ACAFE 2016/1 Demais Cursos
69 Questões
Texto 1: IDEOLOGIA DE GÊNERO?
Elvira Simões Barretto (Professora da UFAL)
Outro dia, estando no elevador, entra uma vizinha, mãe de uma criança de 5 anos, e me diz: “Que bom te ver. Sei que você gosta dessas histórias de gênero... estou assustada recebendo umas mensagens dizendo que o governo quer impor uma ideologia de gênero para as crianças na escola, desde pequenininhas. Mandaram umas cartilhas e estou em pânico; uma coisa horrível”.
Nesse mesmo dia, no supermercado, uma conhecida proprietária de uma escola, aborda-me aflita: “[...] Meu Deus... é verdade o que vai acontecer? Nós vamos ter que trabalhar aquelas cartilhas absurdas para as crianças? E essa ideologia de gênero? A gente tem que ensinar às crianças que não existe nem homem nem mulher e incentivar a homossexualidade?”
Passando os dias, fui ficando assustada, pois percebi que havia se instalado uma histeria coletiva em torno do assunto. Vou compartilhar um pouco do que conversei com algumas pessoas. Vejamos: não existem, de forma alguma, cartilhas para introduzir a “ideologia de gênero” nas escolas. O que vem circulando na internet, no whatsApp e outras mídias não passa de especulações vulgares para confundir, irresponsavelmente, o que realmente está posto para debate e análise, ou seja, a versão preliminar do Plano Estadual de Educação (PEE), encaminhado para a Assembleia Legislativa, aberto para apreciação até o momento de aprovação no parlamento. Sobre a chamada “ideologia de gênero”, desconheço formulação séria e fundamentada dessa terminologia tendenciosa.
É importante saber que existem importantes trabalhos de pesquisadores/as, junto com a UNESCO, entre outros órgãos nacionais e internacionais, que se debruçam em questões centrais da vida em sociedade, desde a expressão contundente de barbárie humana, como extermínio de judeus e homossexuais através do nazismo, na Segunda Guerra Mundial. Há de se convir que, ainda hoje, deparamo-nos com traços de barbárie no cotidiano, as distintas expressões de violência, a exemplo: abuso sexual, tráfico de pessoas, mortes de mulheres por parceiros afetivos, assassinato de jovens do sexo masculino, assassinato de pessoas homoafetivas, suicídio de homens em situação de desemprego, perseguição e morte de pessoas de religião de matriz africana. Temas como gênero e diversidade, entre muitos outros, tratados no PEE, trazem a possibilidade de delinear processos educativos que rompam com a cultura da violência.
O problema não é que menino jogue bola ou brinque com dardos, que menina brinque de boneca e de casinha. A questão é a violência da interdição na ultrapassagem dessas fronteiras. Trabalhar a educação para a igualdade das relações de gênero e diversidade, entre outros aspectos, é dizer não à violência. É vislumbrar uma sociedade que não reproduza, por exemplo, homens embrutecidos, autores de violência contra si mesmo e ao outro do mesmo sexo, contra pessoas que fogem do padrão de sexualidade e contra parceiras afetivas.
Disponível em: http://www.cress16.org.br/noticias/ideologia-de-genero. Acesso em: 29/08/2015. Adaptado.
Sobre o texto 1, é correto o que se afirma em:
Texto 1: IDEOLOGIA DE GÊNERO?
Elvira Simões Barretto (Professora da UFAL)
Outro dia, estando no elevador, entra uma vizinha, mãe de uma criança de 5 anos, e me diz: “Que bom te ver. Sei que você gosta dessas histórias de gênero... estou assustada recebendo umas mensagens dizendo que o governo quer impor uma ideologia de gênero para as crianças na escola, desde pequenininhas. Mandaram umas cartilhas e estou em pânico; uma coisa horrível”.
Nesse mesmo dia, no supermercado, uma conhecida proprietária de uma escola, aborda-me aflita: “[...] Meu Deus... é verdade o que vai acontecer? Nós vamos ter que trabalhar aquelas cartilhas absurdas para as crianças? E essa ideologia de gênero? A gente tem que ensinar às crianças que não existe nem homem nem mulher e incentivar a homossexualidade?”
Passando os dias, fui ficando assustada, pois percebi que havia se instalado uma histeria coletiva em torno do assunto. Vou compartilhar um pouco do que conversei com algumas pessoas. Vejamos: não existem, de forma alguma, cartilhas para introduzir a “ideologia de gênero” nas escolas. O que vem circulando na internet, no whatsApp e outras mídias não passa de especulações vulgares para confundir, irresponsavelmente, o que realmente está posto para debate e análise, ou seja, a versão preliminar do Plano Estadual de Educação (PEE), encaminhado para a Assembleia Legislativa, aberto para apreciação até o momento de aprovação no parlamento. Sobre a chamada “ideologia de gênero”, desconheço formulação séria e fundamentada dessa terminologia tendenciosa.
É importante saber que existem importantes trabalhos de pesquisadores/as, junto com a UNESCO, entre outros órgãos nacionais e internacionais, que se debruçam em questões centrais da vida em sociedade, desde a expressão contundente de barbárie humana, como extermínio de judeus e homossexuais através do nazismo, na Segunda Guerra Mundial. Há de se convir que, ainda hoje, deparamo-nos com traços de barbárie no cotidiano, as distintas expressões de violência, a exemplo: abuso sexual, tráfico de pessoas, mortes de mulheres por parceiros afetivos, assassinato de jovens do sexo masculino, assassinato de pessoas homoafetivas, suicídio de homens em situação de desemprego, perseguição e morte de pessoas de religião de matriz africana. Temas como gênero e diversidade, entre muitos outros, tratados no PEE, trazem a possibilidade de delinear processos educativos que rompam com a cultura da violência.
O problema não é que menino jogue bola ou brinque com dardos, que menina brinque de boneca e de casinha. A questão é a violência da interdição na ultrapassagem dessas fronteiras. Trabalhar a educação para a igualdade das relações de gênero e diversidade, entre outros aspectos, é dizer não à violência. É vislumbrar uma sociedade que não reproduza, por exemplo, homens embrutecidos, autores de violência contra si mesmo e ao outro do mesmo sexo, contra pessoas que fogem do padrão de sexualidade e contra parceiras afetivas.
Disponível em: http://www.cress16.org.br/noticias/ideologia-de-genero. Acesso em: 29/08/2015. Adaptado.
Relativamente ao texto 1, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
Texto 2: APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA!
Tenho sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
– Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
– Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
– Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/OTQzODk4/. Acesso em: 27/08/2015. Adaptado. (Autor desconhecido, mas há quem atribua a autoria a Luis Fernando Veríssimo.)
Sobre o texto 2, é correto o que se afirma em:
Texto 2: APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA!
Tenho sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
– Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
– Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
– Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/OTQzODk4/. Acesso em: 27/08/2015. Adaptado. (Autor desconhecido, mas há quem atribua a autoria a Luis Fernando Veríssimo.)
Considerando o que está dito no texto 2, assinale a alternativa correta.
Sobre concordância verbal e nominal, assinale a alternativa correta.
Assinale a frase elaborada de acordo com as normas do português padrão.