TEXTO 2
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
(Luís Vaz de Camões, in "Sonetos").
No poema, os recursos de expressividade que melhor sustentam a intencionalidade do eu-lírico são:
TEXTO 1
UNIVERSIDADE E PAIXÕES
[1] Ainda existe na universidade a ideia de que a paixão se opõe à lógica. Esta tem cidadania nas relações e
atividades acadêmicas; aquela, não. Portanto, pretende-se apresentar a universidade como um universo
despassionalizado1, em que dominam a impessoalidade, a objetividade, os critérios de mérito, a
argumentação lógica. Deseja-se lançar a paixão na esfera dos assuntos privados.
[5] No entanto, à medida que a paixão movimenta os seres humanos à ação, não pode estar ausente da vida
acadêmica, não pode deixar de definir as relações do eu com a instituição em que vive, não pode estar
ausente das interações sociais. Na verdade, o que precisaria impulsionar a pesquisa deveria ser a
curiosidade, o que necessitaria presidir ao ensino seria o entusiasmo.
No entanto, há muito tempo esses estados passionais desertaram das salas e dos corredores da academia. A
[10] curiosidade, definida por um querer saber, deveria ser modulada por um clímax de intensidade e por um
máximo de extensidade2. Na realidade, os critérios burocráticos de produtividade estão levando a nenhuma
curiosidade e ao encerramento em especialidades cada vez mais restritas. À medida que os pesquisadores
vão se tornando cada vez mais especialistas, não têm nenhuma amplitude intelectual e passam a ver os
pontos de vista teóricos com que trabalham como a verdade, que explica o objeto em toda a sua
[15] complexidade[...]
No entanto, os afetos marcam profundamente as relações acadêmicas. Não se trata do companheirismo ou
da benevolência. O que governa a vida universitária são as paixões da morte: hostilidades, rancores, invejas,
ressentimentos... Essa é a parte sombria da universidade.
Nas relações acadêmicas, o Eros3 está completamente ausente e o Thanatos4 reina triunfante. E o sentimento
[20] que domina tudo é o ressentimento.[...]
(Adaptado de: FIORIN, J. L. Semiotics of passions: resentment. São Paulo: Alfa, v. 51, n. 1, p. 9-22, 2007).
Em relação à leitura do texto, é correto afirmar:
TEXTO 1
UNIVERSIDADE E PAIXÕES
[1] Ainda existe na universidade a ideia de que a paixão se opõe à lógica. Esta tem cidadania nas relações e
atividades acadêmicas; aquela, não. Portanto, pretende-se apresentar a universidade como um universo
despassionalizado1, em que dominam a impessoalidade, a objetividade, os critérios de mérito, a
argumentação lógica. Deseja-se lançar a paixão na esfera dos assuntos privados.
[5] No entanto, à medida que a paixão movimenta os seres humanos à ação, não pode estar ausente da vida
acadêmica, não pode deixar de definir as relações do eu com a instituição em que vive, não pode estar
ausente das interações sociais. Na verdade, o que precisaria impulsionar a pesquisa deveria ser a
curiosidade, o que necessitaria presidir ao ensino seria o entusiasmo.
No entanto, há muito tempo esses estados passionais desertaram das salas e dos corredores da academia. A
[10] curiosidade, definida por um querer saber, deveria ser modulada por um clímax de intensidade e por um
máximo de extensidade2. Na realidade, os critérios burocráticos de produtividade estão levando a nenhuma
curiosidade e ao encerramento em especialidades cada vez mais restritas. À medida que os pesquisadores
vão se tornando cada vez mais especialistas, não têm nenhuma amplitude intelectual e passam a ver os
pontos de vista teóricos com que trabalham como a verdade, que explica o objeto em toda a sua
[15] complexidade[...]
No entanto, os afetos marcam profundamente as relações acadêmicas. Não se trata do companheirismo ou
da benevolência. O que governa a vida universitária são as paixões da morte: hostilidades, rancores, invejas,
ressentimentos... Essa é a parte sombria da universidade.
Nas relações acadêmicas, o Eros3 está completamente ausente e o Thanatos4 reina triunfante. E o sentimento
[20] que domina tudo é o ressentimento.[...]
(Adaptado de: FIORIN, J. L. Semiotics of passions: resentment. São Paulo: Alfa, v. 51, n. 1, p. 9-22, 2007).
Sobre o texto, analise as afirmativas:
I. O ressentimento domina a vida acadêmica.
II. Na vida acadêmica, as paixões estão restritas na esfera dos assuntos privados.
III. Muitos apresentam a universidade como um ambiente isento de paixões.
IV. Apesar de todos os contratempos, o ambiente acadêmico é moldado pela postura polida de seus frequentadores, sendo exceção à regra as queixas e difamações.
Estão corretas as afirmativas
TEXTO 1
UNIVERSIDADE E PAIXÕES
[1] Ainda existe na universidade a ideia de que a paixão se opõe à lógica. Esta tem cidadania nas relações e
atividades acadêmicas; aquela, não. Portanto, pretende-se apresentar a universidade como um universo
despassionalizado1, em que dominam a impessoalidade, a objetividade, os critérios de mérito, a
argumentação lógica. Deseja-se lançar a paixão na esfera dos assuntos privados.
[5] No entanto, à medida que a paixão movimenta os seres humanos à ação, não pode estar ausente da vida
acadêmica, não pode deixar de definir as relações do eu com a instituição em que vive, não pode estar
ausente das interações sociais. Na verdade, o que precisaria impulsionar a pesquisa deveria ser a
curiosidade, o que necessitaria presidir ao ensino seria o entusiasmo.
No entanto, há muito tempo esses estados passionais desertaram das salas e dos corredores da academia. A
[10] curiosidade, definida por um querer saber, deveria ser modulada por um clímax de intensidade e por um
máximo de extensidade2. Na realidade, os critérios burocráticos de produtividade estão levando a nenhuma
curiosidade e ao encerramento em especialidades cada vez mais restritas. À medida que os pesquisadores
vão se tornando cada vez mais especialistas, não têm nenhuma amplitude intelectual e passam a ver os
pontos de vista teóricos com que trabalham como a verdade, que explica o objeto em toda a sua
[15] complexidade[...]
No entanto, os afetos marcam profundamente as relações acadêmicas. Não se trata do companheirismo ou
da benevolência. O que governa a vida universitária são as paixões da morte: hostilidades, rancores, invejas,
ressentimentos... Essa é a parte sombria da universidade.
Nas relações acadêmicas, o Eros3 está completamente ausente e o Thanatos4 reina triunfante. E o sentimento
[20] que domina tudo é o ressentimento.[...]
(Adaptado de: FIORIN, J. L. Semiotics of passions: resentment. São Paulo: Alfa, v. 51, n. 1, p. 9-22, 2007).
Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a alternativa correta.
TEXTO 1
UNIVERSIDADE E PAIXÕES
[1] Ainda existe na universidade a ideia de que a paixão se opõe à lógica. Esta tem cidadania nas relações e
atividades acadêmicas; aquela, não. Portanto, pretende-se apresentar a universidade como um universo
despassionalizado1, em que dominam a impessoalidade, a objetividade, os critérios de mérito, a
argumentação lógica. Deseja-se lançar a paixão na esfera dos assuntos privados.
[5] No entanto, à medida que a paixão movimenta os seres humanos à ação, não pode estar ausente da vida
acadêmica, não pode deixar de definir as relações do eu com a instituição em que vive, não pode estar
ausente das interações sociais. Na verdade, o que precisaria impulsionar a pesquisa deveria ser a
curiosidade, o que necessitaria presidir ao ensino seria o entusiasmo.
No entanto, há muito tempo esses estados passionais desertaram das salas e dos corredores da academia. A
[10] curiosidade, definida por um querer saber, deveria ser modulada por um clímax de intensidade e por um
máximo de extensidade2. Na realidade, os critérios burocráticos de produtividade estão levando a nenhuma
curiosidade e ao encerramento em especialidades cada vez mais restritas. À medida que os pesquisadores
vão se tornando cada vez mais especialistas, não têm nenhuma amplitude intelectual e passam a ver os
pontos de vista teóricos com que trabalham como a verdade, que explica o objeto em toda a sua
[15] complexidade[...]
No entanto, os afetos marcam profundamente as relações acadêmicas. Não se trata do companheirismo ou
da benevolência. O que governa a vida universitária são as paixões da morte: hostilidades, rancores, invejas,
ressentimentos... Essa é a parte sombria da universidade.
Nas relações acadêmicas, o Eros3 está completamente ausente e o Thanatos4 reina triunfante. E o sentimento
[20] que domina tudo é o ressentimento.[...]
(Adaptado de: FIORIN, J. L. Semiotics of passions: resentment. São Paulo: Alfa, v. 51, n. 1, p. 9-22, 2007).
No que se refere à Tipologia e ao GêneroTextual, analise as afirmativas:
I. Trata-se de um texto predominantemente dissertativo-argumentativo.
II. A predominância da conjunção “No entanto”, nos 2o, 3o e 4o parágrafos, é usada como recurso argumentativo para enfatizar a ideia de oposição.
III. Há predominância de verbos no presente do modo indicativo.
De acordo com as afirmações acima, pode-se afirmar que está correto o que se afirma em
O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele
para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
Porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que
carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o voo de um pássaro
botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos
(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 469-470.)
Sobre a leitura do poema, analise as afirmativas:
I. O título do texto encerra a ideia central do poema: todo aquele que escreve é um sonhador de coisas abstratas.
II. O escritor, em seu ato criativo, vivencia múltiplas experiências, dando-lhe, inclusive, a oportunidade de vivenciar outros papéis sociais.
III. Para o menino, ao escritor é facultada a possibilidade de fugir de todas as convenções, inclusive daquelas relacionadas à linguagem.
IV. Para a mãe, o poeta é amado pela coerência criativa e primor estético, pois a beleza é inerente à poesia.
Estão corretas as afirmativas