Questões de Sociologia - Trabalho e Estratificação Social - Emprego e Desemprego
Há pouco mais de uma semana, quando a varejista Amazon foi acusada de fazer com que seus funcionários trabalhassem em horários excessivos a ponto de terem de urinar em garrafas plásticas, a companhia do homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, afirmou que, “se isso fosse verdade, ninguém trabalharia conosco”. [...]. Nesta sexta-feira (2), no entanto, a Amazon voltou atrás e pediu desculpas [...] e acabou admitindo que sim, alguns funcionários não têm tempo de ir ao banheiro e acabam urinando em garrafas de água.
VITORIO, Tamires. Com horários de trabalho excessivos, funcionários da Amazon urinam em garrafas. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento adaptado).
A notícia de que uma das principais empresas varejistas contemporâneas admitiu que uma parte de seus funcionários trabalha em condições precárias é um testemunho de como
Francisca Dantas Mendes, professora do curso de Têxtil e Moda na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa Sustentabilidade na Cadeia Têxtil, explica que o Fast Fashion é um modelo em que os produtos são produzidos, consumidos e literalmente descartados em um curto período de tempo, tanto pela má qualidade das roupas quanto pelas constantes mudanças de tendências de moda. [...] Do ponto de vista social, “como não há garantia de volume de produção de roupas, as empresas prestadoras desse tipo de serviço mantêm um número reduzido de funcionários contratados e, quando a demanda pela produção aumenta, ocorre a quarteirização e até a quinteirização do serviço, sendo que, nestes dois últimos casos, o processo ocorre de forma informal e com preços ainda mais reduzidos”, explica a professora. Nesse ambiente de exploração do trabalho, a mão de obra análoga à escravidão prolifera.
ZANFER, Gustavo. O modelo Fast Fashion de produção de vestuário causa danos ambientais e trabalho escravo. Disponível em: https://jornal.usp.br/. Acesso em: 20 abr. 2023. (Fragmento adaptado).
A melhoria das condições de trabalho nesta situação necessita do(a)
Considere o texto a seguir:
Os sociólogos franceses Luc Boltanski e Ève Chiapello, em sua obra intitulada O novo espírito do capitalismo (2009), afirmam que a nova política de contratação e as novas organizações da estrutura empresarial (que é global) permitem que o empregador, ao subcontratar a mão de obra, possa ocultar que é o empregador. É o caso de grandes empresas norte-americanas de celulares que transferiram sua produção para empresas fornecedoras na China. [...] Ou seja, levam a alterações contratuais de trabalho que, ao facilitarem os trâmites e a burocracia para a demissão de empregados, como é o caso dos chamados temporários, aumentam a sensação de insegurança dos trabalhadores.
(ARAÚJO, Silvia Maria de Araújo; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia. São Paulo: Scipione, 2016. p. 152.)
Sobre os problemas relativos à transformação no mundo do trabalho no século XXI, é corretor afirmar:
O avanço das forças produtivas apropriadas pelo capital, aliado ao contexto de transformação das relações socioculturais que abarcam as esferas da produção e do consumo, tem possibilitado a ascensão do fenômeno da “uberização do trabalho”, termo derivado da forma de organização da empresa Uber. Esse fenômeno tem sido usualmente associado aos negócios da denominada economia de compartilhamento e abre o debate acerca das especificidades das categorias estruturantes da acumulação capitalista, que abarcam relações de trabalho virtualizadas [...].
FRANCON, David Silva; FERRAZ, Deise Luiza da Silva. Uberização do trabalho e acumulação capitalista. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 17, Edição Especial, p. 844-856, nov. 2019 (fragmento).
Sobre a chamada “uberização do trabalho”, fenômeno no qual as relações de trabalho se dão por demanda, sendo mais flexíveis e informais, assinale a alternativa correta no que se refere ao contexto brasileiro.
De Seattle a Porto Alegre, contramovimentos espontâneos estariam emergindo pragmaticamente na esteira da nova onda de mercantilização causada pela globalização. Assim, somados, o aumento da feminilização, as diferentes formas de flexibilização e o aumento da informalidade verificados em escala global serviriam para aproximar objetivamente os interesses do proletariado do norte e sul globalizados, possibilitando uma retomada do processo de internacionalização das práticas solidárias.
BRAGA, R. A rebeldia do precariado: trabalho e neoliberalismo no sul global. São Paulo: Boitempo, 2017 (adaptado).
A unificação da pauta dos movimentos sociais internacionais, descrita no texto, tem como principal objetivo:
Crianças são as principais vítimas da crise
Mais de 17 milhões de brasileiros até 14 anos de idade sobreviveram em 2020 abaixo da linha de pobreza, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse contingente equivalente a 38,6% da população nessa faixa etária , 3,9 milhões estavam em situação extrema, a de miséria. Além dos mais jovens, a pobreza atinge com mais força as pessoas de cor preta ou parda. São quase três vezes mais negros do que brancos na extrema pobreza. Cerca de 8,8 milhões abaixo da linha de miséria são pretos ou pardos, o que representa quase 75% do total de pessoas nessa condição. Os brancos na miséria, em 2020, totalizavam 3,2 milhões. Entre os brasileiros abaixo da linha de pobreza, 36,8 milhões eram negros, enquanto os brancos somavam quase 13,6 milhões.
Internet: economia.uol.com.br (com adaptações).
Programas sociais que priorizem o combate à exclusão social da população negra não se justificam, na medida em que há também brancos em situação de exclusão.
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