Questões de História - Temática - Problemas Sociais
Há dias conheci uma mulher do interior da Zambézia. Tem cinco filhos, já crescidos. O primeiro, um mulato esbelto, é dos portugueses que a violaram durante a guerra colonial. O segundo, um preto, elegante e forte como um guerreiro, é fruto de outra violação dos guerrilheiros de libertação da mesma guerra colonial. O terceiro, outro mulato, mimoso como um gato, é dos comandos rodesianos brancos, que arrasaram esta terra para aniquilar as bases dos guerrilheiros do Zimbabwe. O quarto é dos rebeldes que fizeram a guerra civil no interior do país. A primeira e a segunda vez foi violada, mas à terceira e à quarta entregou-se de livre vontade, porque se sentia especializada em violação sexual. O quinto é de um homem com quem se deitou por amor pela primeira vez.
Essa mulher carregou a história de todas as guerras do país num só ventre. (cap. 37)
O sentido de “humanidade”, criticado no texto de Ailton Krenak, é chave para a compreensão de um contexto de extrema violência, como o narrado no fragmento.
Nesse contexto de colonização, o corpo feminino está associado à imagem de:
“O voto feminino no Brasil completou 90 anos. Desde que a professora Celina Guimarães se alistou para votar em Mossoró, em 1927, e Alzira Soriano, primeira mulher eleita para um cargo público no país, assumiu a Prefeitura de Lajes, em 1929, ambos municípios do Rio Grande do Norte, muita coisa mudou. Em que pesem os avanços legais, o cenário nacional segue desfavorável, e a participação das mulheres na política ainda é irrisória considerando-se o perfil demográfico brasileiro. Mulheres somam 52% dos votantes, mas representam apenas 15% dos parlamentares do Congresso. A maioria da população feminina é negra, ao contrário da parlamentar, que é majoritariamente não negra. Indígena, apenas uma. Verdade que o percentual de participação feminina na Câmara e no Senado cresceu na comparação com legislaturas anteriores. Ainda assim, é pouco. Na prática, a política no Brasil é feita por homens brancos. Dados da União Interparlamentar, que reúne países ligados à ONU, colocam o Brasil na posição 145º do ranking Mulheres nos Parlamentos Nacionais. Numa nação onde em 2021 quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia, e os casos de estupro voltaram a crescer, já passou da hora de usar a via democrática para tentar mudar esse cenário. É necessário que as mulheres assumam o protagonismo nesse pleito, reivindiquem cabeças de chapas majoritárias e exijam transparência na distribuição dos recursos do fundo partidário. Claro que não há garantias de transformação, mas pode ser uma bela oportunidade de ao menos dar uma sacolejada no jogo e incluir em pauta a discussão de alguns problemas reais do Brasil”.
ROSA, Ana Cristina. “Com mulheres na cabeça”. Folha de S. Paulo. 27.02.2022. Adaptado.
É correto afirmar que o cenário nacional ao qual se refere a autora do texto
TEXTO
Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as considera um bem comum e, perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua autenticidade.
Corta de Veneza, 31 de mao de 1964 Desponivol em ranma ipran gov br. Acesso em: 7 ou 2019
TEXTO
Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada vez menos eficientes diante do processo acelerado de urbanização e transformação de nossa sociedade. A legislação de proteção peca por considerar o monumento, até certo ponto, desvinculado da realidade socioeconômica. O tombamento, ao decretar à imutabilidade do monumento, provoca a redução de seu valor venal e o abandono, o que é uma causa, ainda que lenta, de destruição inevitável.
TELLES. L. S. Manual do patrimônio histórico Porto Alegre Camss do Sé Escola Supenor de Teologia São Lourenço de Bnndes. 1977 (adspisdo)
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos se distanciam ao apresentarem pontos de vista diferentes sobre a(s)
Em agosto de 2020, a descoberta de uma vacina para a COVID-19 estava levando os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, a passarem por cima de protocolos científicos rigorosos para anunciar o quanto antes a cura da doença. Ambos deram declarações e tomaram atitudes que despertaram a preocupação de que etapas de verificação da segurança de novas drogas fossem abreviadas na busca pela primazia de um anúncio aguardado no mundo todo.
(www.nexojornal.com.br, 24.08.2020. Adaptado.)
A disputa de EUA e Rússia em torno da vacina contra a COVID-19 remete a outras controvérsias no passado, por exemplo,
A epidemia de sífilis golpeou Nápoles, pela primeira vez, em 1494. Os ingleses a chamaram de “enfermidade francesa”, os franceses disseram que era um “mal napolitano” e os napolitanos achavam que vinha da América. O vírus, por definição, é o outro. Sexualmente transmissível, a sífilis materializou nos corpos, dos séculos XVI ao XIX, as formas de repressão e exclusão social da modernidade.
(Adaptado de Paul B. Preciado, Aprendendo do vírus, em Sopa de Wuhan. APOS, 2020, p. 184-187.)
Considerando as referências acima sobre a epidemia de sífilis na época moderna, é possível afirmar:
Analise o ciclo do trabalho escravo contemporâneo.
Avalie as assertivas abaixo.
I) A escravidão chamada de contemporânea é, apenas, uma forma de burlar a legislação trabalhista, não causando danos nem para o empregador nem para o empregado.
II) A manutenção do trabalho forçado e das jornadas exaustivas é necessária para o cumprimento das metas de produção estabelecidas pelos compradores dos produtos.
III) Os trabalhadores em situação análoga à escravidão são vítimas do desemprego e da falta de condições de vida em seus municípios, o que os faz aceitar ofertas de trabalho em outras regiões.
IV) o trabalho escravo contemporâneo tem maior incidência no setor primário, em região de expansão agrícola, sobretudo nas atividades da pecuária, da produção de carvão e do cultivo de cana-de-açúcar.
As assertivas corretas sobre trabalho análogo à escravidão, retratado na imagem, são, apenas,
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