionamento dospoderes locais. É no fim do Século XIV que nasce um complexo institucional dotado de poder próprio (os primeiros exércitos profissionais aparecem no final do Século XIII), encarregado de garantir a segurança e a justiça, e que se arroga o monopólio da determinação dos direitos e deveres de cada um. A partir do Século XVI, o paralelismo entre os dois tipos de mutação – política ou econômica – torna-se nítido: “por um lado, a centralização e, simultaneamente, a burocratização do poder, transformando o aparelho estatal do governo dos príncipes, por outro lado, a expansão da circulação capitalista das mercadorias e uma progressiva perturbação do modo de produção baseado na família” (Jürgen Habermas, Teoria e Prática: A Doutrina Clássica da Política).
Haverá, entre estas duas séries, uma relação de causalidade ou, simplesmente, de concomitância? A este respeito, podemos apenas referir-nos às análises, prudentíssimas, de Perry Anderson. Embora empregue conceitos marxistas, Anderson não nos permite afirmar sem mais que o absolutismo é o produto da ascensão do capitalismo. Melhor será dizermos que esta ascensão do capitalismo foi, geralmente (veremos que devem fazer-se algumas reservas), favorecida pela consolidação do absolutismo.
(Gérard Lebrun, O que é o Poder?, Brasiliense, 1981)
O texto afirma que, entre os séculos XIII e XIV, mudanças importantes ocorreram na Europa. Dentre elas, destaca-se: