Questões
Você receberá a resposta de cada questão assim que responder, e NÃO terá estatísticas ao finalizar sua prova.
Responda essa prova como se fosse um simulado, e veja suas estatísticas no final, clique em Modo Prova
Texto
ERRO MÉDICO
Tiago Cordeiro
Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto
de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou
que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido
[5] devido a erros no atendimento médico – que são a
maior causa de óbito no País. Outra pesquisa,
também feita em 2015, chegou a um número
menor: 104 mil mortes anuais. Mas ela é focada
em hospitais particulares. O número maior,
[10] infelizmente, é o mais preciso.
“A formação deficiente e a falta de estrutura,
sobretudo no serviço público, são as principais
causas de erro. Infelizmente, hoje o médico sai da
faculdade sem conhecimento suficiente para
[15] exercer a profissão”, afirma Fernando Maia
Vinagre, corregedor do Conselho Federal de
Medicina.
Outro elemento é a carga de trabalho
excessiva. “A média de atendimento em um
[20] ambulatório é de 16 a 20 pessoas, por médico, a
cada duas horas, porque o profissional precisa
fazer muitas consultas para receber um ganho
condizente”, afirma Fernando Polastro, membro da
Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro
[25] Médico (ABRAVEM). Isso é especialmente grave
nos hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que atende à maior parte da
população – e paga apenas R$12 por consulta.
Mas isso não explica tudo. Afinal, nos
[30] Estados Unidos, os médicos são bem formados e
remunerados, e mesmo assim as estatísticas de
erro são altíssimas. Há outro fator em jogo. E ele
não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro.
É o contrário. Trata-se do mau uso das ferramentas
[35] da Medicina.
Os erros são classificados em cinco
categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso
de exames, ou má interpretação deles;
medicamentos errados ou em
[40] dosagens/combinações impróprias; cirurgias
desnecessárias ou realizadas com imperícia;
desatenção a informações básicas, como conferir o
tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente.
O uso exagerado de remédios é outra
[45] tendência clara. Metade das cirurgias realizadas
nos Estados Unidos tem algum “evento adverso”
relacionado ao mau uso de medicações.
Erro médico não é terrível só para a vítima:
também tem forte impacto sobre os profissionais
[50] envolvidos.
CORDEIRO, Tiago. Erro médico. Superinteressante. Edição 391, jun. 2018, p. 23-33. Adaptado.
O texto – “Erro médico” – apresenta uma estrutura predominantemente:
Texto
ERRO MÉDICO
Tiago Cordeiro
Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto
de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou
que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido
[5] devido a erros no atendimento médico – que são a
maior causa de óbito no País. Outra pesquisa,
também feita em 2015, chegou a um número
menor: 104 mil mortes anuais. Mas ela é focada
em hospitais particulares. O número maior,
[10] infelizmente, é o mais preciso.
“A formação deficiente e a falta de estrutura,
sobretudo no serviço público, são as principais
causas de erro. Infelizmente, hoje o médico sai da
faculdade sem conhecimento suficiente para
[15] exercer a profissão”, afirma Fernando Maia
Vinagre, corregedor do Conselho Federal de
Medicina.
Outro elemento é a carga de trabalho
excessiva. “A média de atendimento em um
[20] ambulatório é de 16 a 20 pessoas, por médico, a
cada duas horas, porque o profissional precisa
fazer muitas consultas para receber um ganho
condizente”, afirma Fernando Polastro, membro da
Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro
[25] Médico (ABRAVEM). Isso é especialmente grave
nos hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que atende à maior parte da
população – e paga apenas R$12 por consulta.
Mas isso não explica tudo. Afinal, nos
[30] Estados Unidos, os médicos são bem formados e
remunerados, e mesmo assim as estatísticas de
erro são altíssimas. Há outro fator em jogo. E ele
não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro.
É o contrário. Trata-se do mau uso das ferramentas
[35] da Medicina.
Os erros são classificados em cinco
categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso
de exames, ou má interpretação deles;
medicamentos errados ou em
[40] dosagens/combinações impróprias; cirurgias
desnecessárias ou realizadas com imperícia;
desatenção a informações básicas, como conferir o
tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente.
O uso exagerado de remédios é outra
[45] tendência clara. Metade das cirurgias realizadas
nos Estados Unidos tem algum “evento adverso”
relacionado ao mau uso de medicações.
Erro médico não é terrível só para a vítima:
também tem forte impacto sobre os profissionais
[50] envolvidos.
CORDEIRO, Tiago. Erro médico. Superinteressante. Edição 391, jun. 2018, p. 23-33. Adaptado.
O segmento sublinhado em “Há outro fator em jogo. E ele não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro. É o contrário.” (linhas 32-34) é ratificado por:
Texto
ERRO MÉDICO
Tiago Cordeiro
Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto
de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou
que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido
[5] devido a erros no atendimento médico – que são a
maior causa de óbito no País. Outra pesquisa,
também feita em 2015, chegou a um número
menor: 104 mil mortes anuais. Mas ela é focada
em hospitais particulares. O número maior,
[10] infelizmente, é o mais preciso.
“A formação deficiente e a falta de estrutura,
sobretudo no serviço público, são as principais
causas de erro. Infelizmente, hoje o médico sai da
faculdade sem conhecimento suficiente para
[15] exercer a profissão”, afirma Fernando Maia
Vinagre, corregedor do Conselho Federal de
Medicina.
Outro elemento é a carga de trabalho
excessiva. “A média de atendimento em um
[20] ambulatório é de 16 a 20 pessoas, por médico, a
cada duas horas, porque o profissional precisa
fazer muitas consultas para receber um ganho
condizente”, afirma Fernando Polastro, membro da
Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro
[25] Médico (ABRAVEM). Isso é especialmente grave
nos hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que atende à maior parte da
população – e paga apenas R$12 por consulta.
Mas isso não explica tudo. Afinal, nos
[30] Estados Unidos, os médicos são bem formados e
remunerados, e mesmo assim as estatísticas de
erro são altíssimas. Há outro fator em jogo. E ele
não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro.
É o contrário. Trata-se do mau uso das ferramentas
[35] da Medicina.
Os erros são classificados em cinco
categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso
de exames, ou má interpretação deles;
medicamentos errados ou em
[40] dosagens/combinações impróprias; cirurgias
desnecessárias ou realizadas com imperícia;
desatenção a informações básicas, como conferir o
tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente.
O uso exagerado de remédios é outra
[45] tendência clara. Metade das cirurgias realizadas
nos Estados Unidos tem algum “evento adverso”
relacionado ao mau uso de medicações.
Erro médico não é terrível só para a vítima:
também tem forte impacto sobre os profissionais
[50] envolvidos.
CORDEIRO, Tiago. Erro médico. Superinteressante. Edição 391, jun. 2018, p. 23-33. Adaptado.
O termo sublinhado em “... afirma Fernando Maia Vinagre, corregedor do Conselho Federal de Medicina” (linhas 15-17) é considerado
Texto
ERRO MÉDICO
Tiago Cordeiro
Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto
de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou
que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido
[5] devido a erros no atendimento médico – que são a
maior causa de óbito no País. Outra pesquisa,
também feita em 2015, chegou a um número
menor: 104 mil mortes anuais. Mas ela é focada
em hospitais particulares. O número maior,
[10] infelizmente, é o mais preciso.
“A formação deficiente e a falta de estrutura,
sobretudo no serviço público, são as principais
causas de erro. Infelizmente, hoje o médico sai da
faculdade sem conhecimento suficiente para
[15] exercer a profissão”, afirma Fernando Maia
Vinagre, corregedor do Conselho Federal de
Medicina.
Outro elemento é a carga de trabalho
excessiva. “A média de atendimento em um
[20] ambulatório é de 16 a 20 pessoas, por médico, a
cada duas horas, porque o profissional precisa
fazer muitas consultas para receber um ganho
condizente”, afirma Fernando Polastro, membro da
Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro
[25] Médico (ABRAVEM). Isso é especialmente grave
nos hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que atende à maior parte da
população – e paga apenas R$12 por consulta.
Mas isso não explica tudo. Afinal, nos
[30] Estados Unidos, os médicos são bem formados e
remunerados, e mesmo assim as estatísticas de
erro são altíssimas. Há outro fator em jogo. E ele
não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro.
É o contrário. Trata-se do mau uso das ferramentas
[35] da Medicina.
Os erros são classificados em cinco
categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso
de exames, ou má interpretação deles;
medicamentos errados ou em
[40] dosagens/combinações impróprias; cirurgias
desnecessárias ou realizadas com imperícia;
desatenção a informações básicas, como conferir o
tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente.
O uso exagerado de remédios é outra
[45] tendência clara. Metade das cirurgias realizadas
nos Estados Unidos tem algum “evento adverso”
relacionado ao mau uso de medicações.
Erro médico não é terrível só para a vítima:
também tem forte impacto sobre os profissionais
[50] envolvidos.
CORDEIRO, Tiago. Erro médico. Superinteressante. Edição 391, jun. 2018, p. 23-33. Adaptado.
Os erros são classificados em cinco categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso de exames, ou má interpretação deles; medicamentos errados ou em dosagens/combinações impróprias; cirurgias desnecessárias ou realizadas com imperícia; desatenção a informações básicas, como conferir o tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente”. (linhas 36-43)
A expressão sublinhada tem papel coesivo e exemplifica o seguinte mecanismo de coesão textual:
Texto
ERRO MÉDICO
Tiago Cordeiro
Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto
de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou
que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido
[5] devido a erros no atendimento médico – que são a
maior causa de óbito no País. Outra pesquisa,
também feita em 2015, chegou a um número
menor: 104 mil mortes anuais. Mas ela é focada
em hospitais particulares. O número maior,
[10] infelizmente, é o mais preciso.
“A formação deficiente e a falta de estrutura,
sobretudo no serviço público, são as principais
causas de erro. Infelizmente, hoje o médico sai da
faculdade sem conhecimento suficiente para
[15] exercer a profissão”, afirma Fernando Maia
Vinagre, corregedor do Conselho Federal de
Medicina.
Outro elemento é a carga de trabalho
excessiva. “A média de atendimento em um
[20] ambulatório é de 16 a 20 pessoas, por médico, a
cada duas horas, porque o profissional precisa
fazer muitas consultas para receber um ganho
condizente”, afirma Fernando Polastro, membro da
Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Erro
[25] Médico (ABRAVEM). Isso é especialmente grave
nos hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que atende à maior parte da
população – e paga apenas R$12 por consulta.
Mas isso não explica tudo. Afinal, nos
[30] Estados Unidos, os médicos são bem formados e
remunerados, e mesmo assim as estatísticas de
erro são altíssimas. Há outro fator em jogo. E ele
não tem a ver com a falta de formação ou dinheiro.
É o contrário. Trata-se do mau uso das ferramentas
[35] da Medicina.
Os erros são classificados em cinco
categorias: diagnóstico errado ou tardio; excesso
de exames, ou má interpretação deles;
medicamentos errados ou em
[40] dosagens/combinações impróprias; cirurgias
desnecessárias ou realizadas com imperícia;
desatenção a informações básicas, como conferir o
tipo sanguíneo ou possíveis alergias do paciente.
O uso exagerado de remédios é outra
[45] tendência clara. Metade das cirurgias realizadas
nos Estados Unidos tem algum “evento adverso”
relacionado ao mau uso de medicações.
Erro médico não é terrível só para a vítima:
também tem forte impacto sobre os profissionais
[50] envolvidos.
CORDEIRO, Tiago. Erro médico. Superinteressante. Edição 391, jun. 2018, p. 23-33. Adaptado.
Em “Uma pesquisa (...) estimou que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido devido a erros no atendimento médico” (linhas 1-5), o conector sublinhado poderia ser substituído, sem alteração de sentido da frase, por
Texto
BECOS DA MEMÓRIA
A barriga de Ditinha cresceu. Beto estava com
treze anos. Ela temia pelo futuro de Beto. E depois
vieram o Zé, o Nico. A mesma coisa, ela só faltou
tomar o diabo em pó para abortar, entretanto a
[5] barriga crescia. Na última gravidez, ela já sabendo
que remédios, chás de nada adiantavam, pois tinha
o organismo forte, de mulher parideira, Ditinha foi
mais longe. Maria Cosme não era escrupulosa
como Vó Rita. Maria Cosme enfiou uma sonda por
[10] dentro de Ditinha. A sonda ficou lá dentro quase
dez dias, até que numa manhã ela começou a
sangrar. Sangrou tanto que foi parar no hospital.
Os médicos queriam que ela dissesse o nome da
“fazedeira de anjinhos”. Ela não disse mesmo; pelo
[15] contrário, se preciso fosse, se pudesse, até
esconder Maria Cosme, ela esconderia. Tiveram
que retirar o útero e o ovário de Ditinha. Ela
respirou aliviada, pelo menos não criaria barriga
mais nunca.
[20] Quando Ditinha chegou ao seu barraco, Beto e Zé
não estavam em casa. Mandou que Nico fosse
atrás deles; o menor voltou chorando e sozinho.
Estava tão cansada, olhou o pai paralítico e viu
seus olhos vermelhos, congestionados de cachaça.
[25] O velho pediu mais, ela deu.
EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Rio e Janeiro: Pallas, 2017. p.102-103.
Embora a personagem Ditinha não tenha sido descrita explicitamente, pode-se inferir que ela era uma