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A saúde do brasileiro em alerta
O Ministério da Saúde divulgou, recentemente, a pesquisa do ano de 2010 realizada pela VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que tem como objetivo monitorar a frequência e a proteção para doenças crônicas não transmissíveis na população brasileira e assim definir ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças. O estudo é realizado anualmente, desde 2006, com indivíduos maiores de 18 anos, residentes em domicílios com telefone fixo nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Em 2010, 54.339 pessoas foram ouvidas – cerca de duas mil para cada capital brasileira.
A pesquisa aponta que quase metade da população brasileira tem sobrepeso. O excesso de peso aumentou de 42,7% para 48,1%, e a obesidade subiu de 11,4% para 15% desde 2006. Quando avaliado separadamente por sexo, observou-se que mais da metade dos homens está acima do peso. Em 2006, a pesquisa apontava excesso de peso em 47,2% dos homens e em 38,5% das mulheres.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, alertou para o alto risco a que os brasileiros estão expostos. "Se nós mantivermos o ritmo de crescimento [no índice de obesidade] que o Brasil vem tendo, em 13 anos nós vamos ter o mesmo índice de prevalência que os Estados Unidos têm atualmente".
Segundo outros estudos, o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesidade, em um curto período, é uma tendência mundial. “O excesso de peso decorre do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados. Essa é uma tendência mundial, e o Brasil não está isolado. Ela é um reflexo do baixo consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras e do uso em excesso de produtos industrializados com elevado teor de calorias, como gorduras e açúcares, além de baixos níveis de atividade física”.
Uma preocupação é o consumo de frutas e hortaliças que, segundo a recomendação da Organização Mundial da Saúde, deve ser de 400g/dia. Foi revelado que apenas 18,2% da população consomem a quantidade recomendada. Os dados mostram que 34,2% se alimentam de carnes vermelhas gordurosas ou de frango com pele; 28,1% consomem refrigerantes cinco vezes ou mais na semana; e 56,4% consomem leite integral. Destacando que, em ambos os alimentos, o consumo é maior entre os homens.
A VIGITEL 2010 revela também que 14,2% dos adultos no país são sedentários e, portanto, não praticam nenhum tipo de atividade física durante o tempo livre, durante o deslocamento para o trabalho ou durante atividades domésticas. Apenas 14,9% dos entrevistados declararam ser ativos em tempo livre. Os dados indicam ainda que 30,2% dos homens e 26,5% das mulheres assistem a programas de televisão por três ou mais horas ao dia.
Portanto, a pesquisa revela que ainda há muitas medidas de intervenção para serem feitas na saúde pública, a fim de melhorar hábitos que influenciam na saúde do brasileiro.
Adriana de Sousa Nagahashi. Disponível em: www.saude.br/index.php/articles/artigos/atividade-fisica/84-atividade fisica/358-a-saude-do-brasileiro-em-alerta. Acesso em 24/02/2018.
O Texto, quanto a seu ‘propósito comunicativo’, se destaca como uma ação de linguagem, destinada a:
1) narrar episódios da vida social urbana cujos planos envolvem personagens e ações da vigilância em saúde.
2) defender condutas e práticas relacionadas à elevação dos padrões de saúde da população.
3) informar a população, a partir de dados objetivos, quanto a medidas de intervenção restritas à cura de doenças graves.
4) levantar suposições acerca das razões pelas quais os órgãos públicos exercem uma vigilância tão precária quanto à saúde da população.
5) pôr em destaque avaliações consistentes de como se poderia assegurar padrões de saúde mais seguros e estáveis.
Estão corretas: