Sábia decisão:
estudo indica quando buscar ou não a opinião de alguém
[1] Discutir um assunto com outra pessoa antes de tomar uma de-
cisão só vale a pena se a conversa for franca e se ambos os interlo-
cutores tiverem o mesmo nível de competência, mostra estudo pu-
blicado na revista Science. É especialmente importante que as in-
[5] certezas de cada um sejam compartilhadas. Se a comunicação não
for boa ou se um dos debatedores entender muito mais do assunto
que o outro, o melhor é decidir sozinho.
Cientistas liderados por Bahador Bahrami, do University Colle-
ge London, submeteram pares de voluntário a um teste em que
[10] tinham de observar uma tela cinza em dois intervalos de tempo e,
então, decidir em qual desses intervalos um alvo havia aparecido
na imagem. Quando apresentado, o alvo se mantinha visível por
apenas 85 milissegundos. Cada participante tinha uma tela pró-
pria.
[15] (...) A taxa de sucesso das duplas só superou a obtida pelo
membro "mais competente" sozinho quando o grau de competên-
cia de ambos os participantes era próximo, e os dois tinham a o-
portunidade de se comunicar livremente — sendo fundamental a
troca de informação sobre o grau de confiança de cada um no pró-
[20] prio palpite.
Quando os graus de competência eram muito diferentes, nem
mesmo a comunicação franca ajudava a tornar a decisão melhor.
Nesse caso, "a ditadura do mais competente" se revela a melhor
estratégia. Perguntando sobre se esse resultado indicaria que deci-
[25] sões democráticas tendem a ser de baixa qualidade, Bahrami des-
tacou o valor do conhecimento: - Com educação, que eleva os
membros menos competentes para que alcancem os demais, a
melhor estratégia automaticamente muda para formas mais de-
mocráticas de votação.
[30] O estudo não tratou de situações em que os membros da dupla
sabem claramente que um deles é mais competente a respeito do
assunto discutido — por exemplo, numa conversa entre paciente e
médico. Mas Bahrami disse que, em um ou dois casos observados,
os participantes notaram o desnível de competência e conseguiram
[35] tirar benefício do fato.
O próximo passo da pesquisa, em 2011, será determinar o que
acontece quando um dos participantes da decisão tem motivos pa-
ra mentir sobre seu nível de incerteza — se está tentando impres-
sionar ou se impor sobre o outro, por exemplo.
Zero Hora, setembro de 2010
Indique V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das alternativas a seguir.
( ) “boa” ( l. 6) e “mais”( l. 23) são monossílabos.
( ) “tendem” (l. 25) e “nível” (l. 3) possuem cinco fonemas.
( ) “observados” (l. 33) e “conseguiram” (l. 34) têm a mesma posição de sílaba tônica.
( ) “só” (l. 2) e “está” (l. 38) são palavras cujo acento se justifica pelo mesmo motivo.
( ) “indicaria” (l. 24), na separação de sílabas, tem como correta a forma in-di-ca-ri-a.
A sequência correta é