Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Barroco
Os movimentos literários tiveram início, no Brasil, durante o século XVI e são divididos em dois grandes momentos: a era colonial e a era nacional. Esses dois períodos ficaram marcados e separados pela emancipação política do Brasil. Relacione as assertivas ao movimento correspondente.
1. Barroco
2. Arcadismo
3. Romantismo
4. Realismo/Naturalismo
5. Parnasianismo
( ) Esse movimento propõe conectar o homem à natureza por meio da arte. Sua essência baseia-se no resgate da Antiguidade clássica, que não separava a arte da técnica. O processo não estaria ligado diretamente à habilidade, mas ao saber fazer.
( ) Com enfoque no ser humano e no seu cotidiano, na crítica social, com linguagem simples e objetiva cujos personagens e ambientes são descritos de forma detalhada, iniciou oficialmente em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis.
( ) É marcado pela expressão e pela valorização dos sentimentos, com destaque para a dualidade entre o amor e o sofrimento. A liberdade de criação se mistura à fantasia. As marcas principais são sentimentalismo, supervalorização das emoções pessoais, subjetivismo e egocentrismo.
( ) Em meio a um período em que a arte ganha espaço, esse movimento literário estimulou o ser humano a redescobrir a fé. Os textos refletem elementos rebuscados e quase sempre extravagantes, em que são valorizados os detalhes em jogo de contrastes.
( ) Movimento literário que iniciou na França, em meados do século XIX, com o objetivo de produzir “poesias perfeitas”, valorizando a forma e a linguagem culta, criticando o sentimentalismo. A objetividade, a valorização da metrificação e a presença de impessoalidade também fazem parte de suas principais características.
A sequência correta é
Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres¹,
Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.)
1Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão de Gregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugam com esperteza os verdadeiros “homens nobres”.
No soneto, o eu lírico enraíza na cidade da Bahia a figuração tradicional do desconcerto do mundo.
No quadro da economia colonial, esse desconcerto do mundo mostra-se associado a um momento crítico da produção
Esta arte trabalha sobre uma dicotomia, quase uma dilaceração. De um lado, as determinações católicas contrarreformistas — a obrigação de tratar dos temas bíblicos e da vida de santos; a perspectiva teocêntrica, que considera Deus como o centro do mundo, o eixo da vida. De outro, as solicitações do mundo — os temas da vida real, como as conquistas, as maravilhas inventadas pelos homens, segundo a perspectiva antropocêntrica, que considera o homem a medida de todas as coisas. Daí aparecem tensões entre o divino e o humano, o tema religioso e o tema mundano, o sublime e o profano, o alto e o baixo, etc.
(Luís Augusto Fischer. Literatura brasileira: modos de usar, 2013. Adaptado.)
O texto trata da arte
Observe, agora, a exploração que se faz, no Texto, de características da estética Barroca. Esse texto serve de base à Questão.
Texto 7
Meme produzido com base na obra “A Penitente Maria Madalena” A G (1593–1652/53) Disponível em: https://4.bp.blogspot.com/- kNyKh7zD_ZA/WwslQOdqObI/AAAAAAAAz6o/O7gCsrLxb4hVvK D_6z3799M3PCZnOHgCLcBGAs/s1600/oumf6e.jpg.jpg Acesso em: 12 maio 2022.
Texto 8
Exagerado
Amor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade
Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
[...]
Composição: Leoni Rodrigues Siqueira Junior Carlos / Da Silva Ramos Neto Agenor / Neves Jose Ezequiel Moreira. Exagerado. Excertos. Disponível em: https://www.letras.mus.br/cazuza/43861/ Acesso em: 11 maio 2022.
Texto 9
Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem
Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:
Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia*?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.
MATOS, Gregório de. Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem. In: WISNIK, José Miguel (org.). Poemas escolhidos – Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
*porfia: discussão, insistência.
Texto 10
Certas Coisas
Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim
[...]
Eu te amo calado
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som
Tem certas coisas que eu não sei dizer
[....]
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta. Certas coisas. Excertos. Disponível em: https://www.letras.mus.br/lulu-santos/35063/ Acesso em: 30 abr. 2022.
Texto 11
O hibridismo entre a arte barroca romana e a tropicalidade brasileira deu origem a dois novos produtos da parceria entre a marca e os designers.
Com mais de dez anos, a consolidada parceria entre Melissa e os Irmãos Campana volta a gerar novos produtos. Para o Verão 2016, moda e design unem-se na criação dessa nova minicoleção, que promete encantar o cotidiano das consumidoras.
A novidade conjuga arte barroca romana com a brasilidade para compor duas flats: a Melissa Barroca + Irmãos Campana (rasteira) e a Melissa Barroca Sandal + Irmãos Campana (sapatilha). O resultado dessa mistura inusitada pode ser notado na trama que compõe os produtos, trazendo florais, anjos e asas – elementos adjuntos da fundição de latão e bronze italiano – e animais, como lagartos (para causar ruptura no olhar e questionamento por parte do observador), insetos e pássaros – que remetem à fauna brasileira. Além disso, a textura também é composta por elementos inusitados como presilhas, tesouras, assim como parafusos, molas e telas metálicas, infiltrados como símbolos contemporâneos na composição dos modelos com temática rococó. [...]
Disponível em: http://www.portaldapropaganda.com.br/noticias/589/melissa-e-irmaos-campana-novidade-para-o-verao-2016. Acesso em 01.out.2022. Excerto adaptado.
Nos Textos 7, 8, 9 e 10, podemos identificar algumas características da literatura barroca. O Texto 11, entretanto, não é literário, mas nele se apresentam produtos que, segundo o autor "conjugam arte barroca romana com brasilidade”.
Que traço da estética barroca pode ser reconhecido na descrição feita no Texto 11?
Texto 1
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
Te cobre as faces que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual Tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Gonzaga, T. Antônio. Marília de Dirceu e Cartas Chilenas. São Paulo: Ática,1997, p.12
Texto 2
Saudosamente sentido na ausência da dama a quem o autor muito amava
Entre (ó Floralva) assombros repetidos
É tal a pena, com que vivo ausente,
Que palavra a voz me não consente,
E só para sentir me dá sentidos.
Nos prantos, e nos ais enternecidos,
Dizer não pode o peito o mal que sente;
Pois vai confusa a queixa na corrente,
E mal articulada nos gemidos.
Se para o meu tormento conheceres
Não bastar o sutil discurso vosso,
A dor me não permite outros poderes.
Vede nos prantos, e ais o meu destroço;
E entendei vós o mal como quiserdes,
Que eu só sei explicá-lo como posso.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 2004, p.202.
A partir dos dois poemas, assinale a alternativa correta.
Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres¹,
Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.)
1Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão de Gregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugam com esperteza os verdadeiros “homens nobres”.
O soneto de Gregório de Matos constitui um exemplo da sua poesia de teor
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