Questões de Português - Gramática - Morfologia
Leia o trecho do livro Bilhões e bilhões, de Carl Sagan, para responder a questão.
Toda cultura tem o seu mito da criação – uma tentativa de compreender de onde veio o universo e tudo o que ele contém. Quase sempre esses mitos são pouco mais que histórias inventadas por contadores de história. Em nossa época, temos também um mito da criação. Mas está baseado em evidências científicas sólidas. Diz mais ou menos o seguinte...
Vivemos num universo em expansão, cuja vastidão e antiguidade estão além do entendimento humano. As galáxias que ele contém estão se afastando velozmente umas das outras, restos de uma imensa explosão, o Big Bang. Alguns cientistas acham que o universo pode ser um dentre um imenso número – talvez um número infinito – de outros universos fechados. Uns podem crescer e sofrer um colapso, viver e morrer, num instante. Outros podem se expandir para sempre. Outros ainda podem ser delicadamente equilibrados e passar por um grande número – talvez um número infinito – de expansões e contrações. O nosso próprio universo tem cerca de 15 bilhões de anos desde a sua origem ou, pelo menos, desde a sua presente encarnação, o Big Bang.
Talvez haja leis diferentes da natureza e formas diferentes de matéria nesses outros universos. Em muitos deles a vida talvez seja impossível, pois não há sóis nem planetas, nem mesmo elementos químicos mais complicados do que o hidrogênio e o hélio. Outros talvez tenham uma complexidade, diversidade e riqueza que eclipsam as nossas. Se esses outros universos existem, nunca seremos capazes de sondar seus segredos, muito menos visitá-los. Mas há muito a explorar no nosso.
O nosso universo é composto de algumas centenas de bilhões de galáxias, uma das quais é a Via Láctea. “A nossa galáxia” – como gostamos de chamá-la, embora ela certamente não nos pertença – é composta de gás, poeira e aproximadamente 400 bilhões de sóis. Um deles, num braço obscuro da espiral, é o Sol. Acompanhando o Sol em sua viagem de 250 milhões de anos ao redor do centro da Via Láctea, existe um séquito de pequenos mundos. Alguns são planetas, outros são luas, uns asteroides, outros cometas. Nós, humanos, somos uma das 50 bilhões de espécies que cresceram e evoluíram num pequeno planeta, o terceiro a partir do Sol, que chamamos Terra.
(Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
Ao se converter o trecho “‘A nossa galáxia’ [...] é composta de gás, poeira e aproximadamente 400 bilhões de sóis” (4º parágrafo) para a voz ativa, a locução verbal “é composta” assume a forma:
Os dados econômicos vêm saindo piores do que as previsões. Estamos diante de uma supercrise muito maior do que a antecipada? Qual o seu impacto sobre o nosso futuro?
Como já disse aqui, é preciso muita cautela ao avaliar situações ruins. Devido a um somatório de vieses humanos, notadamente o modo como super-reagimos diante de fatos negativos, julgamos a crise presente como muito pior do que as passadas. Não é que não possam sê-lo. O ponto é que as avaliações feitas no olho do furacão tendem a superdimensionar a encrenca, ao passo que os juízos acerca do passado, sobre os quais o instinto de sobrevivência não interfere, são um tantinho mais objetivos.
um tantinho mais objetivos.
Não estou, com essas observações, querendo dizer que os economistas com previsões mais lúgubres estão exagerando, mas apenas que devemos desconfiar de nossas (e das deles) primeiras impressões.
Quanto ao futuro, tudo depende das lentes históricas que utilizamos.
(Hélio Schwartsman. “A pior crise de todos os tempos?”. Folha de S.Paulo, 23.06.2015. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que se faz correta análise dos fatos linguísticos presentes no texto.
As palavras e o tempo
Ao chegar criança em Curitiba, em 1961, meu primeiro choque foi linguístico: um vendedor de rua oferecia “dolé”. Para quem não sabe, era picolé. O nome “dolé” soava-me tão estranho que só a custo parecia se encaixar naquele objeto que eu sempre conhecera como “picolé”. Os anos passaram e os dolés sumiram. A última vez que os vi foi nas ruínas de uma parede no litoral, onde se podia ler em letras igualmente arruinadas pelo tempo: “Fábrica de dolés”.
Com o tempo, as estranhezas linguísticas vão ganhando outro contorno, mas sempre com a marca que o tempo vai deixando nas formas da língua. Lembro que, pouco a pouco, comecei a ouvir pessoas dizendo “emprestei do Fulano”, quando para meus ouvidos o normal seria “peguei emprestado do Fulano”; ou então emprestamos a ele. “Emprestar” só poderia ser “para alguém”; o contrário seria “pedir emprestado”. Mas em poucos anos o estranho passou a ser “pedir emprestado”, e a nova forma foi para o Houaiss. Um linguista diria que se trata de uma passagem sutil de formas analíticas para formas sintéticas. [...]
A língua não para, mas seus movimentos nunca são claramente visíveis, assim como jamais conseguimos ver a grama crescer – súbito, parece que ela já foi trocada por outra. O advento da informática e dos computadores é um manancial sem fim de palavras e expressões novas, ou expressões velhas transmudadas em outras. Um dos fenômenos mais interessantes, e de rápida consolidação, foi também a criação de verbos para substituir expressões analíticas. “Priorizar” ou “disponibilizar”, que parecem tão comuns, com um jeitão de que vieram lá do tempo de Camões, na verdade não terão mais de 20 anos – e também já estão no Houaiss. Na antiquíssima década de 1980, dizíamos “dar prioridade a” e “tornar disponível”. Bem, as novas formas ainda têm uma aura tecnocrática. Em vez de “disponibilizar os sentimentos”, preferimos ainda “abrir o coração”. Mas outras novidades acertam na veia: “deletar” entrou definitivamente no dia a dia das pessoas. Já ouvi alguém confessar: “Deletei ela da minha vida”.
Piorou a língua? De modo algum. A língua continua inculta e bela como sempre, como queria o poeta. Ela segue adiante – nós é que envelhecemos, e, às vezes, pela fala, parecemos pergaminhos de um tempo que passou.
Cristóvão Tezza, Gazeta do Povo, 20 set.2011.
“Um dos fenômenos mais interessantes, e de rápida consolidação, foi também a criação de verbos para substituir expressões analíticas. “Priorizar” ou “disponibilizar”, que parecem tão comuns, com um jeitão de que vieram lá do tempo de Camões, na verdade não terão mais de 20 anos – e também já estão no Houaiss.” A partir desse trecho, é correto afirmar:
Nas tirinhas, os personagens ironizam o emprego equivocado verbo “armarão”. Qual das frases seguintes poderia ser empregada pelo internauta sem correr o risco de “viajar no tempo”, isto é, utilizando corretamente o uso do tempo verbal.
Instrução: Leia o texto para responder à questão.
O Amazonas das musas e dos poetas esquecidos
Sem sombra de dúvida, o Amazonas possui um dos mais talentosos grupos de poetas do Brasil. Alguém já havia dito que, historicamente, sempre tivemos uma tendência à poesia, não importando, num primeiro momento, se era boa ou ruim.
Os mais destacados poetas amazonenses são justamente os que romperam a fronteira do regionalismo literário e construíram uma poesia afinada com o seu tempo, passando ao largo dos adoradores de gramática. Aos novos pesquisadores, uma tarefa torna-se imprescindível: revisar criticamente nossa historiografia, quase sempre regionalista e centrada na região Sudeste do país. As outras regiões figuram em muitos estudos como nota de rodapé e, quando muito, em um parágrafo à parte. Com as exceções de praxe, claro.
(Márcio Braz. www.emtempo.com.br. Adaptado.)
No primeiro parágrafo, os verbos apresentam-se no presente e no pretérito. Para substituir o tempo composto havia dito por tempo simples, mantendo a adequada correlação dos tempos verbais, a forma a ser empregada deve ser:
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