FPP 2019 Medicina Verão
66 Questões
Leia o texto a seguir, considerando a relação estabelecida entre as informações.
O ser humano é programado para ser supersticioso?
Eu não diria programado, mas que evoluímos com uma tremenda habilidade para aprender ao longo de nossas vidas. A razão de sermos tão bem-sucedidos como espécie é porque temos esse poder intelectual. Isso significa que quase sempre vemos conexões que não são reais. São apenas coincidências. É provável que isso gere superstições.
Outra explicação para a existência de superstições é a falta de controle. Nós temos esperanças de que uma criança se cure de uma doença ou de conseguir um trabalho, de que nossos casamentos deem certo. Nós queremos muito, mas não dá para ter certeza de que vai acontecer.
Nós vamos tentar preencher essa lacuna, e aí entra a superstição. Ela faz você achar que está ajudando, mesmo que isso seja uma ilusão.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2019/08/quando-os-fatos-sao-desagradaveis-as-pessoas-dizem-que-sao-fake-news-afirmapsicologo.shtml. Acesso em: 10/8/19.
De acordo com o texto, a superstição dos seres humanos é proveniente, dentre outras razões,
Leia o texto a seguir observando o emprego dos sinais de pontuação.
As abelhas e a Guerra Fria
Embora Aristóteles já mencionasse no século IV a.C a dança das abelhas, foi o zoólogo alemão, e ganhador do Prêmio Nobel, Karl von Frisch (no século XX) quem descobriu que, quando esse inseto encontrava flores com pólen, era capaz de comunicar ao resto do enxame a posição onde estava. A informação é transmitida na forma de coreografia com um passo em ziguezague em uma determinada direção e de volta ao ponto inicial. O ângulo da direção da dança em relação ao sol representa o rumo que deve ser seguido para encontrar as flores, e o movimento do abdômen, a distância. Quanto mais rápido for esse movimento, mais distante estará a fonte de alimento. No interior de uma colmeia não há luz, então as operárias notam essa dança pelo tato e começam a copiá-la para transmitir a informação para o resto das abelhas.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/31/actualidad/1535716800_302998.html. Acesso em: 5/7/19.]
Os sinais de pontuação podem assumir diferentes funções e revelar variados sentidos, dependendo do contexto em que são empregados.
No texto que descreve os movimentos e a comunicação das abelhas, o emprego de vírgula em “e o movimento do abdômen, a distância” justifica-se
Leia o texto a seguir observando as características de gênero textual.
O dia anterior ao nascimento do meu filho foi o primeiro dia quente da primavera. Em trabalho de parto, caminhei até o fim do píer, onde o sol da manhã estava quebrando as banquisas de gelo do lago Michigan. Meu marido segurou uma filmadora e me pediu para falar ao futuro, mas o som não gravou, então tudo o que eu disse se perdeu. Resta a expressão do meu rosto, mostrando que eu não estava com medo. Durante o longo trabalho de parto que se seguiu a esse momento de sol, me imaginei nadando no lago, que contra a minha vontade se transformou em um lago de trevas e, depois, num lago de fogo, e em seguida num lago sem horizonte. No dia seguinte, quando meu filho nasceu, caía uma chuva fria e eu tinha feito a travessia para um novo reino onde não era mais destemida.
BISS, Eula. Imunidade. São Paulo: Todavia, 2017, p. 10.
Pelas estratégias linguísticas exploradas no excerto anterior, pode-se caracterizar o fragmento como pertencente ao gênero
Leia o texto a seguir observando a concordância em contexto.
Uma nova pesquisa mostra que o uso de palavras como "lutar", "atacar" e "combater" para se referir ao câncer tem um efeito negativo sobre os pacientes com a doença. Publicado no periódico Health Communication, o estudo analisou o impacto psicológico de expressões ligadas à guerra sobre como as pessoas encaram a doença.
A linguagem costuma ser usada para motivar as pessoas e torná-las mais vigilantes no diagnóstico de sintomas, mas o estudo não encontrou evidências de que o método dá certo. Ao contrário: enquadrar o câncer em termos militares fez o tratamento parecer mais difícil e deixou as pessoas mais fatalistas em relação à doença.
"Nosso trabalho sugere que metáforas de batalha podem ter um impacto negativo na maneira como as pessoas veem o câncer, e esses pensamentos podem minar as intenções do paciente de se engajar em comportamentos saudáveis", diz o autor do estudo, David Hauser, psicólogo da Universidade Queen's, no Canadá.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/08/palavras-que-associam-cancer-guerra-nao-ajudam-pacientes-dizpesquisa.html. Acesso em: 7/8/19.
Sobre as relações de concordância empregadas no texto, é CORRETO o que se afirma em:
Leia o texto a seguir considerando a organização das informações.
Meus cursos de neuroanatomia começam sempre com uma discussão aberta com os alunos até chegarmos a uma definição, empregada no restante do curso, sobre o que é comportamento: qualquer ação que pode ser observada e descrita.
Bactérias, fungos, amebas e quaisquer outras células que se movem em direção ao alimento, ou umas às outras, ou se dividem e seguem seus rumos respectivos, exibem comportamento. Se não é preciso ter cérebro para ter comportamento, então para que serve trazer um na cabeça?
Ando pensando um bocado a respeito, por conta da preparação de artigos, livros, aulas e palestras para leigos interessados em neurociência, e cheguei a uma conclusão que finalmente me deixa satisfeita: um cérebro dota o comportamento de flexibilidade. Eu costumava acrescentar “complexidade” à lista, mas até ela cabe na conta da flexibilidade.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/suzanaherculanohouzel/2019/08/inteligencia-e-flexibilidade.shtml. Acesso em: 7/8/19.
Ao organizar as informações de um texto, o autor revela sua intenção comunicativa.
No texto em questão, Suzana Herculano Houzel explora características relacionadas ao comportamento para
O texto a seguir é uma resenha para o livro Um antropólogo em Marte, de Oliver Sacks.
Estas são sete narrativas sobre a natureza e a alma humana, e sobre como elas colidem de formas inesperadas. As pessoas deste livro passaram por condições neurológicas tão diversas quanto a síndrome de Tourette, o autismo, a amnésia e o daltonismo total. Elas exemplificam essas condições, são "casos" no sentido médico tradicional - mas também são indivíduos únicos, cada um vivendo (e, em certo sentido, criando) seu próprio mundo.
Estas são histórias de sobrevivência em condições alteradas, por vezes radicalmente alteradas - sobrevivência possível graças a nossos maravilhosos (e às vezes perigosos) poderes de reconstrução e adaptação. Em livros anteriores, escrevi sobre a "preservação" do eu e (com menor frequência) sobre a "perda" do eu, nos distúrbios neurológicos. Tendo a pensar que esses termos são demasiado simples - e que não há perda nem preservação da identidade em situações desse tipo, mas uma adaptação, e até uma transmutação, já que estamos tratando de cérebros e "realidades" radicalmente alterados.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/02/1592822-leia-trecho-de-um-antropologo-em-marte-de-oliver-sacks.shtml.
Considerando os elementos que funcionam como conectores nesse texto, assinale a alternativa em que o conector destacado pode ser substituído pelo correspondente, indicado ao lado, sem prejuízo de sentido.