Leia o texto para responder às questão.
TEXTO
Tendo em conta que o texto é constituído pela junção das linguagens verbal e não verbal, marque a alternativa CORRETA que traduz a essência do texto de André Dahmer.
Leia o texto para responder à questão.
TEXTO
Estragou a televisão!
– Iiiih...
– E agora?
– Vamos ter que conversar.
– Vamos ter que o quê?
[5] – Conversar. É quando um fala com o outro.
– Fala o quê?
– Qualquer coisa. Bobagem.
– Perder tempo com bobagem?
– E a televisão, o que é?
[10] – Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo...
Sei não...
– Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
– Então começa você.
– Gostei do seu cabelo assim.
[15] – Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
– Geraldo.
– Hein?
– Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
– Desde quando?
[20] – Desde o batismo.
– Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
– Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
– Geraldo Maria Ester?!
– Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
[25] – Não é não.
– Como, não é não?
– Meu nome é Valdusa.
– Você enlouqueceu, Maria Ester?
– Pelo amor de Deus, Eduardo...
[30] – Geraldo.
– Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
– Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu
nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
– Eduardo.
[35] – Eduardo!
– Exatamente. Eduardo. Você.
– Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
– Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
– Eu nunca usei bigode!
[40] – Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
– Calma. Vamos com calma.
– Se isso for alguma brincadeira sua...
– Um de nós está maluco. Isso é certo.
– Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
[45] – Foi no dia, no dia...
– Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a
maluca não sou eu.
– E o bigode? Como é que você explica o bigode?
– Fácil. Você raspou.
[50] – Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
– Valdusa!
– Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você
conhece alguma Maria Ester?
– Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
[55] – A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
– Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
– O marido se chamava Jesus?
– Não. O marido se chamava Geraldo.
– Geraldo...
[60] – É.
– Era eu. Ainda sou eu.
– Parece...
– Como foi que isso aconteceu?
– As casas geminadas, lembra?
[65] – A rotina de todos os dias...
– Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
– Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
– Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
– Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
[70] – Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
– É mesmo...
– Será que eles já se deram conta?
– Só se a televisão deles também quebrou.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Estragou a televisão”. In: Histórias brasileiras de verão: as melhores crônicas da vida íntima. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. Adaptado.
A seguir, faça uma releitura das falas finais do texto:
“– Será que eles já se deram conta?
– Só se a televisão deles também quebrou.” (linhas 72 e 73)
Conforme o desfecho da história, é CORRETO afirmar que:
Leia o texto para responder à questão.
TEXTO
Estragou a televisão!
– Iiiih...
– E agora?
– Vamos ter que conversar.
– Vamos ter que o quê?
[5] – Conversar. É quando um fala com o outro.
– Fala o quê?
– Qualquer coisa. Bobagem.
– Perder tempo com bobagem?
– E a televisão, o que é?
[10] – Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo...
Sei não...
– Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
– Então começa você.
– Gostei do seu cabelo assim.
[15] – Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
– Geraldo.
– Hein?
– Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
– Desde quando?
[20] – Desde o batismo.
– Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
– Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
– Geraldo Maria Ester?!
– Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
[25] – Não é não.
– Como, não é não?
– Meu nome é Valdusa.
– Você enlouqueceu, Maria Ester?
– Pelo amor de Deus, Eduardo...
[30] – Geraldo.
– Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
– Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu
nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
– Eduardo.
[35] – Eduardo!
– Exatamente. Eduardo. Você.
– Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
– Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
– Eu nunca usei bigode!
[40] – Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
– Calma. Vamos com calma.
– Se isso for alguma brincadeira sua...
– Um de nós está maluco. Isso é certo.
– Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
[45] – Foi no dia, no dia...
– Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a
maluca não sou eu.
– E o bigode? Como é que você explica o bigode?
– Fácil. Você raspou.
[50] – Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
– Valdusa!
– Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você
conhece alguma Maria Ester?
– Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
[55] – A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
– Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
– O marido se chamava Jesus?
– Não. O marido se chamava Geraldo.
– Geraldo...
[60] – É.
– Era eu. Ainda sou eu.
– Parece...
– Como foi que isso aconteceu?
– As casas geminadas, lembra?
[65] – A rotina de todos os dias...
– Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
– Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
– Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
– Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
[70] – Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
– É mesmo...
– Será que eles já se deram conta?
– Só se a televisão deles também quebrou.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Estragou a televisão”. In: Histórias brasileiras de verão: as melhores crônicas da vida íntima. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. Adaptado.
Observe o fragmento retirado da crônica de Luís Fernando Veríssimo:
“Um falar com o outro, assim, ao vivo ... Sei não...” (linhas 10 e 11).
O termo em destaque pode ser substituído por:
Leia os textos 1 e 2 para responder à questão.
TEXTO 1
Estragou a televisão!
– Iiiih...
– E agora?
– Vamos ter que conversar.
– Vamos ter que o quê?
[5] – Conversar. É quando um fala com o outro.
– Fala o quê?
– Qualquer coisa. Bobagem.
– Perder tempo com bobagem?
– E a televisão, o que é?
[10] – Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo...
Sei não...
– Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
– Então começa você.
– Gostei do seu cabelo assim.
[15] – Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
– Geraldo.
– Hein?
– Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
– Desde quando?
[20] – Desde o batismo.
– Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
– Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
– Geraldo Maria Ester?!
– Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
[25] – Não é não.
– Como, não é não?
– Meu nome é Valdusa.
– Você enlouqueceu, Maria Ester?
– Pelo amor de Deus, Eduardo...
[30] – Geraldo.
– Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
– Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu
nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
– Eduardo.
[35] – Eduardo!
– Exatamente. Eduardo. Você.
– Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
– Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
– Eu nunca usei bigode!
[40] – Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
– Calma. Vamos com calma.
– Se isso for alguma brincadeira sua...
– Um de nós está maluco. Isso é certo.
– Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
[45] – Foi no dia, no dia...
– Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a
maluca não sou eu.
– E o bigode? Como é que você explica o bigode?
– Fácil. Você raspou.
[50] – Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
– Valdusa!
– Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você
conhece alguma Maria Ester?
– Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
[55] – A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
– Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
– O marido se chamava Jesus?
– Não. O marido se chamava Geraldo.
– Geraldo...
[60] – É.
– Era eu. Ainda sou eu.
– Parece...
– Como foi que isso aconteceu?
– As casas geminadas, lembra?
[65] – A rotina de todos os dias...
– Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
– Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
– Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
– Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
[70] – Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
– É mesmo...
– Será que eles já se deram conta?
– Só se a televisão deles também quebrou.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Estragou a televisão”. In: Histórias brasileiras de verão: as melhores crônicas da vida íntima. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. Adaptado.
TEXTO 2
Com base na leitura dos textos 1 e 2, é possível afirmar:
I – O texto 1 enquadra-se no gênero notícia e descreve minuciosamente os fatos ocorridos em determinada família brasileira.
II – O texto 1 pertence ao gênero crônica e, ao versar uma temática do cotidiano, lança mão da linguagem coloquial.
III – O texto 2 adequa-se ao gênero charge e, como crítica político-social, satiriza a capacidade alienante que tem a televisão.
Assinale a alternativa CORRETA.
A seguir, leia o texto, do escritor juiz-forano Edimilson de Almeida Pereira, para responder à questão.
TEXTO
Relato
A notícia
irrompe de afluentes oclusos.
Nem há gentileza, o morno espanto das notícias.
Teus braços
dilatam outros tempos,
a dolorosa crise que desperta
dominadores e dominados.
Falaria, amor, de amor,
despido da sentimental mercadoria
que nos atormenta.
A notícia
demove as paisagens claras.
Nem há receio,
o forte impacto das notícias.
Com que humor
o relato de nossa extinção
Desponta nos olhos.
PEREIRA, Edimilson de Almeida. Lugares Ares: obra poética 2. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003, p. 46. Adaptado.
No poema “Relato”, o poeta apresenta o caráter mercantil e especulativo da notícia. Marque o verso através do qual subentende-se essa crítica.
A seguir, leia o texto, do escritor juiz-forano Edimilson de Almeida Pereira, para responder à questão.
TEXTO
Relato
A notícia
irrompe de afluentes oclusos.
Nem há gentileza, o morno espanto das notícias.
Teus braços
dilatam outros tempos,
a dolorosa crise que desperta
dominadores e dominados.
Falaria, amor, de amor,
despido da sentimental mercadoria
que nos atormenta.
A notícia
demove as paisagens claras.
Nem há receio,
o forte impacto das notícias.
Com que humor
o relato de nossa extinção
Desponta nos olhos.
PEREIRA, Edimilson de Almeida. Lugares Ares: obra poética 2. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003, p. 46. Adaptado.
Considere os seguintes versos: “A notícia/ irrompe de afluentes oclusos”. O vocábulo grifado tem sentido equivalente a: