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Software corrige redações
Por JOHN MARKOFF
The New York Times International Weekly
Em colaboração com Folha de S.Paulo – 15 abr.2013
[1] Imagine que, ao fazer um exame da faculdade, [em vez de] você receber sua nota do professor algumas semanas depois, você possa clicar no botão "Enviar" ao terminar o teste e receber de volta instantaneamente o resultado, tendo sua redação avaliada por um programa de computador. Agora imagine que esse sistema permita que você imediatamente refaça o exame para tentar melhorar a nota.
[2] EdX, uma empresa sem fins lucrativos fundada pela Universidade Harvard e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cursos on-line, lançou esse sistema e vai disponibilizar seu software automatizado de graça na internet para qualquer instituição que queira usá-lo.
[3] O software utiliza inteligência artificial para avaliar as redações e respostas curtas por escrito, liberando os professores para outras tarefas.
[4] [Embora] os sistemas de notas automáticas para testes de múltipla escolha estejam disseminados, o uso da tecnologia para dar notas a redações ainda não recebeu apoio generalizado de educadores e tem muitos críticos.
[5] Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o software de notas instantâneas seria uma ferramenta pedagógica útil, permitindo que os estudantes façam testes e escrevam redações várias vezes para melhorar a qualidade de suas respostas. "Os alunos nos dizem que estão aprendendo muito mais com o 'feedback' instantâneo", disse o doutor Agarwal.
[6] Mas os céticos dizem que o sistema automático não se compara a professores reais.
[7] Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a atenção várias vezes ao criar redações absurdas que enganaram o software, fazendo-o dar notas altas.
[8] "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos", disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
[9] Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000 assinaturas.
[10] "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma parte da declaração do grupo.
"Os computadores não sabem ler. Eles não podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético, argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade, entre outros."
[11] A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
[12] O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
[13] O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse. "Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação encontrada de instrutor para instrutor."
[14] A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
[15] A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que incorporará a tecnologia de avaliação automática.
[16] Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também se dedicam a sistemas de avaliação automática.
[17] No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas curtas.
[18] Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
[19] Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no ambiente educacional.
[20] Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de redação, segundo Shermis.
[21] [Além disso,] ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das melhores universidades americanas.
[22] ["Muitas vezes,] eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o 'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece de fato no mundo real."
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-softwarecorrige- redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
No primeiro parágrafo, o efeito de sentido pretendido pelo emprego do pronome você é o de
Software corrige redações
Por JOHN MARKOFF
The New York Times International Weekly
Em colaboração com Folha de S.Paulo – 15 abr.2013
[1] Imagine que, ao fazer um exame da faculdade, [em vez de] você receber sua nota do professor algumas semanas depois, você possa clicar no botão "Enviar" ao terminar o teste e receber de volta instantaneamente o resultado, tendo sua redação avaliada por um programa de computador. Agora imagine que esse sistema permita que você imediatamente refaça o exame para tentar melhorar a nota.
[2] EdX, uma empresa sem fins lucrativos fundada pela Universidade Harvard e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cursos on-line, lançou esse sistema e vai disponibilizar seu software automatizado de graça na internet para qualquer instituição que queira usá-lo.
[3] O software utiliza inteligência artificial para avaliar as redações e respostas curtas por escrito, liberando os professores para outras tarefas.
[4] [Embora] os sistemas de notas automáticas para testes de múltipla escolha estejam disseminados, o uso da tecnologia para dar notas a redações ainda não recebeu apoio generalizado de educadores e tem muitos críticos.
[5] Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o software de notas instantâneas seria uma ferramenta pedagógica útil, permitindo que os estudantes façam testes e escrevam redações várias vezes para melhorar a qualidade de suas respostas. "Os alunos nos dizem que estão aprendendo muito mais com o 'feedback' instantâneo", disse o doutor Agarwal.
[6] Mas os céticos dizem que o sistema automático não se compara a professores reais.
[7] Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a atenção várias vezes ao criar redações absurdas que enganaram o software, fazendo-o dar notas altas.
[8] "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos", disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
[9] Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000 assinaturas.
[10] "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma parte da declaração do grupo.
"Os computadores não sabem ler. Eles não podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético, argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade, entre outros."
[11] A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
[12] O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
[13] O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse. "Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação encontrada de instrutor para instrutor."
[14] A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
[15] A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que incorporará a tecnologia de avaliação automática.
[16] Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também se dedicam a sistemas de avaliação automática.
[17] No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas curtas.
[18] Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
[19] Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no ambiente educacional.
[20] Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de redação, segundo Shermis.
[21] [Além disso,] ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das melhores universidades americanas.
[22] ["Muitas vezes,] eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o 'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece de fato no mundo real."
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-softwarecorrige- redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
A função das vírgulas empregadas no 8º parágrafo é
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Por JOHN MARKOFF
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Em colaboração com Folha de S.Paulo – 15 abr.2013
[1] Imagine que, ao fazer um exame da faculdade, [em vez de] você receber sua nota do professor algumas semanas depois, você possa clicar no botão "Enviar" ao terminar o teste e receber de volta instantaneamente o resultado, tendo sua redação avaliada por um programa de computador. Agora imagine que esse sistema permita que você imediatamente refaça o exame para tentar melhorar a nota.
[2] EdX, uma empresa sem fins lucrativos fundada pela Universidade Harvard e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cursos on-line, lançou esse sistema e vai disponibilizar seu software automatizado de graça na internet para qualquer instituição que queira usá-lo.
[3] O software utiliza inteligência artificial para avaliar as redações e respostas curtas por escrito, liberando os professores para outras tarefas.
[4] [Embora] os sistemas de notas automáticas para testes de múltipla escolha estejam disseminados, o uso da tecnologia para dar notas a redações ainda não recebeu apoio generalizado de educadores e tem muitos críticos.
[5] Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o software de notas instantâneas seria uma ferramenta pedagógica útil, permitindo que os estudantes façam testes e escrevam redações várias vezes para melhorar a qualidade de suas respostas. "Os alunos nos dizem que estão aprendendo muito mais com o 'feedback' instantâneo", disse o doutor Agarwal.
[6] Mas os céticos dizem que o sistema automático não se compara a professores reais.
[7] Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a atenção várias vezes ao criar redações absurdas que enganaram o software, fazendo-o dar notas altas.
[8] "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos", disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
[9] Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000 assinaturas.
[10] "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma parte da declaração do grupo.
"Os computadores não sabem ler. Eles não podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético, argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade, entre outros."
[11] A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
[12] O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
[13] O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse. "Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação encontrada de instrutor para instrutor."
[14] A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
[15] A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que incorporará a tecnologia de avaliação automática.
[16] Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também se dedicam a sistemas de avaliação automática.
[17] No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas curtas.
[18] Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
[19] Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no ambiente educacional.
[20] Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de redação, segundo Shermis.
[21] [Além disso,] ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das melhores universidades americanas.
[22] ["Muitas vezes,] eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o 'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece de fato no mundo real."
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-softwarecorrige- redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
No 14º parágrafo, as aspas estão empregadas, respectivamente, para assinalar
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Em colaboração com Folha de S.Paulo – 15 abr.2013
[1] Imagine que, ao fazer um exame da faculdade, [em vez de] você receber sua nota do professor algumas semanas depois, você possa clicar no botão "Enviar" ao terminar o teste e receber de volta instantaneamente o resultado, tendo sua redação avaliada por um programa de computador. Agora imagine que esse sistema permita que você imediatamente refaça o exame para tentar melhorar a nota.
[2] EdX, uma empresa sem fins lucrativos fundada pela Universidade Harvard e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cursos on-line, lançou esse sistema e vai disponibilizar seu software automatizado de graça na internet para qualquer instituição que queira usá-lo.
[3] O software utiliza inteligência artificial para avaliar as redações e respostas curtas por escrito, liberando os professores para outras tarefas.
[4] [Embora] os sistemas de notas automáticas para testes de múltipla escolha estejam disseminados, o uso da tecnologia para dar notas a redações ainda não recebeu apoio generalizado de educadores e tem muitos críticos.
[5] Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o software de notas instantâneas seria uma ferramenta pedagógica útil, permitindo que os estudantes façam testes e escrevam redações várias vezes para melhorar a qualidade de suas respostas. "Os alunos nos dizem que estão aprendendo muito mais com o 'feedback' instantâneo", disse o doutor Agarwal.
[6] Mas os céticos dizem que o sistema automático não se compara a professores reais.
[7] Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a atenção várias vezes ao criar redações absurdas que enganaram o software, fazendo-o dar notas altas.
[8] "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos", disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
[9] Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000 assinaturas.
[10] "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma parte da declaração do grupo.
"Os computadores não sabem ler. Eles não podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético, argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade, entre outros."
[11] A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
[12] O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
[13] O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse. "Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação encontrada de instrutor para instrutor."
[14] A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
[15] A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que incorporará a tecnologia de avaliação automática.
[16] Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também se dedicam a sistemas de avaliação automática.
[17] No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas curtas.
[18] Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
[19] Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no ambiente educacional.
[20] Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de redação, segundo Shermis.
[21] [Além disso,] ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das melhores universidades americanas.
[22] ["Muitas vezes,] eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o 'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece de fato no mundo real."
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-softwarecorrige- redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
A presença de palavras em inglês é uma constante no texto. O uso de software e mainframe, por exemplo, se justifica porque
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Em colaboração com Folha de S.Paulo – 15 abr.2013
[1] Imagine que, ao fazer um exame da faculdade, [em vez de] você receber sua nota do professor algumas semanas depois, você possa clicar no botão "Enviar" ao terminar o teste e receber de volta instantaneamente o resultado, tendo sua redação avaliada por um programa de computador. Agora imagine que esse sistema permita que você imediatamente refaça o exame para tentar melhorar a nota.
[2] EdX, uma empresa sem fins lucrativos fundada pela Universidade Harvard e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para oferecer cursos on-line, lançou esse sistema e vai disponibilizar seu software automatizado de graça na internet para qualquer instituição que queira usá-lo.
[3] O software utiliza inteligência artificial para avaliar as redações e respostas curtas por escrito, liberando os professores para outras tarefas.
[4] [Embora] os sistemas de notas automáticas para testes de múltipla escolha estejam disseminados, o uso da tecnologia para dar notas a redações ainda não recebeu apoio generalizado de educadores e tem muitos críticos.
[5] Anant Agarwal, presidente da EdX, previu que o software de notas instantâneas seria uma ferramenta pedagógica útil, permitindo que os estudantes façam testes e escrevam redações várias vezes para melhorar a qualidade de suas respostas. "Os alunos nos dizem que estão aprendendo muito mais com o 'feedback' instantâneo", disse o doutor Agarwal.
[6] Mas os céticos dizem que o sistema automático não se compara a professores reais.
[7] Um antigo crítico, Les Perelman, chamou a atenção várias vezes ao criar redações absurdas que enganaram o software, fazendo-o dar notas altas.
[8] "Minha primeira e maior objeção à pesquisa é que eles não fizeram um teste estatístico válido comparando o software com avaliadores humanos", disse Perelman, diretor de redação aposentado e atual pesquisador no MIT.
[9] Ele faz parte de um grupo de educadores que circula uma petição contra o software de avaliação automática. O grupo já coletou quase 2.000 assinaturas.
[10] "Vamos encarar a realidade das notas de testes automáticos", diz uma parte da declaração do grupo.
"Os computadores não sabem ler. Eles não podem medir os fatores essenciais da comunicação escrita eficaz: precisão, raciocínio, adequação de evidências, bom senso, posicionamento ético, argumentação convincente, organização significativa, clareza e veracidade, entre outros."
[11] A ferramenta de avaliação EdX exige que professores ou avaliadores humanos primeiro deem nota a cem redações. Então o sistema usa as técnicas de aprendizado mecânico para se treinar e ser capaz de dar notas a qualquer número de redações ou respostas quase instantaneamente.
[12] O software vai atribuir uma nota dependendo do sistema de avaliação criado pelo professor e fornecerá um "feedback" geral, como dizer a um estudante se uma resposta tratava do assunto certo.
[13] O doutor Agarwal acredita que o software se aproxima da capacidade de avaliação humana. "Há um longo caminho a percorrer no aprendizado mecânico, mas ele já é bom o suficiente e a vantagem é muito grande", disse. "Descobrimos que a qualidade das notas é semelhante à variação encontrada de instrutor para instrutor."
[14] A EdX não é a primeira a usar tecnologia automatizada de avaliação, que data dos primeiros computadores "mainframe" dos anos 1960. Várias companhias oferecem programas comerciais para dar notas a respostas em testes escritos. Em alguns casos, o software é usado como um "segundo leitor" para verificar a confiabilidade dos avaliadores humanos.
[15] A Universidade Stanford, na Califórnia, anunciou recentemente que vai trabalhar com a EdX para desenvolver um sistema educacional conjunto que incorporará a tecnologia de avaliação automática.
[16] Duas start-ups fundadas recentemente por professores de Stanford para criar "cursos abertos de massa on-line" (Mooc, na sigla em inglês) também se dedicam a sistemas de avaliação automática.
[17] No ano passado, a Fundação Hewlett patrocinou dois prêmios de US$ 100 mil destinados a aperfeiçoar um software que avalia testes de respostas curtas.
[18] Mark D. Shermis, professor da Universidade de Akron, em Ohio, supervisionou o concurso da Fundação Hewlett.
[19] Na opinião dele, a tecnologia – embora imperfeita – tem seu lugar no ambiente educacional.
[20] Com classes cada vez maiores, é impossível para grande parte dos professores dar aos estudantes um "feedback" significativo sobre tarefas de redação, segundo Shermis.
[21] [Além disso,] ele notou que os críticos da tecnologia tendem a vir das melhores universidades americanas.
[22] ["Muitas vezes,] eles vêm de instituições muito prestigiosas, onde o 'feedback' recebido pelos alunos é muito melhor do que uma máquina seria capaz de dar", disse o doutor Shermis. "Falta a percepção do que acontece de fato no mundo real."
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/103891-softwarecorrige- redacoes.shtml. Acesso em: 17 abr.2013.
As expressões em destaque ao longo do texto estabelecem, respectivamente, relação de sentido de