FACISA 2015/1
40 Questões
Paratodos
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
www.vagalume.com.br/chico-buarque/paratodos.html#ixzz3XHtS4Y1e
Sobre o texto Paratodos, indique a afirmação INCORRETA.
Paratodos
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
www.vagalume.com.br/chico-buarque/paratodos.html#ixzz3XHtS4Y1e
Com relação ao texto Paratodos, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
( ) O emprego da redondilha maior, a opção pela sextilha, a narrativa que tangencia o estilo épico e as diversas marcas de linguagem oral nos autorizam a classificar Paratodos como pertencente ao gênero "literatura de cordel".
( ) O eu enunciativo considera a música como instrumento capaz de mudar aspectos negativos da existência individual e da vida social, tais como doenças, solidão, mesquinhez, amargura e criminalidade, ressaltando com este posicionamento crença no efeito catártico da arte.
( ) A árvore genealógica marcada por ancestrais oriundos de diferentes espaços geográficos e culturais provoca uma fragmentação identitária no artista que resulta na criação de uma "arte menor" por não se sustentar em um estilo musical coeso.
( ) A miscigenação brasileira é expressa no texto através das referências à história familiar de Chico Buarque.
( ) Autobiográfico, o texto revela momentos da formação e da consagração de Chico Buarque como um dos mais importantes artistas da história da MPB: o aprendizado com os mestres que o antecederam; suas parcerias com músicos e intérpretes ainda em atividade, e seu legado às gerações futuras de músicos ("Evoé, jovens à vista").
A alternativa que indica a sequência correta é
ANGÉLICA
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar
Autor: Chico Buarque de Holanda www.vagalume.com.br/chico-buarque/angelica.html#ixzz3WOOjtsRx
Na canção Angélica Chico Buarque denuncia o drama vivido pela estilista Zuzu Angel, que durante muito tempo enfrentou o regime militar brasileiro numa luta incansável para encontrar o corpo de seu filho Stuart Angel, estudante e ativista político assassinado pelos ditadores e incluso na lista dos desaparecidos políticos. Uma das formas de luta de Zuzu foi estampar nos desenhos de suas coleções mensagens de protesto contra o regime militar, ação que a tornou conhecida internacionalmente. Zuzu entregou a Chico Buarque um documento, para ser publicado caso algo trágico lhe acontecesse, no qual escreveu: "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho". Uma semana após este fato, Zuzu morreu em um estranho acidente automobilístico.
Correlacionando a temática da canção Angélica e o romance O irmão alemão, indique a informação INCORRETA.
A busca pelo irmão alemão resulta dos dois maiores conflitos de Francisco: sua eterna desvantagem em relação a Domingos e o desprezo afetivo do pai. O encontro de um segundo irmão e a possível entrada dele no seio da família Hollander deslocaria Mimmo da progenitura e daria ao protagonista uma condição menos desfavorecida.
Indique a alternativa que apresenta um fato da trama que NÃO CONFIRMA os sentimentos de rivalidade, inveja ou admiração que Francisco nutria pelo irmão brasileiro, por apresentar informações incorretas.
Na obra Chico Buarque: o poeta das mulheres, dos desvalidos e dos perseguidos, o crítico literário Rinaldo de Fernandes faz a seguinte afirmação:
"Chico, bem no início de sua carreira, foi tido como "a única unanimidade nacional", conforme frase conhecida de Millôr Fernandes. Nesse momento a imagem que fica dele é a do "bom moço", do menino que toda família quer ter (...).Depois, nos anos 1970, ele se torna um emblema de resistência à ditadura. E passa a ser o artista mais perseguido pela censura do governo militar".
A partir da afirmação acima, estabeleça relações entre dados da biografia de Chico Buarque e da bioficção O irmão alemão, indicando V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
( ) Do mesmo modo que centenas de outros artistas brasileiros, Chico Buarque viveu a experiência do exílio em 1969, refugiando-se na Itália para escapar da perseguição do governo militar, como também aconteceu com o personagem Sergio Hollander, e passou então a adotar o pseudônimo Julinho de Adelaide, uma espécie de "eu-lírico" responsável pela composição de alguns sambas.
( ) Chico Buarque escreveu algumas das mais importantes obras da dramaturgia brasileira, a exemplo de Roda Viva e Calabar, ambas censuradas pelo regime ditatorial, e Gota d'água, em parceria com Paulo Pontes, talentoso dramaturgo nascido na cidade de Campina Grande/PB, que tem um teatro com seu nome. Em O irmão alemão, Paulo Pontes é homenageado através do personagem Christian Beauregard, também autor e diretor de diversas peças censuradas durante a ditadura.
( ) Em O irmão alemão, Chico Buarque apresenta cenas que revelam o vasto poder de cerceamento da liberdade de expressão imposto pela ditadura da qual ele foi uma das principais vítimas no meio artístico. Em uma delas, o personagem Christian adverte Francisco dizendo que "boa parte dos garçons, porteiros e choferes de táxi da cidade são informantes da polícia, para quem o mero conhecimento da língua russa pode ser comprometedor".
( ) A casa da família Hollander era uma enorme biblioteca, abrigando milhares de livros por todos os seus cômodos. No lugar mais reservado da casa, o quarto do casal, espaço "quase estrangeiro" até para os filhos, Sergio guardava obras de Marx, Engels, Trótski e Gramsci. Este fato é importante para entendimento da situação conflitante de muitos dos principais intelectuais e artistas brasileiros nos anos 60: tinham livros sobre socialismo e comunismo à cabeceira da cama, posicionavam-se como pensadores ou ativistas de esquerda, e viviam amedrontados com a possibilidade de serem vítimas das forças repressivas do regime militar.
( ) O golpe militar brasileiro aconteceu em 1964, mas só em 1969 Chico Buarque passou à condição de exilado político. Semelhante situação viveram milhares de estudante e professores, a grande maioria sem nenhuma participação política e sem ligações com o meio artístico. Nas universidades, o sentimento predominante era o de medo, como podemos perceber através do seguinte trecho de O irmão alemão: "... alguns professores foram afastados, outros se demitiram em solidariedade, fora os que sumiram, fugiram do país. Muitos alunos também largaram o curso, e persiste um clima de apreensão no meio universitário desde os acontecimentos de 1968, quando o regime endureceu de vez".
( ) Autor dos romances Budapeste, Leite Derramado, Estorvo e Benjamim, todos aclamados por críticos de arte nacionais e internacionais, em seu último romance, O irmão alemão, Chico Buarque abandona o engajamento político marcante de toda a sua careira como poeta e como ficcionista, que o fez ser "o artista mais perseguido pela censura do governo militar", e adota pela primeira vez os traços característicos da literatura introspectiva ao escrever uma autoficção centrada essencialmente nos fatos restritos à vida privada dos Buarque de Holanda.
A sequência correta é
Ao longo de mais de cinquenta anos de carreira, Chico Buarque se consagrou como um poeta, dramaturgo e ficcionista que empresta seu talento à defesa das minorias sociais, denunciando atos de violência de diversos tipos praticados contra pobres, homossexuais, negros, prostitutas, menores de rua e demais integrantes das camadas mais vitimizadas da sociedade brasileira. Em boa parte de sua produção artística, ele se situa como o "porta voz das mulheres", e muitas vezes assume a voz discursiva feminina para melhor mostrar a vida cotidiana, os sentimentos e os dramas das mulheres. Em O irmão alemão, a composição das personagens femininas também revela essas características do autor. Assinale a única alternativa INCORRETA com relação às afirmações deste enunciado ou a fatos da trama.