TEXTO:
Bobeou, passou
Eis algo que não se estoca nem se renova: o tempo
A tecnologia avança e facilita a vida das pessoas.
As distâncias se reduzem e tudo fica mais rápido. São
evoluções que deveriam fazer com que todos tivessem
mais tempo disponíveis para aquilo que tanto desejam.
[5] Porém, o que se observa no mundo corporativo é uma
generalizada falta de tempo. É uma síndrome que
ataca a todos, sem distinção. [...]
A crise diária preenche, absorve e consome boa
parte do tempo que temos disponível. Mas tudo isso
[10] é apenas efeito de uma causa maior. É preciso ir a
fundo para compreender o verdadeiro motivo da falta
de tempo. O tempo total disponível é igual para todos.
[...]
[...] Não aproveitá-lo de modo produtivo significa
perdê-lo para sempre. É como um avião que decola
[15] com um assento vazio, ou um quarto de hotel que
não foi ocupado.
O que diferencia as pessoas que otimizam o
seu tempo disponível é a forma como administram
esse precioso recurso. A maneira como geralmente
[20] nos expressamos é enganosa: “ganhar” ou “perder”
tempo não faz sentido. Quem não tem controle sobre
seu tempo não tem controle sobre si mesmo.
O uso de nosso crédito diário é uma combinação
entre clareza e ação. Clareza representa decidir
[25] a direção que se deve seguir, significa ter foco e
não se dispersar. Antes de definir o que ou como
fazer, é preciso ter nítido para onde se deseja ir,
pois mais importante que a velocidade é a direção.
Definir os objetivos pessoais representa preparar
[30] o futuro. É algo que deve ser tratado a cada dia,
com base na visão que desejamos construir. O
que planejamos no passado vivemos no presente.
Quem não preparar seu futuro será atropelado pela
crise diária. Tal envolvimento é motivado pela falta
[35] de objetivos pessoais. [...] E isso não é tudo. Sem
ação efetiva, o futuro será apenas uma miragem. É
preciso disposição e motivação para mudar atitudes e
hábitos. Eternas transições fazem com que as coisas
se acomodem.
[40] Sempre existiram e continuarão existindo
motivos que poderão limitar nossas ações. São
dificuldades palpáveis que se transformam em
desculpas verdadeiras e escondem as reais razões
pelas quais abandonamos os desafios. De nada
[45] adianta conceber o futuro sem determinação para
atingi-lo. Não dá para 45 perder peso sem seguir
uma dieta balanceada e sem fazer exercícios físicos
regulares. É preciso transformar-se, desaprender e,
então, reaprender.
[50] É preciso mudar o jeito de ver e pensar,
desenvolvendo um novo modelo mental. Cabe a cada
um escrever sua própria “memória do futuro”. Mais
importante que aprender a administrar o relógio é
saber utilizar a bússola.
BUGELLI, Sílvio. Bobeou, passou. Exame, São Paulo, ano 34, n. 17, p. 210, s.d.
Com base no texto, é correto afirmar: