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Oswaldo Cruz e a Varíola: a Revolta da Vacina
Oswaldo Cruz queria livrar o Rio de Janeiro da varíola. Mas, na primeira campanha de vacinação, há 90 anos, a cidade virou um campo de batalha.
Cássio Leite Vieira
Entre os dias 10 e 18 de novembro de 1904,
a cidade do Rio de Janeiro viveu o que a imprensa
chamou de ''a mais terrível das revoltas populares
da República''. O cenário era desolador: bondes
[5] tombados, trilhos arrancados, calçamentos
destruídos — tudo feito por uma massa de 3000
revoltosos. A causa foi a lei que tornava obrigatória
a vacina contra a varíola. E o personagem
principal, o jovem médico sanitarista Oswaldo Cruz.
[10] A oposição política, ao sentir a insatisfação
popular, tratou de canalizá-la para um plano
arquitetado tempos antes: a derrubada do
presidente da República Rodrigues Alves. Mas os
próprios insufladores da revolta perderam a
[15] liderança dos rebeldes e o movimento tomou rumos
próprios. Em meio a todo o conflito, com saldo de
30 mortos, 110 feridos, cerca de 1000 detidos e
centenas de deportados, aconteceu um golpe de
Estado, cujo objetivo era restaurar as bases
[20] militares dos primeiros anos da República.
A revolta foi sufocada e a cidade,
remodelada, como queria Rodrigues Alves. Poucos
anos depois, o Rio de Janeiro perderia o título de
''túmulo dos estrangeiros''. Hoje, a varíola está
[25] extinta no mundo todo. E a Organização Mundial da
Saúde, da ONU, discute a destruição dos últimos
exemplares do vírus da doença, ainda mantidos em
laboratórios dos Estados Unidos e da Rússia.
Disponível em: http://super.abril.com.br/historia/ oswaldo-cruz-ea-variola-a-revolta-da-vacina. Acesso em: 10 abr. 2017. Adaptado.
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