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TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
Na visão do articulista, o processo de mercantilização da vida do homem contemporâneo
TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
Segundo o comentário do livro “O que o dinheiro não compra — os limites morais do mercado”, feita por Gustavo Dainezi, a obra referida evidencia que
TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
O texto, na sua totalidade, apresenta, como
TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
Indique V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o sentido da expressão sugerido pelo enunciador no texto.
( ) “encilhamento financeiro” (l. 14) — movimento especulativo de interesses monetários, sob o pretexto de favorecer o processo de industrialização do país, de resultados duvidosos.
( ) “ ‘dinheiro não tem cheiro’ ” (l. 27) — os fins não justificam os meios, o que significa que o fato gerador do dinheiro deve ser uma atividade econômica legítima, permissível.
( ) “signos teológicos secularizados” (l. 50) — os deuses do capitalismo: o capital e o consumismo.
( ) “ ‘tempo é dinheiro’ ” (l. 53) — a sociedade materialista trata o tempo como mercadoria.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
A alternativa em que a ideia de proporcionalidade entre as orações do período está evidenciada é a
TEXTO:
O que devemos fazer quando a promessa de
progresso monetário ou de eficiência econômica significa
estabelecer um preço para os bens considerados sem
preço? Enfrentamos continuamente o dilema de nos
5 movimentar em mercados moralmente questionáveis na
expectativa de alcançar fins meritórios.
No livro O que o dinheiro não compra — os limites
morais do mercado, Michael J. Sandel apresenta uma
claríssima descrição do processo de mercantilização
10 da vida do homem contemporâneo e nos mostra um
sombrio quadro do totalitarismo econômico do sistema
capitalista, capaz de subverter as disposições éticas
mais basilares da conduta humana em nome do
encilhamento financeiro. Nesse contexto, tudo se torna
15 plenamente comercializável, seja a aquisição do diploma
universitário, o atendimento prioritário nas filas de
embarque dos aeroportos, a possibilidade de participação
nas seções parlamentares, assim como a venda de
autógrafos dos ídolos esportivos ou mesmo a venda de
20 órgãos do corpo humano, dentre inúmeras outras
circunstâncias bizarras.
A vida humana se torna, na sociedade
contemporânea, o grande motor do capital. Se antes o
dinheiro era o suporte econômico para a manutenção
25 material da vida humana, agora essa passa a se
submeter cegamente aos ditames financeiros. Diz-se
popularmente que “dinheiro não tem cheiro”: o dinheiro
é desprovido de conteúdo moral, uma vez que é apenas
um instrumento que serve de intermédio para as
30 transações comerciais humanas. Nessa perspectiva, o
que importa é o negócio e não a origem do dinheiro;
todavia as ações capitaneadas pela acumulação cada
vez mais sôfrega de lucros são plenamente regidas pela
órbita da moralidade, circunstância que justifica a
35 aplicação de paradigmas axiológicos na análise filosófica
da relação humana com o dinheiro. Quanto mais o
mercado aumenta a sua infiltração nas esferas não
econômicas da vida humana, mais ele se envolve em
questões tipicamente morais. A era do triunfalismo do
40 mercado coincidiu com um período no qual o discurso
público se diluiu radicalmente de qualquer substância
moral e espiritual. Talvez nossa única esperança de
manter a estrutura do mercado em seu devido lugar seja
discutirmos o genuíno significado dos bens e das
45 práticas sociais que valorizamos na vida social.
O dinheiro tornou-se uma horrenda hipóstase
humana, cultuada como o suprassumo da existência
de cada pessoa. Os signos que regem a dinâmica da
máxima exploração comercial de bens e valores são
50 signos teológicos secularizados, pois o dinheiro se
tornou o deus do regime capitalista. Nunca se fez valer
de maneira tão infame o lema-mor do espírito capitalista
“tempo é dinheiro”. [...]
DAINEZI, Gustavo. O preço do dinheiro. Filosofia: ciência & vida. São Paulo: Escola, ano VII, n. 74, p. 78, set. 2012.
No período “Se antes o dinheiro era o suporte econômico para a manutenção material da vida humana, agora essa passa a se submeter cegamente aos ditames financeiros” (l. 23-26),