Na tentativa de compreender como surgiu o Estado, alguns filósofos da política criaram um modelo teórico baseado numa hipótese contratualista, a respeito da qual é CORRETO afirmar.
Em um texto de suas Preleções sobre a História da Filosofia, o filósofo alemão Hegel (1770-1831) afirma:
I Que a proposição fundamental daquele que é considerado o primeiro filósofo, Tales de Mileto, é filosófica porque afirma a unidade da totalidade dos seres;
II Que essa afirmação da unidade do Todo se distingue do discurso homérico, marcado pelos mitos, porque em Homero supõem-se muitas realidades e princípios, sem unidade clara;
III Que o erro da proposição de Tales está em nomear e entender a unidade absoluta como água, já que água é um dos seres, e não o princípio universal (arkhé).
É indiferente que haja ordem ou desordem no visto, mas o critério para essa ordenação ou para a desordem, ou seja, a possibilidade mesma de que o múltiplo intuído (o “visto imediatamente”) tenha alguma ordem é uma representação prévia ao intuído, que lhe dá forma.
A partir do que se disse, é INCORRETO afirmar.
A suposta teoria dos dois mundos diz que, ao diferenciar dóxa [opinião] e epistéme [conhecimento], no final do livro V [do diálogo República], é justificado dizer que Platão propõe uma visão que implica compreender a realidade como cindida entre duas totalidades paralelas: o mundo das aparências e o mundo das ideias.
MARQUES, Marcelo Pimenta. “Contra a teoria dos dois mundos na filosofia de Platão (República V 476e-478e)” In CONTE, J. & BAUSCHWITZ,O.F. (orgs). O QUE É METAFÍSICA?, Atas do III Colóquio Internacional de Metafísica. Natal, RN: Ed.UFRN, 20l1.
Contra essa interpretação tradicional, porém, Marcelo Pimenta conclui que, “no caso do livro V da República, na participação entre coisas múltiplas visíveis e Formas inteligíveis, podemos dizer que a Forma participada é o que é, existe, tem sua determinação total e é causa da determinação maior ou menor de outros seres; mas também as coisas que aparecem são o que são; elas não são menos que as Formas, não têm menos “quantidade” de ser; elas são de modo diferente, ou seja, existem e são menos determinadas, têm um grau menor de determinação, do que quer que sejam. A meu ver, essa compreensão articulada pode e deve nos levar a rejeitar a tal doutrina dualista e a nos posicionarmos contra a teoria dos dois mundos na filosofia de Platão”.
Considerando seus conhecimentos em filosofia e a posição da interpretação enunciada acima, assinale a alternativa INCORRETA.
Como a moral, portanto, tem uma influência sobre as ações e os afetos, segue-se que não pode ser derivada da razão, porque a razão sozinha, como já provamos, nunca poderia ter tal influência. A moral desperta paixões, e produz ou impede ações. A razão, por si só, é inteiramente impotente quanto a esse aspecto. As regras da moral, portanto, não são conclusões da razão.
HUME, David. Tratado sobre a natureza humana. São Paulo: Edunesp, 2009, p. 497.
Sobre a teoria do sentimento moral de David Hume é INCORRETO afirmar.
Sobre a estética transcendental, Kant nos diz:
Toda a nossa intuição não é senão a representação de fenômeno: as coisas que intuímos não são em si mesmas tais quais as que intuímos, nem suas relações são em si mesmas constituídas do modo como nos aparecem e, se suprimíssemos o nosso sujeito ou também apenas a constituição subjetiva dos sentidos em geral, em tal caso desapareceriam toda a constituição, todas as relações dos objetos no espaço e no tempo, e mesmo espaço e tempo. Todas essas coisas enquanto fenômenos não podem existir em si mesmas, mas somente em nós. O que há com os objetos em si e separados de toda esta receptividade de nossa sensibilidade, permanece-nos inteiramente desconhecido. Não conhecemos senão o nosso modo de percebê-los.
KANT, I. “Estética transcendental § 8”. In Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
Considerando o trecho acima e seu conhecimento sobre a filosofia kantiana, assinale a alternativa INCORRETA.
O filósofo Thomas Kuhn afirma sobre as revoluções científicas:
[...] as revoluções científicas iniciam-se com um sentimento crescente, também seguidamente restrito a uma pequena subdivisão da comunidade científica, de que o paradigma existente deixou de funcionar adequadamente na exploração de um aspecto da natureza, cuja exploração fora anteriormente dirigida pelo paradigma. […] o sentimento de funcionamento defeituoso, que pode levar à crise é um pré-requisito para a revolução.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 3a ed., 1995, p. 126.
Considerando o trecho acima e seus conhecimentos sobre o pensamento de Kuhn, assinale a alternativa CORRETA.