O texto abaixo é referência para a questão.
Em 10 de dezembro de 2016, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, soltou um tuíte. O comunicado tinha certa urgência: “Informes da @CNN de que eu estarei trabalhando no O Aprendiz durante minha presidência, mesmo que em meio período, são ridículos e não verdadeiros – FAKE NEWS!”.
A declaração de Trump era uma espécie de controle de danos: pouco antes de sua posse, no início de 2017, boatos _______ que o novo presidente _______ animado com a possibilidade de, nas horas vagas da Casa Branca, continuar tocando seu reality show empreendedor. Em circunstâncias normais, essa hipótese _______ coisa de charges, daquelas com políticos de terno e cartola sentados em cima do Capitólio com sacos ilustrados com cifrões. Mas o fato era que os Estados Unidos estavam mesmo às vésperas da entrega da presidência a um homem de negócios tornado celebridade televisiva. E a imprensa, com seu poder de representação e organização da realidade, estava em frangalhos.
[…] Os efeitos desse novo maquinário de notícias falsas (ou fake news) no liberal ambiente de comunicação norte-americano, no meio de um processo de disputa presidencial, ________ um dos principais eixos da análise e da cobertura política entre 2015 e 2016.
(Disponível em: https://diplomatique.org.br/nova-velha-desinformacao/. Acesso em 22, ago. 2018.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente a sequência de lacunas do texto.
O texto abaixo é referência para a questão.
Razão não depende de geografia
Somos um país de pobres que detesta a pobreza. Aprendemos que ela é abjeta e que em seu interior há pouca chance de dignidade. “Cara de pobre”, “coisa de pobre”, “pobreza pega”. O que é dito como brincadeira guarda seus enunciados de verdade. Logo, é comum soltar um “os pobres precisam parar de ter filhos”. Logo, “um país rico é um país sem pobreza”, como disse um dia uma propaganda governamental. Logo, os pobres deviam mesmo parar de votar. E onde mora a pobreza do Brasil? Naquele torrão distante e seco denominado Nordeste, a região cristalizada pelo tempo (e por novelas e comerciais e livros e quadros e filmes) como a responsável tanto por guardar as coloridas tradições de um Brasil profundo quanto a vergonha da fome e da incapacidade de reflexão.
Essa seara com 57,36 milhões de habitantes de todas as classes sociais está prestes a surgir novamente nas mídias carregando todas essas marcas: nas eleições das duas últimas décadas, o Nordeste foi o protagonista nas falas daqueles que vieram a público explicitar como votamos mal, como conduzimos o país ao abismo, como nossa baixa escolaridade e nossa barriga vazia nos têm feito prezar por nomes que levam todo o país ao caos. […]
Um primeiro tapa ao pé do ouvido: nossa ideia do que significa “esclarecimento” está morrendo por inanição. […] Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964. Mas, ainda assim, entendemos que são as pessoas “desinformadas”, pauperizadas e menos escolarizadas – no imaginário nacional, nordestinas – que possuem pouca capacidade para decisões objetivas, já que as suas escolhas são orientadas somente por necessidade. […]
Assim, situar o “mau” voto nos nordestinos, nos “esfomeados do Bolsa Família” ou, enfim, na pobreza é uma estratégia também voltada para a desmobilização: se nos referimos aos pobres como universitários ou trabalhadores – ambulantes, manicures, lavradores, empregadas domésticas – damos uma cara a esse voto. Damos voz, corpo e, perceba, racionalidade. Esta última é, no final, a palavra em disputa: quem a detém consegue, em um jogo que é seu, mas é vendido como de todos, o poder de determinar quem são os outros – ou o pessoal da geral, aqueles que precisam continuar na plateia.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/razao-nao-depende-de-geografia/. Acesso em 22, ago. 2018.)
Sobre o texto acima, considere as seguintes afirmativas:
1. Trata-se de um texto argumentativo que inicia com diversos argumentos de autoridade logo no primeiro parágrafo.
2. A temática do texto é sobre como a pobreza influencia a capacidade de um indivíduo votar conscientemente.
3. Para o articulista, apesar da facilidade de acesso à informação, a incapacidade de exercer a cidadania conscientemente é erroneamente atribuída àqueles menos favorecidos.
4. O autor conclui que o discurso da racionalidade é contraditoriamente defendido pelos privilegiados, porque é utilizado para a manipulação dos eleitores.
Assinale a alternativa correta.
O texto abaixo é referência para a questão.
Razão não depende de geografia
Somos um país de pobres que detesta a pobreza. Aprendemos que ela é abjeta e que em seu interior há pouca chance de dignidade. “Cara de pobre”, “coisa de pobre”, “pobreza pega”. O que é dito como brincadeira guarda seus enunciados de verdade. Logo, é comum soltar um “os pobres precisam parar de ter filhos”. Logo, “um país rico é um país sem pobreza”, como disse um dia uma propaganda governamental. Logo, os pobres deviam mesmo parar de votar. E onde mora a pobreza do Brasil? Naquele torrão distante e seco denominado Nordeste, a região cristalizada pelo tempo (e por novelas e comerciais e livros e quadros e filmes) como a responsável tanto por guardar as coloridas tradições de um Brasil profundo quanto a vergonha da fome e da incapacidade de reflexão.
Essa seara com 57,36 milhões de habitantes de todas as classes sociais está prestes a surgir novamente nas mídias carregando todas essas marcas: nas eleições das duas últimas décadas, o Nordeste foi o protagonista nas falas daqueles que vieram a público explicitar como votamos mal, como conduzimos o país ao abismo, como nossa baixa escolaridade e nossa barriga vazia nos têm feito prezar por nomes que levam todo o país ao caos. […]
Um primeiro tapa ao pé do ouvido: nossa ideia do que significa “esclarecimento” está morrendo por inanição. […] Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964. Mas, ainda assim, entendemos que são as pessoas “desinformadas”, pauperizadas e menos escolarizadas – no imaginário nacional, nordestinas – que possuem pouca capacidade para decisões objetivas, já que as suas escolhas são orientadas somente por necessidade. […]
Assim, situar o “mau” voto nos nordestinos, nos “esfomeados do Bolsa Família” ou, enfim, na pobreza é uma estratégia também voltada para a desmobilização: se nos referimos aos pobres como universitários ou trabalhadores – ambulantes, manicures, lavradores, empregadas domésticas – damos uma cara a esse voto. Damos voz, corpo e, perceba, racionalidade. Esta última é, no final, a palavra em disputa: quem a detém consegue, em um jogo que é seu, mas é vendido como de todos, o poder de determinar quem são os outros – ou o pessoal da geral, aqueles que precisam continuar na plateia.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/razao-nao-depende-de-geografia/. Acesso em 22, ago. 2018.)
A partir do conteúdo do texto, é correto afirmar que o título:
O texto abaixo é referência para a questão.
Razão não depende de geografia
Somos um país de pobres que detesta a pobreza. Aprendemos que ela é abjeta e que em seu interior há pouca chance de dignidade. “Cara de pobre”, “coisa de pobre”, “pobreza pega”. O que é dito como brincadeira guarda seus enunciados de verdade. Logo, é comum soltar um “os pobres precisam parar de ter filhos”. Logo, “um país rico é um país sem pobreza”, como disse um dia uma propaganda governamental. Logo, os pobres deviam mesmo parar de votar. E onde mora a pobreza do Brasil? Naquele torrão distante e seco denominado Nordeste, a região cristalizada pelo tempo (e por novelas e comerciais e livros e quadros e filmes) como a responsável tanto por guardar as coloridas tradições de um Brasil profundo quanto a vergonha da fome e da incapacidade de reflexão.
Essa seara com 57,36 milhões de habitantes de todas as classes sociais está prestes a surgir novamente nas mídias carregando todas essas marcas: nas eleições das duas últimas décadas, o Nordeste foi o protagonista nas falas daqueles que vieram a público explicitar como votamos mal, como conduzimos o país ao abismo, como nossa baixa escolaridade e nossa barriga vazia nos têm feito prezar por nomes que levam todo o país ao caos. […]
Um primeiro tapa ao pé do ouvido: nossa ideia do que significa “esclarecimento” está morrendo por inanição. […] Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964. Mas, ainda assim, entendemos que são as pessoas “desinformadas”, pauperizadas e menos escolarizadas – no imaginário nacional, nordestinas – que possuem pouca capacidade para decisões objetivas, já que as suas escolhas são orientadas somente por necessidade. […]
Assim, situar o “mau” voto nos nordestinos, nos “esfomeados do Bolsa Família” ou, enfim, na pobreza é uma estratégia também voltada para a desmobilização: se nos referimos aos pobres como universitários ou trabalhadores – ambulantes, manicures, lavradores, empregadas domésticas – damos uma cara a esse voto. Damos voz, corpo e, perceba, racionalidade. Esta última é, no final, a palavra em disputa: quem a detém consegue, em um jogo que é seu, mas é vendido como de todos, o poder de determinar quem são os outros – ou o pessoal da geral, aqueles que precisam continuar na plateia.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/razao-nao-depende-de-geografia/. Acesso em 22, ago. 2018.)
Com base no texto acima, considere as seguintes afirmativas:
1. Em “cara de pobre”, “coisa de pobre” e “pobreza pega”, as aspas indicam que o autor está apenas reproduzindo falas que não são dele.
2. Em “os pobres precisam parar de ter filho”, as aspas estão demarcando uma expressão idiomática.
3. Em “esclarecimento”, as aspas apontam para um sentido figurado da palavra.
Assinale a alternativa correta.
O texto abaixo é referência para a questão.
Razão não depende de geografia
Somos um país de pobres que detesta a pobreza. Aprendemos que ela é abjeta e que em seu interior há pouca chance de dignidade. “Cara de pobre”, “coisa de pobre”, “pobreza pega”. O que é dito como brincadeira guarda seus enunciados de verdade. Logo, é comum soltar um “os pobres precisam parar de ter filhos”. Logo, “um país rico é um país sem pobreza”, como disse um dia uma propaganda governamental. Logo, os pobres deviam mesmo parar de votar. E onde mora a pobreza do Brasil? Naquele torrão distante e seco denominado Nordeste, a região cristalizada pelo tempo (e por novelas e comerciais e livros e quadros e filmes) como a responsável tanto por guardar as coloridas tradições de um Brasil profundo quanto a vergonha da fome e da incapacidade de reflexão.
Essa seara com 57,36 milhões de habitantes de todas as classes sociais está prestes a surgir novamente nas mídias carregando todas essas marcas: nas eleições das duas últimas décadas, o Nordeste foi o protagonista nas falas daqueles que vieram a público explicitar como votamos mal, como conduzimos o país ao abismo, como nossa baixa escolaridade e nossa barriga vazia nos têm feito prezar por nomes que levam todo o país ao caos. […]
Um primeiro tapa ao pé do ouvido: nossa ideia do que significa “esclarecimento” está morrendo por inanição. […] Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964. Mas, ainda assim, entendemos que são as pessoas “desinformadas”, pauperizadas e menos escolarizadas – no imaginário nacional, nordestinas – que possuem pouca capacidade para decisões objetivas, já que as suas escolhas são orientadas somente por necessidade. […]
Assim, situar o “mau” voto nos nordestinos, nos “esfomeados do Bolsa Família” ou, enfim, na pobreza é uma estratégia também voltada para a desmobilização: se nos referimos aos pobres como universitários ou trabalhadores – ambulantes, manicures, lavradores, empregadas domésticas – damos uma cara a esse voto. Damos voz, corpo e, perceba, racionalidade. Esta última é, no final, a palavra em disputa: quem a detém consegue, em um jogo que é seu, mas é vendido como de todos, o poder de determinar quem são os outros – ou o pessoal da geral, aqueles que precisam continuar na plateia.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/razao-nao-depende-de-geografia/. Acesso em 22, ago. 2018.)
No primeiro parágrafo, o articulista utiliza diversas vezes o conector “logo”.
Ao fazer isso, ele quer dar ênfase a uma relação de:
O texto abaixo é referência para a questão.
Razão não depende de geografia
Somos um país de pobres que detesta a pobreza. Aprendemos que ela é abjeta e que em seu interior há pouca chance de dignidade. “Cara de pobre”, “coisa de pobre”, “pobreza pega”. O que é dito como brincadeira guarda seus enunciados de verdade. Logo, é comum soltar um “os pobres precisam parar de ter filhos”. Logo, “um país rico é um país sem pobreza”, como disse um dia uma propaganda governamental. Logo, os pobres deviam mesmo parar de votar. E onde mora a pobreza do Brasil? Naquele torrão distante e seco denominado Nordeste, a região cristalizada pelo tempo (e por novelas e comerciais e livros e quadros e filmes) como a responsável tanto por guardar as coloridas tradições de um Brasil profundo quanto a vergonha da fome e da incapacidade de reflexão.
Essa seara com 57,36 milhões de habitantes de todas as classes sociais está prestes a surgir novamente nas mídias carregando todas essas marcas: nas eleições das duas últimas décadas, o Nordeste foi o protagonista nas falas daqueles que vieram a público explicitar como votamos mal, como conduzimos o país ao abismo, como nossa baixa escolaridade e nossa barriga vazia nos têm feito prezar por nomes que levam todo o país ao caos. […]
Um primeiro tapa ao pé do ouvido: nossa ideia do que significa “esclarecimento” está morrendo por inanição. […] Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964. Mas, ainda assim, entendemos que são as pessoas “desinformadas”, pauperizadas e menos escolarizadas – no imaginário nacional, nordestinas – que possuem pouca capacidade para decisões objetivas, já que as suas escolhas são orientadas somente por necessidade. […]
Assim, situar o “mau” voto nos nordestinos, nos “esfomeados do Bolsa Família” ou, enfim, na pobreza é uma estratégia também voltada para a desmobilização: se nos referimos aos pobres como universitários ou trabalhadores – ambulantes, manicures, lavradores, empregadas domésticas – damos uma cara a esse voto. Damos voz, corpo e, perceba, racionalidade. Esta última é, no final, a palavra em disputa: quem a detém consegue, em um jogo que é seu, mas é vendido como de todos, o poder de determinar quem são os outros – ou o pessoal da geral, aqueles que precisam continuar na plateia.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/razao-nao-depende-de-geografia/. Acesso em 22, ago. 2018.)
No trecho “Nossa civilidade partida também pode ser aferida pelo fato de termos atualmente um grande número de pessoas acessando um mar de informação por meios virtuais (são 116 milhões de usuários de internet, segundo o IBGE) ao mesmo tempo que elegemos em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde o golpe militar de 1964”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração de significado, pelo termo: