Nas últimas décadas, o mundo dos homens tem sentido o peso da civilização industrial e tecnológica, que intensificou, desde o século XIX, a partir da Europa Ocidental e dos Estados Unidos especialmente, o grande projeto do capitalismo. A economia capitalista alastra-se pelo mundo e leva, no seu bojo, os avanços da tecnologia e a superestrutura do mercado. Sistemas e redes são pensados e construídos para tornarem os humanos “domesticados, burocratizados e servis”, vivendo uma “vida de gado”, como bem ilustra a música do brasileiro Zé Ramalho. Também é um tempo em que muito se fala sobre valores morais e sobre ética. Quem define os valores e os escolhem? Silvio Gallo, ao abordar a temática “os valores e as escolhas”, em que trata de valor, escolha e liberdade, destaca o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980) que, “em sua obra O ser e o nada, assim como Nietzsche, discute a universalidade do valor. Ele fala em ‘ser do valor’, que seria uma produção da consciência. Sartre trabalha com o método fenomenológico, criado pelo filósofo e matemático austríaco Edmund Husserl, que tem como um dos conceitos centrais a consciência. Para Husserl e Sartre, a consciência é a realidade do ser humano, único ser consciente no mundo”. Portanto, ao se tratar de valores morais e ética na contemporaneidade, nessa visão existencialista de Sartre, as escolhas perpassam pela consciência que se tem da liberdade, o que o leva a afirmar que o ser humano está “condenado a ser livre”.
Qual argumento do próprio Sartre, extraído de O ser e o nada, fundamenta o que Sílvio Gallo apresenta sobre liberdade?