[1] O teatro já nasceu musicado. O canto e a dança
tiveram presença marcante nas manifestações artísticas da
Antiguidade. Havia música não só nas tragédias, mas também
[4] nos dramas, nas sátiras e nas comédias.
Na história mais recente, a relação do teatro com a
música atingiu o seu mais alto grau a partir do surgimento da
[7] ópera, na Itália do século XVI. Porém os cantos e as melodias
acompanharam o teatro popular, durante todo o seu percurso,
por toda a Europa, até que apontasse, triunfante, em terras do
[10] além-mar.
Mais do que em qualquer outro lugar do mundo, o
teatro musical floresceu no Brasil de uma forma ímpar. A
[13] opereta e o teatro de revista se instalaram no Brasil na segunda
metade do século passado e, de lá pra cá, o casamento do
teatro com a música sempre deu certo. Antes da era do rádio,
[16] iniciada em 1922, o teatro de revista foi o grande responsável
pela divulgação dos êxitos da música popular brasileira.
E, durante muito tempo, a ideia do teatro musicado brasileiro
[19] esteve associada a balangandãs, plumas e lantejoulas e, mais
particularmente, à imagem do teatro de revista.
Esquecemo-nos de que esse teatro teve um significado
[22] histórico e político, e o reduzimos a fantasias brilhantes e coloridas.
A partir dos anos 1960, registrou-se uma crise do
teatro de revista, o qual parecia remeter a um passado
[25] politicamente ingênuo e distante das plateias ávidas em debater
e combater as injustiças sociais.
Ainda assim, o gênero teatro musical não abandonou
[28] nossos palcos. Apenas mudou de cara. Espetáculos como
Arena Conta Zumbi, Arena Conta Tiradentes, Roda Viva
e tantos outros, como o mais recente Gota D’água, passaram
[31] para a história do musical brasileiro.
Neyde de Veneziano. Teatro da juventude. São Paulo: Ano 1, n.º 5, 1996 (com adaptações).
Considerando o texto acima e o que ele suscita, julgue o item a seguir.