Leia trecho do romance Tempos Difíceis, de Charles Dickens, publicado em 1854.
Estêvão inclinou-se sobre o tear, calmo, atento e laborioso. Como todos os homens na floresta de teares, onde trabalhava, Estêvão formava contraste estranho com o rumor, o barulho e a agitação das peças do mecanismo a que fora destinado. Havia centenas de operários na fábrica e a força de centenas de cavalos-vapor. Fez-se dia rapidamente, mostrando-se no exterior, apesar das luzes prepotentes do interior. Apagaram-se as luzes e o trabalho continuou. No vasto pátio externo, o vapor do tubo de descarga, o montão de tonéis e ferros velhos, o depósito luzidio de carvão, as cinzas espalhadas por todo lado, estavam envolvidos em véu de névoa e chuva.
O trabalho prosseguiu ao som das sinetas do meio-dia. Novo tropel pelo calçamento. Os teares, as rodas, os operários saíram todos da engrenagem por uma hora.
(Apud Edgar de Decca e Cristina Meneguelo. Fábricas e homens, 1999. Adaptado.)
No excerto, o escritor Charles Dickens refere-se