[01] A arqueologia não pode ser desvencilhada de seu caráter
[02] aventureiro e romântico, cuja melhor imagem talvez seja, desde
[03] há alguns anos, as saborosas aventuras do arqueólogo Indiana Jones.
[04] Pois bem, quando do auge do sucesso de Indiana Jones, o arqueólogo
[05] brasileiro Paulo Zanettini escreveu um artigo no Jornal da Tarde, de
[06] São Paulo, intitulado “Indiana Jones deve morrer!”. Para ele, assim
[07] como para outros arqueólogos profissionais, envolvidos com um
[08] trabalho árduo, sério e distante das peripécias das telas, essa imagem
[09] aventureira é incômoda.
[10] O fato é que o arqueólogo, à diferença do historiador, do geógrafo
[11] ou de outros estudiosos, possui uma imagem muito mais atraente,
[12] inspiradora não só de filmes, mas também de romances e livros os
[13] mais variados.
[14] Bem, para usar uma expressão de Eça de Queiroz, “sob o
[15] manto diáfano da fantasia” escondem-se as histórias reais que
[16] fundamentaram tais percepções. A arqueologia surgiu no bojo do
[17] Imperialismo do século XIX, como um subproduto da expansão das
[18] potências coloniais europeias e dos Estados Unidos, que procuravam
[19] enriquecer explorando outros territórios. Alguns dos primeiros
[20] arqueólogos de fato foram aventureiros, responsáveis, e não em
[21] pequena medida, pela fama que se propagou em torno da profissão.
Adaptado de Pedro Paulo Funari, Arqueologia
Considerando suas reflexões feitas na questão anterior, é possível classificar o texto lido como: