Leia o texto de Bruna Frachetto e Yonne Leite para responder à questão.
A busca de conhecimentos sobre o passado remoto da humanidade e sobre a origem de nossos ancestrais está presente, com diversas roupagens, em todas as épocas e é objeto de explicações da mais variada natureza, para vários povos.
Para os karajás, povo indígena que habita a ilha do Bananal (TO), sua origem vem dos aruanãs, peixes que habitavam águas profundas. Um aruanã, afoito e curioso, nada para muito longe e segue um raio de luz que lhe permite ver a sua sombra. Diverte-se com ela, mas, com medo, volta ao seu grupo. Sonha, então, com estranhas regiões. Torna a seguir o raio de luz e, ao chegar à superfície, fascinado, depara-se com um mundo de luz e calor, árvores, pássaros, lagos, céu e água. Transforma-se em gente de verdade e corre pelos prados, ouve o canto dos pássaros, come as frutas silvestres, sente o perfume das flores. Mas ali também estão o sofrimento, o perigo e a morte. Volta para o mundo dos aruanãs e vira peixe de novo. Um grupo de aruanãs, maravilhado com o relato do companheiro, resolve repetir sua experiência. Um a um sobem à superfície e se transformam em gente de verdade. Para que sua transformação se complete, a fim de se adaptarem às novas condições de vida na Terra, têm de adquirir a mobilidade que já existia nos primeiros habitantes. Assim, no processo de hominização dos aruanãs, um traço fundamental é o da aquisição de movimento, que passa a constituir o traço distintivo do homem de verdade, opondo-se, então, à imobilidade dos pré-humanos do mundo subaquático.
(Origens da linguagem, 2004.)
Os dois parágrafos do texto são organizados de modo a que