Leia o texto a seguir e responda à questão.
O cão e a carne
Um cão vinha caminhando com um pedaço de carne na boca. Quando passou ao lado do rio, viu sua própria imagem na água. Pensando que havia na água um novo pedaço de carne, soltou o que carregava para apanhar o outro. O pedaço de carne caiu na água e se foi, assim como a sua imagem. E o cão, que queria os dois, ficou sem nenhum.
(ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: Editora Salamandra, 2010.)
Sobre a fábula, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o dito popular que corresponde à moral da história.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Do Saara à Cracolândia
A pedagogia de emergência preocupa-se com o sentir, pensar e querer de cada criança que vive em região de guerra, de catástrofe natural ou violência – este último tão naturalizado no Brasil. Com práticas pedagógicas e terapêuticas inspiradas nos princípios de Rudolf Steiner, filósofo e criador da pedagogia Waldorf, as intervenções ocorrem desde 2006 pelo mundo, como Faixa de Gaza, Iraque, Haiti, Quênia e Eslovênia. Em 2012, essa pedagogia chega ao Brasil para quatro anos depois se formalizar como uma associação. Ao todo, mais de 50 mil crianças já foram beneficiadas.
Engajado em desenvolver seres humanos melhores, Steiner lançou suas ideias na Europa logo após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, período de medo e reconstrução social. Expressões artísticas que eliminam a rigidez e dão espaço para a leveza, criatividade, respiração e possibilitam aos pequenos colocarem a mão na massa (dança, argila e aquarela, por exemplo) foram defendidas pelo filósofo e adotadas nas intervenções da pedagogia de emergência.
“O trauma pega muito o físico, pode deixar paralisado. No segundo momento, abala o ritmo: não come, dificuldade de concentração, atinge aparelho digestivo e a criança volta a fazer xixi na cama. Terceira característica afeta a relação, interação. Trauma também pode trazer flash back. E tem a questão da identidade, do nosso eu, em que não sou mais capaz de lidar com a minha própria vida”, detalha Reinaldo Nascimento, cofundador da Associação de Pedagogia de Emergência Brasil e coordenador pedagógico do movimento internacional. Ele é também terapeuta social, psicopedagogo e educador físico.
Após uma catástrofe, o objetivo dos membros é chegar o mais rápido possível ao local, para que tais sintomas relatados sejam passageiros e não se desenvolvam para uma doença. Nascimento exemplifica que ninguém fica doente por um terremoto. São fases. “Quando vou ao Iraque sei por que a guerra começou e quando. Na Rocinha, no Rio, ou no Jardim Ângela, bairro de São Paulo em que nasci, não.” Na visão do terapeuta social, a violência que ocorre nas periferias brasileiras é precursora de traumas crônicos e o desafio é ajudar as crianças a saírem de um ciclo que acham ser normal.
O trabalho é feito com as crianças, mas há formação para os educadores locais, principalmente sobre o que é o trauma e como lidar com cada uma das fases. É comum também roda de conversas com as famílias. Para cada intervenção há cerca de 15 pessoas, dentre pedagogos, educadores, terapeutas e médicos, a depender da realidade.
Gabriela Winter faz parte da ONG Palhaços sem Fronteiras Brasil e também integra o time dos Estados Unidos. “Nosso lance é levar riso como ferramenta de regeneração”, diz. Presente em 15 países, a primeira expedição do Palhaços sem Fronteiras ocorreu em 1993, em um campo de refugiados na Croácia, período da Guerra da Bósnia. Já o Palhaços sem Fronteiras Brasil é o único presente na América Latina e foi fundado em 2016 por Aline Moreno, que é também diretora executiva. “Já fiz 15 projetos presenciais, do Saara à Cracolândia”, resume.
Outro ponto forte de transformação que Moreno reforça é com os espaços públicos. Segundo ela, é comum o local do tiroteio se tornar disseminador de ódio e estar atrelado a um trauma. “Se a gente ressignifica, faz um espetáculo ali, as pessoas olham de outra maneira.”
(Adaptado de: RACHID, Laura. Do Saara à Cracolândia. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2022.)
Em relação ao terceiro parágrafo do texto, considere as afirmativas a seguir.
I. As aspas marcam um discurso direto, recurso utilizado pelo produtor do texto como argumento de autoridade.
II. O sujeito da oração “abala o ritmo” é elíptico e tem como referente “o trauma”, do enunciado anterior.
III. O sujeito da oração “não come” está subentendido e aparece posposto: “a criança”.
IV. A vírgula usada após o nome de Reinaldo Nascimento desempenha a função de exemplificar o que foi dito.
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Do Saara à Cracolândia
A pedagogia de emergência preocupa-se com o sentir, pensar e querer de cada criança que vive em região de guerra, de catástrofe natural ou violência – este último tão naturalizado no Brasil. Com práticas pedagógicas e terapêuticas inspiradas nos princípios de Rudolf Steiner, filósofo e criador da pedagogia Waldorf, as intervenções ocorrem desde 2006 pelo mundo, como Faixa de Gaza, Iraque, Haiti, Quênia e Eslovênia. Em 2012, essa pedagogia chega ao Brasil para quatro anos depois se formalizar como uma associação. Ao todo, mais de 50 mil crianças já foram beneficiadas.
Engajado em desenvolver seres humanos melhores, Steiner lançou suas ideias na Europa logo após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, período de medo e reconstrução social. Expressões artísticas que eliminam a rigidez e dão espaço para a leveza, criatividade, respiração e possibilitam aos pequenos colocarem a mão na massa (dança, argila e aquarela, por exemplo) foram defendidas pelo filósofo e adotadas nas intervenções da pedagogia de emergência.
“O trauma pega muito o físico, pode deixar paralisado. No segundo momento, abala o ritmo: não come, dificuldade de concentração, atinge aparelho digestivo e a criança volta a fazer xixi na cama. Terceira característica afeta a relação, interação. Trauma também pode trazer flash back. E tem a questão da identidade, do nosso eu, em que não sou mais capaz de lidar com a minha própria vida”, detalha Reinaldo Nascimento, cofundador da Associação de Pedagogia de Emergência Brasil e coordenador pedagógico do movimento internacional. Ele é também terapeuta social, psicopedagogo e educador físico.
Após uma catástrofe, o objetivo dos membros é chegar o mais rápido possível ao local, para que tais sintomas relatados sejam passageiros e não se desenvolvam para uma doença. Nascimento exemplifica que ninguém fica doente por um terremoto. São fases. “Quando vou ao Iraque sei por que a guerra começou e quando. Na Rocinha, no Rio, ou no Jardim Ângela, bairro de São Paulo em que nasci, não.” Na visão do terapeuta social, a violência que ocorre nas periferias brasileiras é precursora de traumas crônicos e o desafio é ajudar as crianças a saírem de um ciclo que acham ser normal.
O trabalho é feito com as crianças, mas há formação para os educadores locais, principalmente sobre o que é o trauma e como lidar com cada uma das fases. É comum também roda de conversas com as famílias. Para cada intervenção há cerca de 15 pessoas, dentre pedagogos, educadores, terapeutas e médicos, a depender da realidade.
Gabriela Winter faz parte da ONG Palhaços sem Fronteiras Brasil e também integra o time dos Estados Unidos. “Nosso lance é levar riso como ferramenta de regeneração”, diz. Presente em 15 países, a primeira expedição do Palhaços sem Fronteiras ocorreu em 1993, em um campo de refugiados na Croácia, período da Guerra da Bósnia. Já o Palhaços sem Fronteiras Brasil é o único presente na América Latina e foi fundado em 2016 por Aline Moreno, que é também diretora executiva. “Já fiz 15 projetos presenciais, do Saara à Cracolândia”, resume.
Outro ponto forte de transformação que Moreno reforça é com os espaços públicos. Segundo ela, é comum o local do tiroteio se tornar disseminador de ódio e estar atrelado a um trauma. “Se a gente ressignifica, faz um espetáculo ali, as pessoas olham de outra maneira.”
(Adaptado de: RACHID, Laura. Do Saara à Cracolândia. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2022.)
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a frase que pode ser comprovada pelo texto.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Do Saara à Cracolândia
A pedagogia de emergência preocupa-se com o sentir, pensar e querer de cada criança que vive em região de guerra, de catástrofe natural ou violência – este último tão naturalizado no Brasil. Com práticas pedagógicas e terapêuticas inspiradas nos princípios de Rudolf Steiner, filósofo e criador da pedagogia Waldorf, as intervenções ocorrem desde 2006 pelo mundo, como Faixa de Gaza, Iraque, Haiti, Quênia e Eslovênia. Em 2012, essa pedagogia chega ao Brasil para quatro anos depois se formalizar como uma associação. Ao todo, mais de 50 mil crianças já foram beneficiadas.
Engajado em desenvolver seres humanos melhores, Steiner lançou suas ideias na Europa logo após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, período de medo e reconstrução social. Expressões artísticas que eliminam a rigidez e dão espaço para a leveza, criatividade, respiração e possibilitam aos pequenos colocarem a mão na massa (dança, argila e aquarela, por exemplo) foram defendidas pelo filósofo e adotadas nas intervenções da pedagogia de emergência.
“O trauma pega muito o físico, pode deixar paralisado. No segundo momento, abala o ritmo: não come, dificuldade de concentração, atinge aparelho digestivo e a criança volta a fazer xixi na cama. Terceira característica afeta a relação, interação. Trauma também pode trazer flash back. E tem a questão da identidade, do nosso eu, em que não sou mais capaz de lidar com a minha própria vida”, detalha Reinaldo Nascimento, cofundador da Associação de Pedagogia de Emergência Brasil e coordenador pedagógico do movimento internacional. Ele é também terapeuta social, psicopedagogo e educador físico.
Após uma catástrofe, o objetivo dos membros é chegar o mais rápido possível ao local, para que tais sintomas relatados sejam passageiros e não se desenvolvam para uma doença. Nascimento exemplifica que ninguém fica doente por um terremoto. São fases. “Quando vou ao Iraque sei por que a guerra começou e quando. Na Rocinha, no Rio, ou no Jardim Ângela, bairro de São Paulo em que nasci, não.” Na visão do terapeuta social, a violência que ocorre nas periferias brasileiras é precursora de traumas crônicos e o desafio é ajudar as crianças a saírem de um ciclo que acham ser normal.
O trabalho é feito com as crianças, mas há formação para os educadores locais, principalmente sobre o que é o trauma e como lidar com cada uma das fases. É comum também roda de conversas com as famílias. Para cada intervenção há cerca de 15 pessoas, dentre pedagogos, educadores, terapeutas e médicos, a depender da realidade.
Gabriela Winter faz parte da ONG Palhaços sem Fronteiras Brasil e também integra o time dos Estados Unidos. “Nosso lance é levar riso como ferramenta de regeneração”, diz. Presente em 15 países, a primeira expedição do Palhaços sem Fronteiras ocorreu em 1993, em um campo de refugiados na Croácia, período da Guerra da Bósnia. Já o Palhaços sem Fronteiras Brasil é o único presente na América Latina e foi fundado em 2016 por Aline Moreno, que é também diretora executiva. “Já fiz 15 projetos presenciais, do Saara à Cracolândia”, resume.
Outro ponto forte de transformação que Moreno reforça é com os espaços públicos. Segundo ela, é comum o local do tiroteio se tornar disseminador de ódio e estar atrelado a um trauma. “Se a gente ressignifica, faz um espetáculo ali, as pessoas olham de outra maneira.”
(Adaptado de: RACHID, Laura. Do Saara à Cracolândia. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2022.)
Acerca dos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. No primeiro parágrafo, no trecho “como Faixa de Gaza, Iraque, Haiti, Quênia e Eslovênia”, o termo “como” tem função de introduzir uma sequência comparativa.
II. No terceiro parágrafo, no fragmento “Trauma também pode trazer flash back”, há um exemplo de estrangeirismo.
III. No quarto parágrafo, no trecho “para que tais sintomas relatados sejam passageiros”, o termo “para que” introduz sentido de finalidade e equivale à expressão “a fim de que”.
IV. No último parágrafo, em “Se a gente ressignifica, faz um espetáculo ali, as pessoas olham de outra maneira”, a conjunção “se” indica uma ideia de condicionalidade.
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
O cão e a carne
Um cão vinha caminhando com um pedaço de carne na boca. Quando passou ao lado do rio, viu sua própria imagem na água. Pensando que havia na água um novo pedaço de carne, soltou o que carregava para apanhar o outro. O pedaço de carne caiu na água e se foi, assim como a sua imagem. E o cão, que queria os dois, ficou sem nenhum.
(ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: Editora Salamandra, 2010.)
Acerca dos recursos linguísticos e seus efeitos de sentido empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. No fragmento “Quando passou ao lado do rio”, a noção de temporalidade está linguisticamente marcada no termo “quando”.
II. No trecho “Pensando que havia na água um novo pedaço de carne”, a ideia de causa está expressa na oração marcada pelo verbo no gerúndio.
III. No trecho “... soltou o que carregava para apanhar o outro”, o termo “o” é um pronome demonstrativo, na primeira ocorrência, e um artigo definido, na segunda.
IV. Na frase “O pedaço de carne caiu na água e se foi, assim como a sua imagem”, o termo “sua” refere-se ao cão.
Assinale a alternativa correta.
Leia um trecho da canção Triste, louca ou má, de Francisco, El hombre.
Triste, louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusa
Seguir receita tal
A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina
Só mesmo, rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
você é seu próprio lar
Um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define (você é seu próprio lar)
Ela desatinou, desatou nós
Vai viver só
Ela desatinou, desatou nós
Vai viver só
Eu não me vejo na palavra
Fêmea, alvo de caça
Conformada vítima
Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar
(FRANCISCO, EL HOMBRE. Triste, Louca ou Má. Campinas: Independente: 2016. CD (4:26 min).)
Sobre a questão de gênero problematizada pela canção, considere as afirmativas a seguir.
I. A canção apresenta as mulheres como tristes, loucas ou más devido à instabilidade natural do sexo feminino e à competividade que caracteriza as relações sociais entre mulheres.
II. O patriarcalismo constituiu, nas esferas pública e doméstica, relações de gênero marcadas pela opressão das mulheres e pelo conservadorismo representado na canção pela expressão “receita cultural”.
III. Para além das práticas culturais, o sistema patriarcal foi, por um longo período, legitimado por leis e pelo funcionamento do Estado brasileiro. Assim, para resistir à violência simbólica que sofrem, as mulheres precisam afirmar, como diz a canção, que um homem não as define.
IV. Os movimentos feministas, atuam em diversos países, buscando a promoção da igualdade social, política e econômica entre os gêneros. São responsáveis, portanto, por reinventar a vida rompendo com o patriarcalismo.
Assinale a alternativa correta.