UNINOVE 2014
60 Questões
Leia a tirinha para responder à questão.
Ao empregar a expressão Nem vem!, no segundo quadrinho, a personagem da tirinha
Leia a tirinha para responder à questão.
No segundo quadrinho, o trecho O que é isso agora? apenas pode ser entendido porque
Leia o trecho do texto de Fernando Namora para responder à questão.
Deu-se, por essa altura, um casamento pomposo e, como tal, estava indicada a presença ornamental do médico. Lá fui, sob a promessa de ser acompanhado pelo meu amigo farmacêutico, homem de vagas de gênio que ajudava a vencer os dias ensonados daquele desterro.
Calhou vir também à boda o colega que me precedera no partido médico. Entretanto, a alguns quilômetros, para lá dos barrocais retalhados nas gargantas dos penedos, uma camponesa gemia, havia quatro dias, as dores de parto; e desde que a comadre confessara a inutilidade dos seus préstimos, justificando-se com a criança atravessada no ventre, nada restava fazer, salvo a ciência de um doutor.
A família veio por aí acima, entregue ao passo conformado daqueles heroicos jericos de Monsanto, que galgam e se firmam nos pavorosos declives dos caminhos. Trazia consigo um problema de parto e de cortesia: dois médicos estavam nessa tarde na aldeia, lado a lado, à mesa de uma festança. Um tinha cumprido em dois anos de partos, dores, aflições; o outro era este imberbe João Semana, que nada garantia.
Mas sendo eu o médico da terra – eis a cortesia em jogo – a cadeira pertencia-me, devia ser procurado para o trabalho e para o pago. E a família acabou por correr o risco: seria eu o escolhido. Para mim o transporte do burro, o sobressalto, a ansiedade pelo que poderia acontecer. O meu nervosismo ainda foi atiçado por uma rude prova de franqueza dos campônios: sucedeu que, mal eu chegara junto da esmorecida parturiente, me confessaram, com ressaibos de deferência, as dúvidas que haviam tido na minha escolha.
(Retalhos da vida de um médico, 1970. Adaptado.)
De acordo com o texto, o narrador compareceu a um casamento pomposo,
Leia o trecho do texto de Fernando Namora para responder à questão.
Deu-se, por essa altura, um casamento pomposo e, como tal, estava indicada a presença ornamental do médico. Lá fui, sob a promessa de ser acompanhado pelo meu amigo farmacêutico, homem de vagas de gênio que ajudava a vencer os dias ensonados daquele desterro.
Calhou vir também à boda o colega que me precedera no partido médico. Entretanto, a alguns quilômetros, para lá dos barrocais retalhados nas gargantas dos penedos, uma camponesa gemia, havia quatro dias, as dores de parto; e desde que a comadre confessara a inutilidade dos seus préstimos, justificando-se com a criança atravessada no ventre, nada restava fazer, salvo a ciência de um doutor.
A família veio por aí acima, entregue ao passo conformado daqueles heroicos jericos de Monsanto, que galgam e se firmam nos pavorosos declives dos caminhos. Trazia consigo um problema de parto e de cortesia: dois médicos estavam nessa tarde na aldeia, lado a lado, à mesa de uma festança. Um tinha cumprido em dois anos de partos, dores, aflições; o outro era este imberbe João Semana, que nada garantia.
Mas sendo eu o médico da terra – eis a cortesia em jogo – a cadeira pertencia-me, devia ser procurado para o trabalho e para o pago. E a família acabou por correr o risco: seria eu o escolhido. Para mim o transporte do burro, o sobressalto, a ansiedade pelo que poderia acontecer. O meu nervosismo ainda foi atiçado por uma rude prova de franqueza dos campônios: sucedeu que, mal eu chegara junto da esmorecida parturiente, me confessaram, com ressaibos de deferência, as dúvidas que haviam tido na minha escolha.
(Retalhos da vida de um médico, 1970. Adaptado.)
Considerando a flexão de gênero da palavra camponesa, assinale a alternativa em que o termo destacado obedece à mesma espécie de formação, quando comparados o masculino e o feminino.
Leia o trecho do texto de Fernando Namora para responder à questão.
Deu-se, por essa altura, um casamento pomposo e, como tal, estava indicada a presença ornamental do médico. Lá fui, sob a promessa de ser acompanhado pelo meu amigo farmacêutico, homem de vagas de gênio que ajudava a vencer os dias ensonados daquele desterro.
Calhou vir também à boda o colega que me precedera no partido médico. Entretanto, a alguns quilômetros, para lá dos barrocais retalhados nas gargantas dos penedos, uma camponesa gemia, havia quatro dias, as dores de parto; e desde que a comadre confessara a inutilidade dos seus préstimos, justificando-se com a criança atravessada no ventre, nada restava fazer, salvo a ciência de um doutor.
A família veio por aí acima, entregue ao passo conformado daqueles heroicos jericos de Monsanto, que galgam e se firmam nos pavorosos declives dos caminhos. Trazia consigo um problema de parto e de cortesia: dois médicos estavam nessa tarde na aldeia, lado a lado, à mesa de uma festança. Um tinha cumprido em dois anos de partos, dores, aflições; o outro era este imberbe João Semana, que nada garantia.
Mas sendo eu o médico da terra – eis a cortesia em jogo – a cadeira pertencia-me, devia ser procurado para o trabalho e para o pago. E a família acabou por correr o risco: seria eu o escolhido. Para mim o transporte do burro, o sobressalto, a ansiedade pelo que poderia acontecer. O meu nervosismo ainda foi atiçado por uma rude prova de franqueza dos campônios: sucedeu que, mal eu chegara junto da esmorecida parturiente, me confessaram, com ressaibos de deferência, as dúvidas que haviam tido na minha escolha.
(Retalhos da vida de um médico, 1970. Adaptado.)
Fernando Namora é um escritor português cujos livros foram escritos no decorrer do século XX, período a que também pertencem o seguinte escritor português e a obra indicada em:
Considere o fragmento do conto Eis a Primavera, de Dalton Trevisan, para responder à questão.
João saiu do hospital para morrer em casa – e gritou três meses antes de morrer. Para não gastar, a mulher nem uma vez chamou o médico. Não lhe deu injeção de morfina, a receita azul na gaveta. Ele sonhava com a primavera para sarar do reumatismo, nos dedos amarelos contava os dias.
– Não fosse a umidade do ar… – gemia para o irmão nas compridas horas da noite.
Já não tinha posição na cama: as costas uma ferida só. Paralisado da cintura para baixo, obrava-se sem querer. A filha tapava o nariz com dois dedos e fugia para o quintal:
– Ai, que fedor… Meu Deus, que nojo!
Com a desculpa que não podiam vê-lo sofrer, mulher e filha mal entravam no quarto. O irmão Pedro é que o assistia, aliviando as dores com analgésico, aplicando a sonda, trocando o pijama e os lençóis. Afofava o travesseiro, suspendia o corpinho tão leve, sentava-o na cama:
– Assim está melhor?
Chorando no sorriso, a voz trêmula como um ramo de onde o pássaro desferiu o voo:
– Agora a dor se mudou…
Vigiava aflito a janela:
– Quantos dias faltam? Com o sol eu fico bom.
Pele e osso, pescocinho fino, olho queimando de febre lá no fundo. Na evocação do filho morto, havia trinta anos:
– Muito engraçado, o camaradinha – e batia fracamente na testa com a mão fechada. – Com um aninho fazia continência. Até hoje não me conformo.
(In: Alfredo Bosi. O conto brasileiro contemporâneo, 1975.)
No que se refere à duração do processo verbal, é correto afirmar que a forma gritou, que habitualmente indica uma ação concluída no passado, expressa no texto