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Texto
Papel, amigo papel, não recolhas tudo o que escrever esta pena vadia. Querendo servir-me, acabarás desservindo-me, porque se acontecer que eu me vá desta vida, sem tempo de te reduzir a cinzas, os que me lerem depois da missa de sétimo dia, ou antes, ou ainda antes do enterro, podem cuidar que te confio cuidados de amor.
Não, papel. Quando sentires que insisto nessa nota, esquiva-te da minha mesa, e foge. A janela aberta te mostrará um pouco de telhado, entre a rua e o céu, e ali ou acolá acharás descanso. Comigo o mais que podes achar é esquecimento, que é muito, mas não é tudo; primeiro que ele chegue, virá a troça dos malévolos ou simplesmente vadios.
Escuta, papel. O que naquela dama Fidélia me atrai é principalmente certa feição de espírito, algo parecida com o sorriso fugitivo que já lhe vi algumas vezes. Quero estudá-la, se tiver ocasião. Tempo sobra-me, mas tu sabes que é ainda pouco para mim mesmo, para o meu criado José, e para ti, se tenho vagar, e quê – e pouco mais.
(ASSIS, Machado de. Memorial de Aires, nota de 8 de abril)
Do texto acima, reproduzem-se alguns períodos (ou partes de período). Assinale o item que contiver uma oração subordinada substantiva objetiva direta:
Texto
Papel, amigo papel, não recolhas tudo o que escrever esta pena vadia. Querendo servir-me, acabarás desservindo-me, porque se acontecer que eu me vá desta vida, sem tempo de te reduzir a cinzas, os que me lerem depois da missa de sétimo dia, ou antes, ou ainda antes do enterro, podem cuidar que te confio cuidados de amor.
Não, papel. Quando sentires que insisto nessa nota, esquiva-te da minha mesa, e foge. A janela aberta te mostrará um pouco de telhado, entre a rua e o céu, e ali ou acolá acharás descanso. Comigo o mais que podes achar é esquecimento, que é muito, mas não é tudo; primeiro que ele chegue, virá a troça dos malévolos ou simplesmente vadios.
Escuta, papel. O que naquela dama Fidélia me atrai é principalmente certa feição de espírito, algo parecida com o sorriso fugitivo que já lhe vi algumas vezes. Quero estudá-la, se tiver ocasião. Tempo sobra-me, mas tu sabes que é ainda pouco para mim mesmo, para o meu criado José, e para ti, se tenho vagar, e quê – e pouco mais.
(ASSIS, Machado de. Memorial de Aires, nota de 8 de abril)
Tendo ainda como referência o texto de Machado de Assis, assinale o recurso estilístico do escritor que NÃO foi corretamente assinalado:
Nos primeiros registros sobre o rio Amazonas e sua gente, pode-se dizer que o conquistador estava irremediavelmente preso dentro da caverna de Platão, regalando-se com meras imagens de realidade. Na viagem de Orellana através do rio Napo e Amazonas, de Quito ao Atlântico, entre 1541 e 1542, com duração de oito meses, o que fascinou a imaginação do espanhol foram as chamadas Amazonas. Nos registros do frei Gaspar de Carvajal, cronista da expedição de Orellana, as supostas Amazonas foram conhecidas no dia 24 de junho de 1542, na chamada “província de São João”, à altura da foz do rio Nhamundá.
Antonio Porro observa que Carvajal “não inventou as Amazonas”, mas deu curso a uma lenda que era muito conhecida na época e “o fez de forma tal que o leitor atento consegue separar o joio do trigo”. O que o cronista relatou, segundo Porro, refere-se à participação de mulheres, “aparentemente em posição de comando”, em meio aos índios Conduris, que davam combate à expedição de Orellana na foz do rio Nhamundá ou Trombetas.
Porro reconhece que os relatos de Carvajal são imprecisos para uma reconstituição etnográfica das populações da região. Nas indicações do cronista, entre a foz do rio Madeira e a foz do Nhamundá, à margem esquerda, encontra-se a província chamada de “picotas” (“dos pelourinhos”), “porque nos seus povoados havia muitas varas ostentando cabeças de mortos”, sem identificar a população da referida província. Quanto à ilha Tupinambarana, não há nos cronistas do século XVI qualquer referência aos Tupinambá, que por essa época deviam estar se estabelecendo nela. (BRAGA, Sérgio Ivan Gil. Os bois-bumbás de Parintins, p. 266-270.)
Assinale a opção em que se encontra o vocábulo O, OS, A ou AS como pronome demonstrativo:
Nos primeiros registros sobre o rio Amazonas e sua gente, pode-se dizer que o conquistador estava irremediavelmente preso dentro da caverna de Platão, regalando-se com meras imagens de realidade. Na viagem de Orellana através do rio Napo e Amazonas, de Quito ao Atlântico, entre 1541 e 1542, com duração de oito meses, o que fascinou a imaginação do espanhol foram as chamadas Amazonas. Nos registros do frei Gaspar de Carvajal, cronista da expedição de Orellana, as supostas Amazonas foram conhecidas no dia 24 de junho de 1542, na chamada “província de São João”, à altura da foz do rio Nhamundá.
Antonio Porro observa que Carvajal “não inventou as Amazonas”, mas deu curso a uma lenda que era muito conhecida na época e “o fez de forma tal que o leitor atento consegue separar o joio do trigo”. O que o cronista relatou, segundo Porro, refere-se à participação de mulheres, “aparentemente em posição de comando”, em meio aos índios Conduris, que davam combate à expedição de Orellana na foz do rio Nhamundá ou Trombetas.
Porro reconhece que os relatos de Carvajal são imprecisos para uma reconstituição etnográfica das populações da região. Nas indicações do cronista, entre a foz do rio Madeira e a foz do Nhamundá, à margem esquerda, encontra-se a província chamada de “picotas” (“dos pelourinhos”), “porque nos seus povoados havia muitas varas ostentando cabeças de mortos”, sem identificar a população da referida província. Quanto à ilha Tupinambarana, não há nos cronistas do século XVI qualquer referência aos Tupinambá, que por essa época deviam estar se estabelecendo nela. (BRAGA, Sérgio Ivan Gil. Os bois-bumbás de Parintins, p. 266-270.)
Em todos os trechos abaixo o QUE é pronome crelativo, EXCETO em:
Veja os seguintes exemplos de recursos estilísticos comumente empregados em nosso idioma, seguidos de comentários a respeito de seu sentido:
I. Ao chegar à panificadora, aquele senhor pediu à atendente:
– Eu queria seis pães de batata.
Comentário: Foi empregado o pretérito imperfeito no lugar do presente do indicativo, o que tira do pedido qualquer tom categórico ou ameaçador.
II. Durante o lançamento de seu livro, o autor homenageado declarou:
– Escrevemos este livro para colaborar com a história do Amazonas.
Comentário: O homenageado empregou o verbo no plural, o que evidencia modéstia por parte dele.
III. No início do século XIX, depois de Napoleão ameaçar a estabilidade das monarquias europeias, a Corte portuguesa chega ao Brasil.
Comentário: Observa-se o emprego do presente do indicativo no lugar do pretérito perfeito, recurso que dá um ar de contemporaneidade ao episódio relatado.
IV. Na próxima semana, se tudo correr bem, eu viajo para o Rio de Janeiro.
Comentário: O presente do indicativo foi empregado no lugar do futuro do presente, recurso com o qual se demonstra um desejo firme por parte do emissor.
V. Para que a criança tomasse o remédio, a enfermeira lhe disse:
– Vamos, vamos tomar esse remédio.
Comentário: Embora não vá tomar o remédio, a enfermeira pôs o verbo no plural para incentivar a criança, como se fosse dividir com ela uma ação desagradável.
Assinale a alternativa correta:
Leia a estrofe final do samba “Pano de chão” (composto por Marquinho PQD, Franco e Efson), sucesso, há alguns anos, do grupo Só Preto sem Preconceito:
Um grande amor
Me fez sofrer sem compaixão
Um falso amor
Eu vi trazer desilusão
[5] O desamor
Fez reviver a solidão
Que faz morada dentro do meu coração
Arrependida você quer recomeçar
Ainda arde, agora é tarde pra chorar
[10] Foi tão vulgar e só pagou pra vacilar
(Olha aí)
Se liga que eu não sou pano de chão
Pra você me pisar
No texto acima, observam-se diversos recursos estilísticos, sobre os quais se fazem diversos comentários. Assinale aquele que NÃO está correto: