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Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
A história narrada se passa no final do século XVIII, em um espaço onde os personagens não tinham sequer relógios.
Considerando as ações dos personagens, nota-se que eles mantêm uma relação com esse espaço que se baseia em uma atitude de:
Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
A forma dos verbos pode indicar a duração prolongada de acontecimentos, como se observa em vários exemplos no texto.
Um desses exemplos encontra-se em:
Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
A figura de linguagem denominada “personificação” é empregada mais de uma vez ao longo da narrativa.
Um trecho que não contém essa figura é:
Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
Mas em que dia da semana tinha aquilo acontecido? (l. 3-4)
No primeiro parágrafo, o narrador se refere ao episódio mais importante que teria ocorrido na vida da personagem Ana Terra, sem contudo especificá-lo.
Conclui-se, assim, que a palavra aquilo se caracteriza pela:
Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
A voz de um personagem pode ser relatada pelo narrador de forma direta ou de forma indireta.
No relato indireto, há a possibilidade de o pensamento ou a fala do personagem se confundirem com a voz do próprio narrador, o que se observa na seguinte passagem do texto:
Texto
O fragmento de texto abaixo integra a primeira parte do romance O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. Nela, narra-se o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, a partir do território chamado de Continente
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando” − costumava dizer Ana Terra.
Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois
o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana
tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano? Bom, devia ter sido em 1777: ela se lembrava
[5] bem porque esse fora o ano da expulsão dos castelhanos do território do Continente. Mas ninguém
sabia ler na estância1 onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo
não existia calendário nem relógio. Eles guardavam na memória os dias da semana; viam as horas
pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fases da lua; e era o cheiro do ar, o
aspecto das árvores e a temperatura que lhes diziam das estações do ano. Ana Terra era capaz de
[10] jurar que aquilo acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores, que o inverno despira, se
enchiam outra vez de brotos verdes.
(...) Em certas noites Ana ficava acordada debaixo das cobertas, escutando o vento, eterno viajante
que passava pela estância gemendo ou assobiando, mas nunca apeava2 do seu cavalo; o mais que
[15] podia fazer era gritar um − “Ó de casa!” − e continuar seu caminho campo em fora. Passavam-se
meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens. Às vezes era até bom mesmo que eles
vivessem isolados, porque quando aparecia alguém era para trazer incômodo ou perigo. Nunca
se sabia. Uma vez tinham dado pouso a um desconhecido: souberam depois que se tratava dum
desertor do Presídio do Rio Grande, perseguido pela Coroa como autor de sete mortes. O pai de
[20] Ana costumava dizer que, quando via um leão-baio ou uma jaguatirica, não se impressionava:
pegava o mosquete3, calmo, e ia enfrentar o animal, mas, quando via aparecer homem, estremecia.
É que ali na estância eles estavam ressabiados. A princípio tinham sofrido com os castelhanos, que
dominaram o Continente por uns bons treze anos (...). De quando em quando grupos de índios
coroados desciam das bandas da Coxilha de Botucaraí e se vinham na direção do rio, atacando as
[25] estâncias (...). Havia também as “arriadas”, partidas de ladrões de gado (...).
Mas havia épocas em que não aparecia ninguém. E Ana só via a seu redor quatro pessoas: o pai, a
mãe e os irmãos.
ÉRICO VERÍSSIMO “Ana Terra”. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
1 estância – tipo de fazenda
2 apear – descer da montaria
3 mosquete – tipo de arma de fogo
Mas ninguém sabia ler na estância onde Ana vivia com os pais e os dois irmãos, e mesmo naquele fim de mundo não existia calendário nem relógio. (l. 5-7)
O conector “mas” expressa, frequentemente, oposição entre ideias, o que não ocorre no fragmento acima.
Nesse fragmento, considerando o que foi enunciado imediatamente antes no texto, o conector “mas” introduz um sentido que pode ser definido como: