UESB 2012 Caderno 1
60 Questões
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
Constitui uma afirmação cujo ponto de vista coincide com o do autor do texto a indicada em
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
De acordo com o texto, indique V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a afirmativa.
( ) A relação que se instaura entre o discurso produzido e o discurso recebido, fora do âmbito da linguagem da ciência, produz um sentido ambíguo.
( ) O que diferencia basicamente a linguagem da ciência da linguagem de um texto informativo é o cuidado do texto científico com o seu aspecto gramatical.
( ) O sentido que um discurso, às vezes, produz pode ser à revelia do olhar que se estende sobre ele, que pode não ser o do enunciador.
( ) Um enunciado é aceito ou rejeitado, a depender de o sujeito enunciador conhecer o seu interlocutor.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
Quanto à linguagem utilizada, o texto em estudo apresenta
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
Na construção de sentido do texto,
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
O fragmento transcrito que melhor representa o uso da linguagem metafórica, no texto em análise, é
TEXTO:
As ciências estipulam definições ou convencionam
uma simbologia com uso estritamente técnico para driblar
a ambiguidade e a vagueza que são próprias à linguagem
ordinária, aquela que usamos no blá-blá-blá do dia a
[5] dia. Mas fora do contexto específico da linguagem
científica, os sentidos deslizam, bailam e patinam à
revelia daquilo que pretendemos que seja “a verdadeira
intenção do nosso discurso”. O tropeço da fala, quando
confrontado com uma interpretação que revele seu
[10] sentido perverso, é quase sempre justificado com a
desculpa: “Não foi isto que eu quis dizer”. Como o acesso
a esse sentido oculto na mente do orador é,
supostamente, uma experiência privada, essa desculpa
não nos ajuda a esclarecer se quem disse o que disse
[15] queria realmente dizê-lo com essa ou aquela conotação
ou se quem entendeu de tal ou qual maneira o fez de
boa ou má-fé.
Resta ao orador certa vigilância para tentar orientar,
com alguma perícia, o fluxo semântico daquilo que diz.
[20] Mas essa ingrata tarefa não depende apenas da sua
habilidade retórica. Conta ainda mais a predisposição
do auditório que nem sempre é solidária à sua íntima e
“boa” intenção. O argumentador competente poderá
modificar certas disposições prévias e assim desarmar
[25] seus interlocutores de uma interpretação malfazeja. Mas
convenhamos que isso não seja tarefa simples,
sobretudo em contextos de disputa política.
Após o desabrochar da flor da fala, melhor que
apelar para a seiva do seu sentido intrínseco é estabelecer
[30] as distinções conceituais que se fizerem necessárias,
observando o contexto de enunciação. Recorrer ao
entorno do discurso é um expediente honesto, mesmo
que não produza uma defesa eficaz. A flor se revela no
contraste com o ambiente. Considerar o contexto é mais
[35] instrutivo para a compreensão de uma fala infeliz que
qualquer recurso a uma interioridade insondável. Se não
conseguimos controlar o sentido das nossas falas,
depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a
posteriori, entre outras falas, entre outras flores para
[40] realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.
ANDRADE, Ricardo Henrique de. A flor do sentido. A Tarde, Salvador, 28 out. 2011. Caderno Opinião, p. A3. Adaptado.
Na frase “Se não conseguimos controlar o sentido das nossas falas, depois de plantadas, podemos tentar situá-las, a posteriori, entre outras falas, entre outras flores para realçá-la em sua beleza ou em sua feiura.” (l. 36-40), as palavras “Se” e “podemos” expressam, respectivamente,