Na obra, a estratégia de alternar o ponto de vista da narração entre os capítulos produz um efeito de
TEXTO I
Quis ser escritor. Mas nem sempre. Quem escreve, creio, tem a possibilidade de reinventar-se: no criar histórias – mesmo que de reis e de rainhas, de nuvem-bailarina, de carro de brinquedo feito de cor não apreciada – é que o escritor vai se fazendo.
RITER, Caio. Eu e o silêncio do meu pai. São Paulo: Biruta, 2011, p.33.
TEXTO II
Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo. Neste esforço a que me vou entregando, re-crio, e revivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1989. p.9.
Os textos I e II têm em comum a
Não quer para si a família que tem, nem quer ser o pai que seu pai é. Quer ser capaz de abraços livres, quer ser capaz de se entregar ao que sente. Sempre e sempre. [...].
O garoto sabe que lá na sala o pai e a mãe o aguardam: ela ocupada com o almoço, ele [...] vendo algum programa qualquer na tevê ou varrendo o pátio. Por isso, adia levantar-se. Mas sabe que. [...]
Sente o abraço frio do pai, sente nas costas três tapinhas que se pretendem afetuosos e as palavras-conselhos-inútil:
– Juízo, hein?
RITER, Caio. Eu e o silêncio do meu pai. São Paulo: Biruta, 2011, p.84.
O termo destacado manifesta uma avaliação do narrador em relação à ação apresentada em
Recordo muito mais de minha mãe nos castigar ou nos bater do que do meu pai. Forço a memória e nenhuma imagem de sua mão batendo em mim surge.
Todavia.
A lembrança de um jantar me machuca. Meu pai contava qualquer coisa para uns parentes nossos que nos visitavam. Minha irmã contestou o dito. Meu pai estava sóbrio, acho. E ele era, quando sóbrio, aquele tipo de homem que não admite que seus filhos o corrijam, o questionem. Pois então.
RITER, Caio. Eu e o silêncio do meu pai. São Paulo: Biruta,2011. p.74.
A propósito das estruturas linguísticas presentes no texto, afirma- se:
I- A relação estabelecida entre as duas orações do primeiro período é de comparação.
II- O emprego de ‘todavia’ segue a orientação tradicional de seu uso sintático difundido pelas gramáticas e marca a oposição entre as ideias apresentadas.
III- A forma como a expressão ‘pois então’ é apresentada no texto cria um efeito de oralidade para a narrativa.
Está correto o que se afirma em
Se as férias são o desagrado para o menino, pois são tempo para ficar em casa, sem livros, sem viagens, um ou outro domingo na casa do tio Jorge, tão pobre quanto eles, o retorno às aulas também traz pouca alegria. Não pelas aulas ou pelo estudo, que disso o menino gosta. O que lhe causa tanta aflição é a falta de criatividade das professoras que, ano após ano, solicitam sempre a mesma tarefa no primeiro dia de aula.
A professora entra na sala e (não importa que rosto tenha) apresenta- se, sorri e com uma voz de fada de primeiro dia de aula, escreve no quadro a sentença detestável: Minhas férias.
RITER, Caio. Eu e o silêncio do meu pai. São Paulo: Biruta, 2011, p.82.
Tendo em vista a situação relatada no contexto da obra, infere-se a intenção do narrador de
Apenas observa o tanto de outros meninos e meninas que entram pelo grande portão de madeira.
RITER, Caio. Eu e o silêncio do meu pai. São Paulo: Biruta, 2011, p. 53.
O termo destacado acima apresenta sentido equivalente à sua ocorrência no trecho