UNIFENAS 2019/1 Manhã
42 Questões
Textos para a questão
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto 1: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Texto 2: Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao Céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens. Melhores Poemas. Seleção: Alphonsus de Guimaraens Filho- 4ª Ed. São Paulo: Global, 2001.p.101).
I – Em ambos os textos, empregou-se o verso redondilho maior, o mais comum na lírica popular portuguesa, profundamente ligado à tradição poética e musical que remonta à Idade Média.
II – Ambos os textos, filiados ao Simbolismo, confirmam uma característica marcante dessa estética: o emprego de um vocabulário incomum, raro, exótico que, inclusive, compromete o entendimento do leitor.
III – No texto II, os dois versos finais de cada estrofe, além de se caracterizarem pela presença da antítese, apresenta o chamado paralelismo, o qual consiste na repetição da mesa estrutura sintática.
Textos para a questão
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto 1: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Texto 2: Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao Céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens. Melhores Poemas. Seleção: Alphonsus de Guimaraens Filho- 4ª Ed. São Paulo: Global, 2001.p.101).
I – No texto, a loucura e a morte são tematizados como elementos que permitem atingir o absoluto, uma vez que a personagem alcança, a um só tempo, a lua do céu (com a alma) e a lua do mar (com o corpo).
II – Em ambos os textos, observa-se o emprego de maiúsculas alegorizantes, as quais conferem aos vocábulos uma conotação mais expressiva, absolutizante , intensificando a dimensão metafísica dos versos.
III – Religiosidade, espiritualidade e misticismo são elementos recorrentes na estética simbolista, os quais estão presentes nos dois textos em questão.
Textos para a questão
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto 1: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Texto 2: Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao Céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens. Melhores Poemas. Seleção: Alphonsus de Guimaraens Filho- 4ª Ed. São Paulo: Global, 2001.p.101).
I – O sensorialismo, obtido por meio das sugestões de cor e de som, é bastante expressivo no texto II, mas não é um recurso significativo no texto I.
II – No texto I, especialmente nos três últimos versos, observa-se uma atmosfera lúgubre, reforçando ao tom geral do poema de desistência, de abandono da vida, o que faz lembrar o Romantismo.
III – O tom do texto II é de positividade: a personagem, através da loucura e da morte, atingiu seu objetivo, sendo, inclusive, favorecida por Deus, que se compadece de sua condição.
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Considere, tendo por base os textos, as seguintes afirmações.
I – O primeiro verso de cada estrofe do texto, encerra, sem exceção, uma metáfora (emprego de uma palavra ou expressão por outra, por haver entre elas uma relação de semelhança).
II – A forma verbal “Eras”, repetida no início de cada verso do texto, constitui exemplo de uma figura de construção denominada anáfora.
III – Na terceira estrofe do texto, ocorrem, ao mesmo tempo, os seguintes recursos de estilo: metáfora, aliteração, assonância, comparação, zeugma.
IV – Em “Eras a canção de outrora” (texto, estrofe 2), o vocábulo destacado formou-se pela mesmo processo verificado em todas os seguintes: boquiaberto, pernilongo, lobisomem, pontiagudo, natimorto, agridoce, planalto.
V – Em “Palidez que ao longe cora” (texto, estrofe 2), o fonema destacado no vocábulo “palidez” preencherá todas as seguintes lacunas: torpe__a, catequi__ar, coti__ar, pequene__, destre__a, profeti__ar, aspere__a, reve__ar, economi__ado, vile__a, lhane__a, ironi__ar.
Textos para a questão
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto 1: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Texto 2: Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao Céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens. Melhores Poemas. Seleção: Alphonsus de Guimaraens Filho- 4ª Ed. São Paulo: Global, 2001.p.101).
Avalie as seguintes afirmações sobre aspectos presentes nos textos em questão.
I – “Pôs-se na torre a sonhar...” (texto II, estrofe I)
*A função sintática destacada nesse verso será mantida em todos os seguintes : “No sonho em que se perdeu” (texto II, estrofe II)/ “Banhou-se toda em luar.” (texto II, estrofe II)/ “As asas que Deus lhe deu...” (texto II, estrofe 5).
II – “Na torre pôs-se a cantar...” (texto II – estrofe 3)
*Destacou-se nesse verso a função sintática que também ocorre, sem exceção, em todos os seguintes: “Estava perto do céu” (texto II, estrofe 3)/ “E no ermo agreste, silente...” (texto I, estrofe 1)/ “E beijo que dos lábios desce” (texto I, estrofe 2)/ “Com que as chagas me cobriste” (texto I, estrofe 4)
III – “És agora a cruz que tomba...” (texto 1, estrofe 5)
*A forma verbal destacada poderá sem mantida, sem qualquer alteração, nas lacunas dos seguintes períodos: Somos nós quem ____à beira de estrada./ À beira da estrada ____ele e todos os seus amigos./ Uma ou outra cruz ____à beira da estrada. / Alguns de nós ____à beira da estrada./ Grande número de soldados ____à beira da estrada.
- Está correto o que se afirma em
Textos para a questão
Sobre o autor: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é considerado o maior poeta místico da Literatura Brasileira. Seu lirismo amoroso, quase sempre de caráter elegíaco, gravita em torno do amor e da morte, sendo decorrente de uma particularidade bastante pessoal: a morte de sua prima Constança. Esta parece, na maioria das vezes, identificada com a Virgem Maria, num clima permanente de sonho e de mistério. Trata-se, portanto, de um lirismo de base platônica, apresentando, não raro, uma tonalidade medieval, lembrando o amor cortês.
Texto 1: Eras a sombra no poente
Eras a sombra do poente
Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
Palmeira cheia de palmas.
Eras a canção de outrora,
Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
E beijo que aos lábios desce.
Eras a harmonia esparsa
Em violas e violoncelos:
E como um voo de garça
Em solitários castelos.
Eras tudo, tudo quanto
De suave esperança existe;
Manto dos pobres e manto
Com que as chagas me cobriste.
Eras o Cordeiro, a Pomba,
A crença que o amor renova...
És agora a cruz que tomba
À beira de tua cova.
(Alphonsus de Guimaraens. Poesias – I. Rio de Janeiro: Org. Smões, 1955, p.284.)
Texto 2: Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao Céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens. Melhores Poemas. Seleção: Alphonsus de Guimaraens Filho- 4ª Ed. São Paulo: Global, 2001.p.101).
Examine as seguintes afirmações quanto a aspectos presentes em ambos os textos.
I – “Com que as chagas cobriste” (texto I, estrofe 4)
*O segmento destacado nesse verso será mantido, sem nenhuma alteração, em todas as seguintes ocorrências: “São apenas palavras as armas ____combato meus inimigos. / “Esta é chave ____destranco qualquer dificuldade”, disse tal frase exibindo um maço de notas de dólar. / Deixo de lado as ideias ____não simpatizo./ Naquela ocasião, os amigos ____contamos eram muito poucos./ Qual o destino da caneta ____Getúlio Vargas assinou sua famosa carta-testamento?
II – “As asas para voar...” (texto II, estrofe 4)
*A palavra destacada estabelece uma relação entre “pendeu” (termo regente) e “voar” (termo regido). A mesma relação, quanto ao seu sentido, será mantida em todos os seguintes períodos: De madrugada, saíram a trabalhar./ Dei-lhe alguma coisa de comer./ Emocionado, eu a pedi em namoro./ Estou aqui - para o concurso de oratória./ Drummond nasceu para a poesia.
III – “E como um voo de garça” (texto I, estrofe 3)
*O processo pelo qual se formou o vocábulo destacado nesse verso é o mesmo também assinalado em todos os seguintes períodos: Peço-lhe uma ajuda material. / Não há castigo para quem diz a verdade./ Incomoda-me o choro dos famintos. / Entre amigos não deve haver nenhuma disputa.
- Está correto o que se afirma em