Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou coroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria e diga:
— Alô iniludível.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. 16.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2000.
No texto, identifica-se uma figura de linguagem denominada
Durante este período de depressão contemplativa, uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios de velha carpideira, desenhada em angústia – a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...
Depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as escápulas magras para fora, como duas asas!
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. 16ª ed., São Paulo: Ática, 1996 (adaptado).
No segundo parágrafo, lê-se: “o queixo fugia-lhe pelo rosto”.
O pronome lhe, aqui empregado, é oblíquo, mas tem o valor de um pronome
Durante este período de depressão contemplativa, uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios de velha carpideira, desenhada em angústia – a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...
Depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as escápulas magras para fora, como duas asas!
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. 16ª ed., São Paulo: Ática, 1996 (adaptado).
No poema, há as palavras “corpo” (v. 05), “cabelos” (v. 07) e “pés” (v. 09), considerando a primeira associada à segunda e à terceira, estabelecendo, assim, uma relação semântica de
Chico Buarque de Holanda e Francis Hime
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei,
eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me entregar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua...
Sobre o poema, os versos “E me entregar a qualquer preço / Te adorando pelo avesso” / “Pra mostrar que inda sou tua” podem ser traduzidos pela expressão popular:
Hipócrates nasceu no ano de 460 a.C., na Ilha de Cós, na costa da Ásia Menor. Foi um médico grego, sábio e ético. Foi considerado o pai da Medicina, o mais célebre médico da Antiguidade e o iniciador da observação clínica. Era filho de Heráclides e Fenareta, descendentes de Asclépio, deus grego da Medicina, por parte de pai, e de Hércules, por parte de mãe. Muito tempo depois, viajou por diversas cidades gregas para aprender Retórica e Filosofia. Passados alguns anos, voltou a sua cidade para ensinar e praticar a Medicina no Templo de Esculápio, uma escola. Viveu 83 anos. O Pai da Medicina foi sepultado em Larrisa, na Tessália.
Disponível em: https://www.ebiografia.com/. Acesso em: 30 ago. 2022 (adaptado).
Analisando o aspecto textual, depreende-se que esse gênero textual apresenta predominantemente natureza
A matéria-prima da poesia de Manoel de Barros tem seus limites no chão do Pantanal mato-grossense: a casa onde nasceu, os gravetos, os bichos, as aves, as pedras e a água. É um verdadeiro manancial no qual podemos observar a força obscura da terra, um mundo primitivo prenhe de riqueza visual, tátil, olfativa, permeado pelo humor, pela busca do ínfimo, do pequeno. No “Tratado das Grandezas do Ínfimo”, da obra O livro das ignorãças, 1994, sua preocupação é com o próprio fazer poético. Na obra de Barros, há forte incidência de poemas nos quais a mensagem está centrada no código. Aqui, é a linguagem falando do poeta
Profª Drª Nery Nice Biancalana Reiner.
REVISTA LUMEN ET VIRTUS. ISSN 2177-2789 VOL. IV Nº 8 FEVEREIRO/2013 (adaptado).
No Tratado das Grandezas de Ínfimo estava escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando
ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite.
E um sapo engole as auroras.
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.
Sobre a poesia de Manoel de Barros, a partir da leitura do texto 1, constata-se que um recurso predominante no texto 2 é o(a)