Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
[...]
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta,
um verme.
(Reunião, 1969.)
No excerto, o eu lírico
Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
[...]
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta,
um verme.
(Reunião, 1969.)
Na palavra “pressentida”, há um prefixo. Um prefixo com sentido semelhante existe na palavra
Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza; Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.
Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.
Uma noite, no Cassino, a Lísia Soares, que se fazia íntima com ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu- -lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara recentemente da Europa:
− É um moço muito distinto, respondeu Aurélia sorrindo; vale bem como noivo cem contos de réis; mas eu tenho dinheiro para pagar um marido de maior preço, Lísia; não me contento com esse.
Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas.
Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial.
(Senhora, 2013. Adaptado.)
“a Lísia Soares, que se fazia íntima com ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu-lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira”
Os tempos dos verbos destacados indicam, respectivamente,
Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza; Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.
Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.
Uma noite, no Cassino, a Lísia Soares, que se fazia íntima com ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu- -lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara recentemente da Europa:
− É um moço muito distinto, respondeu Aurélia sorrindo; vale bem como noivo cem contos de réis; mas eu tenho dinheiro para pagar um marido de maior preço, Lísia; não me contento com esse.
Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas.
Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial.
(Senhora, 2013. Adaptado.)
“Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça”
No período em que se insere, o segmento destacado apresenta sentido de
A pedra fundamental do liberalismo costuma ser identificada com Adam Smith, mais especialmente com a publicação de A riqueza das nações, em 1776.
Smith afirma que o mundo seria melhor – mais justo, racional,eficiente e produtivo – se houvesse a mais livre iniciativa, se as atitudes econômicas dos indivíduos e suas relações não fossem limitadas por regulamentos e monopólios garantidos pelo Estado ou pelas corporações de ofício. Prega a necessidade de desregulamentar e privatizar as atividades econômicas, reduzindo o Estado a funções definidas, que delimitassem apenas parâmetros bastante gerais para as atividades livres dos agentes econômicos. São três as funções do governo na argumentação de Smith: a manutenção da segurança interna e externa, a garantia da propriedade e dos contratos e a responsabilidade por serviços essenciais de utilidade pública.
Segundo a doutrina liberal, a procura do lucro e a motivação do interesse próprio são inclinações fundamentais da natureza do homem. Elas estimulam o empenho e o engenho dos agentes, recompensam a poupança, a abstinência presente,e remuneram o investimento. Além disso, premiam a iniciativa criadora, incitando ao trabalho e à inovação. Como resultado, cria-se um sistema ordenador (e coordenador) das ações humanas, identificadas com ofertas e demandas mediadas por um mecanismo de preços. Esse sistema social revelaria de modo espontâneo e incontestável as necessidades de cada um e de todos os indivíduos. O sistema também indicaria a eficácia da empresa e dos empreendedores, sancionando as escolhas individuais, atribuindo-lhes valores negativos ou positivos.
(Neoliberalismo, 2001. Adaptado.)
• A doutrina liberal prega uma sociedade de indivíduos autônomos.
• O principal precursor da doutrina liberal é Adam Smith.
• Uma sociedade de indivíduos autônomos produziria pessoas mais felizes.
O período que une as três orações, preservando seu sentido original e respeitando a norma-padrão da língua portuguesa, é:
Marte tem água salgada
Daqui a pouco, alguém propõe fechar a praia.
2015
Descobrem água salgada em Marte.
2020
Sondas enviadas ao planeta vermelho confirmam que a água é tóxica, capaz de causar danos à saúde – como a água do rio Tietê, em São Paulo.
2036
Durante a primeira expedição exploratória, astronautas resolvem entrar na água salgada marciana – com traje espacial e tudo. Nesse momento, ocorre a primeira selfie de praia interplanetária.
2099
Dentro das redomas construídas para instalar a colônia humana, cientistas conseguem limpar a água salgada tóxica e transformar a área em que ela se encontra em uma grande praia. Enquanto isso, na Terra, o Tietê continua impróprio para a vida.
2115
Jovens moradores da área nobre da colônia marciana formam grupos de justiceiros que passam a atacar os filhos de trabalhadores pobres que vão à praia. A acusação é de que eles fazem arrastões para roubar oxigênio das redomas. Como resposta, o poder público local passa a impedir que filhos de trabalhadores pobres da periferia cheguem à praia. Dizem que isso tem o objetivo de atuar no roubo de ar de forma preventiva. Apenas os que possuem dinheiro são autorizados pelas forças policiais a seguir viagem nos transportes. O mesmo controle não é feito com as famílias dos administradores, cientistas e, é claro, turistas com alto poder aquisitivo. Historiadores alertam que foi esse tipo de política segregacionista que levou a antiga cidade do Rio de Janeiro parao buraco nas Revoltas Populares de 2019, resolvida com a vinda do Grande Meteoro Redentor, em agosto daquele ano.
(www.blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br. Adaptado.)
A expressão “política segregacionista”, no último período do texto, refere-se à