Questões de Geografia - Geral - Sociedade e População - Migrações
Diversas pessoas saem diariamente de seus de países de origem ou de onde têm residência fixa para morar em outro. Os motivos são vários: para estudar, para buscar melhores condições de vida, mais oportunidades de trabalho, para aprender uma nova cultura. Esse movimento se chama migração internacional. No geral, essa movimentação é voluntária e, quando essas pessoas chegam ao novo país, são consideradas imigrantes. Para além da migração voluntária, há também os imigrantes forçados que são obrigados a abandonar seu local de origem contra a própria vontade. De acordo com os fatores repulsivos que obrigaram as pessoas a migrarem, elas podem ser consideradas refugiadas e contam com a proteção internacional e o princípio da não devolução.
Disponível em: https://www.gov.br/. Acesso em: 8 out. 2023. (Adaptado).
Sobre os critérios para reconhecimento de refugiados, é correto afirmar que
Sobre a questão de refugiados no Brasil e no mundo, analise as proposições.
I. Alguns dos motivos que levam uma pessoa a ser refugiada são: violação dos direitos humanos, catástrofes naturais, perseguições políticas, religiosas e∕ou étnicas.
II. 52% de todos os refugiados no mundo são provenientes de três países: Síria, Ucrânia e Afeganistão.
III. A Venezuela é o país que recebe mais refugiados no mundo e oferece acolhida aos estrangeiros com nova nacionalidade.
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.
TEXTO I
Oriunda da Romênia, Genny Gleizer aportou no Brasil em 1932. Assim como milhares de judeus do Leste Europeu, sua vinda para o Brasil ocorreu em um momento de ascensão do antissemitismo na Europa que tornava precárias suas vidas. O Brasil se colocava como uma possibilidade na busca por condições de sobrevivência e desenvolvimento.
ANTÃO, A. C. C. B. Gênero, imigração e política: o caso da judia comunista Genny Gleizer no Governo Vargas (1932-1935). Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2017 (adaptado).
TEXTO II
A presença judaica no Brasil foi criando aos poucos certas desconfianças que se refletiram em órgãos da imprensa e em círculos intelectuais e políticos. Em parte, essa imagem negativa adviria da onda nacionalista surgida no final dos anos 1910, que concebia imigrantes como concorrentes dos trabalhadores brasileiros, ou como seres improdutivos, exploradores da mão de obra e da riqueza autóctone. Além disso, as elites políticas da época acreditavam que os estrangeiros eram portadores das doutrinas anarquista e comunista, estranhas à “índole do povo brasileiro”. Esses “indesejáveis” seriam um mal externo que corromperia a nação.
MAIO, M. C.; CALAÇA, €. E. Um balanço da bibliografia sobre o antissemitismo no Brasil. In: GRINBERG, K. (Org.). Os judeus no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado).
Conforme descrito nos textos, o tratamento dispensado aos grupos mencionados se fundamentava em
“A onda migratória da Venezuela é consequência de um enorme colapso econômico que ocorreu entre os anos de 2013 e 2021, reduziu o PIB do país em mais de 75% e causou a saída até o momento de 7 milhões de pessoas. Dessas, cerca de 6 milhões estão em países da América Latina e do Caribe. Essa chegada massiva de imigrantes venezuelanos, que em muitos casos necessitam de atenção imediata, - incluindo as questões mais básicas como alimentação, abrigo, remédios, vacinas, educação para as crianças - teve um impacto significativo nos países receptores. Isso ocorreu porque essas nações tiveram que fazer um esforço significativo para receber os recém-chegados....” –
Fonte: Uol, 2023. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2023/01/08/migrantes-venezuelanos-estaomelhorando-a-economia-dos-paises-que-os-recebem.htm acesso em: 16 de janeiro de 2023;
O texto cita um movimento migratório em massa ocorrida na Venezuela no século XXI, sobre isso, marque a alternativa que aponte o principal motivo desta migração.
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Texto
Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes*
Ao se mudar para um novo país, um imigrante enfrenta as dificuldades da distância de amigos e de familiares e, a curto prazo, sofre adversidades no processo de integração. Por mais que uma rede de contatos se forme aos poucos, com a distância, os obstáculos são enfrentados sozinhos, e enquanto o migrante estiver fora de seu país de origem, vai passar por uma situação comumente conhecida como “nem aqui, nem lá.”
Nem aqui, pois dificilmente o imigrante ficará 100% integrado, sempre levando consigo a cultura e os costumes do país de origem. E nem lá, pois, enquanto estiver afastado, estará distante de seu país de residência habitual, perdendo acontecimentos importantes e querendo estar próximo dos entes queridos. Assim é a vida de todos que escolhem ou que precisam continuar suas vidas longe de seus países de origem.
Quer seja um imigrante, quer seja um refugiado, os momentos difíceis são os mesmos no que diz respeito à cultura, aos entes queridos e aos momentos para se dividir. Estar com alguém do mesmo país ameniza as dificuldades, e com a tecnologia fica relativamente possível estar mais próximo, mas ainda assim, estar em outro país, longe dos costumes e da vida habitual, mexe com todos aqueles que emigram.
Como nação, as pessoas geralmente dividem um sentimento de identidade e de pertencimento, envolvendo uma consciência nacional. O Brasil, tendo sempre sido um país que acolheu e acolhe diversas nacionalidades, fez da heterogeneidade algo natural.
No entanto, para que essa identidade coletiva seja formada, geralmente há um conjunto de dialetos, de línguas, de religião nacional, de cidadania, de serviço militar, de sistema educacional, hinos e bandeiras que precisam ser usados como ferramentas para criar algo mais homogêneo. É preciso olhar para a sociedade que está recebendo e perceber suas características. Mas como os imigrantes podem perceber as mudanças que estão ocorrendo no processo migratório? É uma dinâmica que muitas vezes leva ao “nem aqui, nem lá”. Através da assimilação, os imigrantes aos poucos deixariam de lado sua cultura do país de origem e se tornariam parte do país que os recebeu. Com a integração, no entanto, ambas as culturas se acomodam: os recém-chegados se adaptam gradualmente, mas há também transformações no país que decide hospedar.
Desse modo, o “nem aqui, nem lá”, um efeito da transnacionalidade, é um processo simultâneo que mexe com os imigrantes nos países de destino e seu envolvimento com a sociedade local. O que pode minimizar esse choque são comunidades que promovam a incorporação desses imigrantes, para que haja esforços mútuos das nacionalidades envolvidas e essas saiam ganhando com um ambiente mais diverso e plural.
Ao mesmo tempo, a transnacionalidade permite que esses indivíduos mantenham identidades múltiplas, contatos e afiliações. Esse fenômeno tem efeitos positivos e negativos, tanto para aqueles que se mudam para outro país, como para os que ficam. Como impactos negativos, pode ser mencionado que geralmente pessoas transnacionais têm que lidar com um sentimento de não pertencimento, quando inicialmente é difícil se estabelecer em um lugar onde eles tentam fazer parecer como um lar. Além disso, alguns expatriados podem viver numa “bolha nacional” fora de seu país de origem, não dispostos a integrar, nem de aprender a língua ou fazer alguns esforços para se adaptar à nova cultura. Como pontos positivos, os transnacionais têm a possibilidade de enviar remessas e de dividir conhecimentos e experiências culturais com os que ficaram para trás.
Migrantes transnacionais têm que lidar com desafios diferentes quando se movem. Embora pudesse ser dito que seja mais fácil migrar agora por conta da tecnologia e lugares mais heterogêneos, ainda é difícil passar por um processo de integração, algo que depende dos esforços dos imigrantes, pois a integração é uma via de mão dupla, que pode ser amenizada quando a população local é mais aberta ao diverso e ao acolhimento.
*Migrante: o que muda de lugar, de região ou de país. (DICIONÁRIO ON LINE). Disponível em: www.dicio.com.br/migrante/. Acesso em: 30 jan. 2020 (adaptado).
Sobre a interpretação do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Observe a figura e o texto a seguir para responder a questão.
“Nos últimos anos, a Europa teve de responder ao desafio migratório mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os fluxos migratórios da UE registrados em 2015 e 2016 diminuíram. Em 2019, 120.000 pessoas chegaram à Europa por via marítima, contra mais de um milhão, em 2015. No entanto, a travessia do Mediterrâneo continuou a ser mortal, com 1.319 mortos ou desaparecidos em 2019, contra 2.277 em 2018; e 3.139, em 2017. O afluxo de migrantes e requerentes de asilo à Europa demonstrou a necessidade de políticas europeias de asilo e migração mais justas e eficazes”.
https://www.europarl.europa,25/10/2021.
Sobre a crise de refugiados retratada no texto, é possível verificar que:
I. Nos últimos anos, as pessoas têm migrado em grande número para a Europa. Os principais motivos são os conflitos, o medo e a perseguição nos seus próprios países.
II. Dos 295.800 requerentes de asilo a quem foi concedido estatuto de proteção na União Europeia (UE), em 2019, mais de um terço provinha da Turquia devastada pela guerra, ocupando o Afeganistão e a Alemanha o segundo e terceiro lugares respetivos nessa lista. Em todos esses países, os civis enfrentam ameaças devido a conflitos armados, violações dos direitos humanos ou perseguição.
III. Em 2019, 272 milhões de pessoas em todo o mundo viviam fora do seu país de origem. Na UE, cerca de 35 milhões de pessoas tinham nascido num país diferente do seu país de residência. Dessas pessoas, quase 22 milhões tinham nascido fora da UE, enquanto cerca de 13 milhões eram originárias de outro país da UE.
IV. O desafio da migração na Europa expôs deficiências no sistema de asilo da União Europeia. O Parlamento Europeu tentou combater esse problema ao propor reformas do regulamento de Dublin, que determina o país da UE responsável pelo tratamento dos pedidos de proteção internacional.
V. Uma vez que a reforma da política comum de asilo tinha estagnado, em setembro de 2020, a Comissão propôs um Novo Pacto em matéria de Migração e Asilo, que estabelece procedimentos mais rápidos em todo o sistema de asilo e migração da UE, e inclui uma revisão do regulamento de Dublin, além de fornecer novas opções sobre como os Estados-Membros podem expressar a sua solidariedade nesse tema.
Estão corretas:
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