Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou
a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade
persistente, disparada pela frustação de não corresponder às próprias expectativas
em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, aonde quer que fosse,
encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa
espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa
com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria
na qual hoje se encaixa, e com orgulho. E ajuda a dissipar, com humor, o
minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não
for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. É o que você verá
na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez.
Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto
as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres
nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas
para quem a maternidade já é assunto menos relevante nesse momento da vida.
Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá
boas dicas na página 18. Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre
inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um
grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que
compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
O texto acima