Prova UFG 2011/1
90 Questões
Texto 1
o livro como fresta
é certo
que um livro
quando se deságua
a tinta negra de suas páginas
além de suas quatro margens
um rio que escorre letras
metáforas que rompem diques
pelo postigo
de quem escreve
tudo – olhos, sóis, lentes –
na vigília, nas insônias
: o universo às escâncaras
além, nos telescópios
tudo o que a vista desalcança
– os minimundos vazios –
diante de uma veneziana
entreaberta
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19.
Texto 2
Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas
Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps, que tratavam, quase sempre, da violência.
A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora.
A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu.
Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura, “só os que uso para a escola”. Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidades pobres da região.
Os versos de MC Guri, que está no 9o ano do ensino fundamental, passaram de “E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente” para “A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato” – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue.
Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias.
REWALD, Fabiana. Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas. Folha de S. Paulo, S. Paulo, 13 set. 2010. p. C5. Cotidiano.
Os Textos 1 e 2 aproximam-se quanto à temática abordada. A esse respeito, ambos evidenciam que a leitura é
Texto 1
o livro como fresta
é certo
que um livro
quando se deságua
a tinta negra de suas páginas
além de suas quatro margens
um rio que escorre letras
metáforas que rompem diques
pelo postigo
de quem escreve
tudo – olhos, sóis, lentes –
na vigília, nas insônias
: o universo às escâncaras
além, nos telescópios
tudo o que a vista desalcança
– os minimundos vazios –
diante de uma veneziana
entreaberta
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19.
Texto 2
Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas
Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps, que tratavam, quase sempre, da violência.
A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora.
A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu.
Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura, “só os que uso para a escola”. Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidades pobres da região.
Os versos de MC Guri, que está no 9o ano do ensino fundamental, passaram de “E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente” para “A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato” – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue.
Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias.
REWALD, Fabiana. Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas. Folha de S. Paulo, S. Paulo, 13 set. 2010. p. C5. Cotidiano.
No Texto 1, os versos um rio que escorre letras / metáforas que rompem diques remetem às consequências da leitura de um livro. Qual fato da vida de MC Guri (Texto 2) associa-se a esses versos?
Texto 1
o livro como fresta
é certo
que um livro
quando se deságua
a tinta negra de suas páginas
além de suas quatro margens
um rio que escorre letras
metáforas que rompem diques
pelo postigo
de quem escreve
tudo – olhos, sóis, lentes –
na vigília, nas insônias
: o universo às escâncaras
além, nos telescópios
tudo o que a vista desalcança
– os minimundos vazios –
diante de uma veneziana
entreaberta
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19.
Texto 2
Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas
Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps, que tratavam, quase sempre, da violência.
A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora.
A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu.
Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura, “só os que uso para a escola”. Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidades pobres da região.
Os versos de MC Guri, que está no 9o ano do ensino fundamental, passaram de “E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente” para “A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato” – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue.
Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias.
REWALD, Fabiana. Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas. Folha de S. Paulo, S. Paulo, 13 set. 2010. p. C5. Cotidiano.
No terceiro parágrafo do Texto 2, há uma alteração na sequência discursiva. Essa alteração e o modo como ela se realiza são, respectivamente,
Texto 1
o livro como fresta
é certo
que um livro
quando se deságua
a tinta negra de suas páginas
além de suas quatro margens
um rio que escorre letras
metáforas que rompem diques
pelo postigo
de quem escreve
tudo – olhos, sóis, lentes –
na vigília, nas insônias
: o universo às escâncaras
além, nos telescópios
tudo o que a vista desalcança
– os minimundos vazios –
diante de uma veneziana
entreaberta
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19.
Texto 2
Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas
Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps, que tratavam, quase sempre, da violência.
A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora.
A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu.
Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura, “só os que uso para a escola”. Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidades pobres da região.
Os versos de MC Guri, que está no 9o ano do ensino fundamental, passaram de “E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente” para “A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato” – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue.
Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias.
REWALD, Fabiana. Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas. Folha de S. Paulo, S. Paulo, 13 set. 2010. p. C5. Cotidiano.
O Texto 2 apresenta uma especifidade na construção das vozes enunciativas. O jogo interlocutivo é estabelecido com base na
Texto 3
Ele também engorda as crianças
Criança reage ao estresse de modo parecido ao dos adultos. A pesquisadora Elizabeth Susman, da Universidade Penn State (EUA), comprovou a ligação entre o excesso de cortisol e de peso, notadamente nas garotas. Ela avaliou 111 meninos e meninas com idades entre 8 e 13 anos à procura de sintomas de depressão e mediu os níveis do hormônio em amostras de saliva após atividades estressantes, como fazer contas mentais. “Houve grande aumento de cortisol em todos, porém nas meninas isso pareceu diretamente associado ao ganho de peso”, […]. Uma das hipóteses é a interação entre as mudanças bioquímicas patrocinadas pelo estresse sobre o hormônio feminino estrogênio.
O pesquisador Steve Garasky, da Universidade de Iowa (EUA), observou que o casamento entre a obesidade e o estresse começa cedo. Ele analisou crianças de 7 anos até jovens de 15 e verificou que, entre aqueles que sofriam algum tipo de estresse, 56% tinham sobrepeso ou estavam obesos. Garasky constatou que o ambiente e o humor materno têm papel importante. “Quando a mãe é estressada e as crianças vivem em uma casa com comida adequada – e talvez isso seja a comida do conforto, como doces e chocolates – é possível que comam mais”, diz o cientista. Além de depressão, problemas socioeconômicos e falta de orientação para o futuro, estudos mostram que a falta de atenção dos pais em relação aos problemas dos filhos é outro fator que estressa as crianças.
PEREIRA, Cilene; TARANTINO, Mônica. Ele também engorda as crianças. ISTOÉ, São Paulo: Editora Três, n. 2127, ago. 2010, p. 94. [Adaptado]
O título do Texto 3 é aparentemente incoerente. Durante a leitura, essa aparência é desfeita pelo estabelecimento da referência textual, que ocorre pela
Texto 3
Ele também engorda as crianças
Criança reage ao estresse de modo parecido ao dos adultos. A pesquisadora Elizabeth Susman, da Universidade Penn State (EUA), comprovou a ligação entre o excesso de cortisol e de peso, notadamente nas garotas. Ela avaliou 111 meninos e meninas com idades entre 8 e 13 anos à procura de sintomas de depressão e mediu os níveis do hormônio em amostras de saliva após atividades estressantes, como fazer contas mentais. “Houve grande aumento de cortisol em todos, porém nas meninas isso pareceu diretamente associado ao ganho de peso”, […]. Uma das hipóteses é a interação entre as mudanças bioquímicas patrocinadas pelo estresse sobre o hormônio feminino estrogênio.
O pesquisador Steve Garasky, da Universidade de Iowa (EUA), observou que o casamento entre a obesidade e o estresse começa cedo. Ele analisou crianças de 7 anos até jovens de 15 e verificou que, entre aqueles que sofriam algum tipo de estresse, 56% tinham sobrepeso ou estavam obesos. Garasky constatou que o ambiente e o humor materno têm papel importante. “Quando a mãe é estressada e as crianças vivem em uma casa com comida adequada – e talvez isso seja a comida do conforto, como doces e chocolates – é possível que comam mais”, diz o cientista. Além de depressão, problemas socioeconômicos e falta de orientação para o futuro, estudos mostram que a falta de atenção dos pais em relação aos problemas dos filhos é outro fator que estressa as crianças.
PEREIRA, Cilene; TARANTINO, Mônica. Ele também engorda as crianças. ISTOÉ, São Paulo: Editora Três, n. 2127, ago. 2010, p. 94. [Adaptado]
No Texto 3, o termo casamento (2º parágrafo) é empregado em sentido metafórico. Que traço do sentido denotativo permanece no sentido figurado?