Questões de Português - Gramática - Figuras de Linguagem - Aliteração
Para responder à questão, leia o poema de Marina Colasanti.
UM OUTRO DESTINO
Toda a vida aprendi
que a vitamina está na casca.
Agora na casca estão
os pesticidas
os defensivos agrícolas
os causadores de câncer.
A casca
e as vitaminas
jogamos ao lixo
com as lições da infância.
(COLASANTI, Marina. Passageira em trânsito. Rio de Janeiro: Record, 2009, p.92.)
Assinale a alternativa CORRETA sobre o texto.
Texto para a pergunta.
PAI CONTRA MÃE
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a
outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a
certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também
a máscara de folha de flandres*. A máscara fazia perder o vício da embriaguez
[5] aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um
para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de
beber perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do
senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados
extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas
[10] a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez
o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas
não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira
grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da
[15] cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos
castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava
um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem
todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada,
[20] e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas
repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono
não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação,
porque dinheiro também dói.
Machado de Assis, Relíquias de casa velha.
* "folha de flandres": fina chapa de ferro laminado, coberta com uma camada de estanho.
No poema, além da reiteração da rima na estrofe 5, destacam-se os efeitos sonoros da assonância e da aliteração, respectivamente, nos versos:
TEXTO
Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.
E hoje que sinto
Aquilo que fui.
Minha vida flui,
Feita do que minto.
Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.
Fernando Pessoa, Cancioneiro
O texto é parte integrante da poesia de Fernando Pessoa. O poeta utiliza-se de vários recursos da linguagem poética, dentre os quais, o elemento sonoro. Marque a opção que justifica o explícito acima:
Leia a letra da música “Segue o seco” de Carlinhos Brown.
A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que o seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramado
https://tinyurl.com/yanhydsb Acesso em: 02.12.2017
Um dos importantes aspectos para a interpretação dessa música é a sonoridade de seus versos. A repetição do fonema consonantal /s/ – como em “sacar” e “ser” – colabora para a construção e representação do cenário construído pela canção: a seca.
Selecione a alternativa em que a repetição intencional de fonema consonantal também acontece.
TEXTO A:
“O amor é um grande laço, um passo
pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos
pra alimentar a matilha” (...)
Djavan – “Faltando um pedaço”
TEXTO B:
“Tá tudo aceso em mim
Tá tudo assim tão claro
Tá tudo brilhando em mim
Tudo ligado
Como se eu fosse um morro iluminado...”
Adriana Calcanhoto – “Ambar”
TEXTO C:
“Bem leve leve, releve
Quem pouse a pele em cima de madeira
Beira beira, quem dera, mera mera, cadeira” (...)
Marisa Monte e Arnaldo Antunes – “Bem leve”
As letras de música evidenciam, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
Leia o excerto a seguir para responder à questão.
Tudo enxergara, tomando ganho da topografia. Os três seriam seus prisioneiros, não seus sequazes. Aquele homem, para proceder da forma, só podia ser um bravo sertanejo, jagunço até na espuma do bofe. Senti que não me ficava útil dar cara amena, mostras de temeroso. Eu não tinha arma ao alcance. Tivesse, também, não adiantava. Com um pingo no |, ele me dissolvia. O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo. O medo. O medo me miava. Convidei-o a desmontar, a entrar.
ROSA, João Guimarães. Famigerado. In. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p. 13. (Adaptado).
A prosa de Guimarães Rosa é substancialmente poética.
Nesse sentido, no período “O medo me miava”, tem-se um exemplo de
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